domingo, 29 de agosto de 2010

É falho o arranjo marital?


avalancha, nos últimos tempos, alguns ficam imaginando: Será falho em si mesmo o arranjo marital? Deve ser abandonado, como inapropriado para os nossos dias?

Bem, caso um operador de determinada máquina ignorasse as instruções do seu projetista e a operasse mal até que ela se quebrasse, será que a culpa seria do projetista? Se, numa longa viagem de carro, o motorista ignorar seu mapa rodoviário e ficar perdido, será que a culpa cabe ao fabricante do mapa?

Não, o emprego errôneo de algo não significa que não seja bom. Quem realmente é culpado? Aquele que o emprega mal.

Acontece isto com o arranjo marital? O que apontam os fatos? Será que abandonar o casamento, em prol de outros estilos de vida, resultou melhor para as pessoas? O que aconteceu com os filhos dos lares rompidos, e à sociedade em geral?

Por que casar-se?


Em muitos lugares, viver juntos sem se casar se tornou algo plenamente aceitável, mas será que resulta em maior felicidade do que o casamento? O correspondente de “Despertai!” na Suécia considera este assunto nos três artigos que seguem.

JAN e Anna se conheceram num clube. Gostaram imediatamente um do outro. Anna havia deixado recentemente a casa dos pais, para morar sozinha. Jan partilhava sua moradia com outro rapaz. Certa noite, pouco depois de se conhecerem, Jan acompanhou Anna ao apartamento dela. Acabou passando a noite ali. No dia seguinte, trouxe seu violão e sua escova de dentes, e pernoitou ali de novo. Aos poucos, foi transferindo todos os seus pertences para o apartamento de Anna, e começaram a viver juntos. Jan e Anna não acharam necessário casar-se.

Assim como Jan e Anna, milhões de casais, de todas as idades, vivem juntos sem se casar. Arrazoam: ‘Para que casar? Podemos viver juntos melhor sem termos nenhum papel que nos prenda legalmente — uma certidão de casamento.’

Efetivamente, em muitos lugares, viver juntos sem se casar se tornou algo plenamente aceitável e normal. Na Suécia, por exemplo, o total de casamentos diminuiu quase 40 por cento nas últimas duas décadas. Há 20 anos, cerca de uma criança em cada oito, naquele país, era filho de mãe solteira. Atualmente o número situa-se entre uma em cada três e uma em cada duas. Observa o pesquisador J. Trost, da Universidade de Upsala, Suécia: “Pelo que sabemos, este é o mais alto índice de filhos nascidos fora do casamento já conhecido, numa sociedade industrializada.”

Na Dinamarca, viver juntos sem se casar representa a unidade familiar padrão para os jovens casais de instrução universitária, segundo o jornal International Herald Tribune. Tais pares não-casados respondem por mais de uma de cada três crianças nascidas ali. “Dificilmente alguém que conhecemos é casado”, disse um dinamarquês de 31 anos. “Todos se acham no que chamamos de casamento sem papel passado.”

O número de tais casamentos sem papel passado também aumenta em outros países. Por exemplo, segundo recentes estatísticas, divulgadas pelo Departamento de Recenseamento dos Estados Unidos, cerca de dois milhões de pares não-casados, nos Estados Unidos, vivem juntos, mais de três vezes o total de 1970.

Por que será que um homem e uma mulher mui freqüentemente decidem viver juntos sem se casar? Será um casamento sem papel passado tão bom, ou até melhor, do que um casamento legal?

Casamento — O Melhor Modo


Os que advogam o arranjo de viver juntos talvez se refiram à certidão de casamento como apenas um “pedaço de papel”, algo que não tem valor prático. Esta atitude é também subentendida nos seriados e nos filmes de TV, bem como na vida de celebridades. Portanto, consideremos o verdadeiro valor daquele “pedaço de papel”.

Quando se inicia uma sociedade de negócios ou se compra um terreno ou se empresta dinheiro a alguém, por que se deseja que os termos sejam postos por escrito e até registrados em cartório? Um dos motivos é que ambas as partes assumem um compromisso e é vantajoso para ambas as partes que os termos sejam colocados por escrito. Por exemplo, se uma das partes morre, desaparece, ou simplesmente perde a memória, os termos ainda são juridicamente válidos. O mesmo se dá com o casamento. No caso de morte de um cônjuge, ou de ambos, a lei da maioria dos países contém dispositivos legais a favor dos membros vivos da família. Isto geralmente inexiste no arranjo de pessoas que vivem juntas. É este compromisso que faz a diferença entre viver juntos e casar-se. E a certidão de casamento é um lembrete para o casal daquele compromisso de amarem, honrarem e prezarem um ao outro, e das implicações jurídicas dos votos matrimoniais.

Uma senhora casada expressou-se do seguinte modo: “Pode ser que eu seja antiquada, mas o compromisso do casamento me faz sentir mais segura.” Ela faz eco ao que Deus disse quando uniu em casamento o primeiro par humano: “Por isso é que o homem deixará seu pai e sua mãe, e tem de se apegar à sua esposa, e eles têm de tornar-se uma só carne.” (Gênesis 2:24) Trata-se de uma união ímpar! Assim, “uma só carne” só é possível num relacionamento completo, exclusivo, legal e por toda a vida — e nada menos do que isso.

Alguns argumentam, porém, que conhecem uma porção de casais que vivem juntos sem se casar e que mantêm um forte relacionamento.

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Viver Juntos — Existem Vantagens?


Alguns argumentam que o arranjo de as pessoas viverem juntas é razoável, visto que habilita o casal a se conhecer bem um ao outro antes de entrar no vínculo mais permanente do matrimônio. Outras vantagens apontadas por alguns são: Isso habilita o casal a reduzir as despesas por dividirem o aluguel; habilita-os a ficar independentes dos pais; fornece-lhes o companheirismo necessário, inclusive um relacionamento sexual. Casais mais idosos que vivem juntos dizem que, por viverem juntos, não perdem os benefícios da seguridade social.
Todavia, um argumento forte contra o viver juntos sem se casar é o seguinte: Uma das partes pode pôr fim a este arranjo a qualquer momento, por simplesmente ir embora. De fato, o diário francês Le Monde anunciou que, na Suécia e na Noruega, a metade dos relacionamentos consensuais não duram dois anos, e de 60 a 80 por cento deles se rompe em menos de cinco anos.

Casar ou viver juntos — qual?


“QUANDO vamos nos casar?” Há apenas 35 anos, esta pergunta seria considerada por casais apaixonados que ficavam noivos. Atualmente, contudo, há boa possibilidade de que tal pergunta seja proposta por pessoas que já vivem juntas. Os tempos mudaram, e também as atitudes para com o casamento. Que proceder é melhor: Casar-se ou passar a morar junto com a pessoa eleita?
Estudos indicam que, no Brasil, na França, na Suécia, nos Estados Unidos, e em muitos outros países, está na moda as pessoas viverem juntas sem se casar. Talvez esteja em harmonia com as modernas atitudes morais, mas não é algo novo. O que é novo são as atitudes para com tal costume. O que outrora era considerado viver em pecado é agora tolerado ou aprovado por muitos como perfeitamente correto.

Quando Há Filhos Envolvidos


Que tipo de relacionamento mostrou-se ser mais apropriado ao bem-estar mental e físico dos filhos? Sem sombra de dúvidas é o do tipo de um casamento estável com dois genitores que provêem afeição, apoio e instrução.
Muitos que vivem juntos sem se casar prometem que se casarão caso sua união resulte em gravidez. Mas, é uma gravidez não desejada um bom fundamento sobre o qual edificar um casamento? Quase na totalidade dos casos quando ocorre a gravidez o parceiro recusa-se a casar. É realmente um comportamento adulto estigmatizar um filho com a ilegitimidade?
As evidências mostram que, em geral, os filhos que sabem que seus pais não são casados, como nos casos dos que procedem de lares desfeitos, crescem não confiando nas pessoas. São menos capazes de formar relacionamentos permanentes e talvez sejam bastante cínicos a respeito do valor do amor.
Um pai e uma mãe amorosos influem muito no desenvolvimento e estabilidade da criança. O psiquiatra infantil inglês Arthur Graham disse: “Não descobrimos nenhuma maneira melhor para criar um filho do que no seio duma família e todos os nossos esforços deveriam ser concentrados em reforçar as habilidades dos pais em realizar a tarefa.”
As indicações apontam todas para uma só conclusão: quanto maior for o compromisso, tanto mais provavelmente o relacionamento será bem sucedido para todos os envolvidos. Mas, por que é isto assim?

O Valor do Compromisso


Um professor de 28 anos que mais tarde casou-se com a mulher com a qual vivia disse: “Após vários anos comecei a sentir que eu vivia querendo me esquivar. Viver juntos não provia nenhuma base para planejar o futuro. . . . Não podíamos decidir comprar uma casa ou não, gastar nosso dinheiro em pomposas férias ou economizá-lo para constituir uma família. Agora, nenhum de nós está livre para pegar as coisas e ir embora, mas em troca podemos fazer planos.”
Uma escritora de 34 anos observou: “Talvez eu seja antiquada mas o compromisso do casamento me faz sentir mais segura. Eu tive tantos relacionamentos que terminaram com os homens simplesmente se apartando, que a preocupação quanto a se J— também faria o mesmo me tirou a energia do serviço. Eu amo a satisfação de ter admitido a nós mesmos e ao mundo que intencionamos ficar juntos.”
Realmente, o compromisso total no casamento não isenta as pessoas de problemas. Mas, ajuda as pessoas a se sentirem mais obrigadas a se empenhar em resolvê-los e a não admitirem o fracasso tão rapidamente. Conforme certo marido que discutia continuamente com sua companheira de quarto antes do casamento disse: “Desde que nos casamos estamos nos esforçando mais para não brigar. Ambos nos esforçamos. Temos compromisso, de modo que não faz sentido ficar brigando sobre isso. Antes, costumávamos sempre ameaçar romper o relacionamento mas não pensamos mais em fazer isto agora.”
A Dra. Nancy Clatworthy, da Universidade Estadual de Ohio (E.U.A.), descobriu que os casais que não viviam juntos antes de se casarem eram “um pouquinho mais felizes e mais bem sucedidos. Havia menos divórcios”. Um estudo de 211 casais na Austrália revelou que os que “coabitam consideram romper o relacionamento . . . com muito mais freqüência do que os casados”. O relatório observou que quando havia um menor compromisso em relação ao relacionamento existia “menor sentimento de afeição e amor entre os parceiros bem como menor fidelidade sexual ao parceiro do que existia entre os casados”.

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Como Isso Afeta os Outros


Daí há o efeito que o par, ao viverem juntos sem se casar, pode ter sobre outros. Ainda há muitos que consideram errado, e até imoral, viverem juntos dessa forma. Assim, os pais e avós talvez se sintam infelizes, embaraçados, e preocupados, quando seus filhos ou netos simplesmente vivem juntos. O contato entre as gerações pode ficar prejudicado.

Recorda-se Anna: “Acho que meus pais sentiram-se bem envergonhados de mim quando passei a viver com Jan. Até essa época, eu sempre usufruíra um bom relacionamento com eles. Mas desde então eles se sentiam embaraçados sempre que os parentes perguntavam por mim e sentiam-se muito desconfortáveis na presença de Jan. Não demorou muito para pararem totalmente de nos visitar. Acho que sofreram muito.”

E que dizer dos filhos nascidos de tal união? Quando os pais iniciam e rompem relacionamentos, isso pode resultar em casos em que vários filhos, que não têm os mesmos genitores, passam a viver sob o mesmo teto. Isto poderá deixar as crianças confusas e inseguras. Uma pesquisa realizada por um repórter de TV entre jovens escolares, de 15 anos, mostrou que cerca de um em cada três destes jovens não morava com ambos os genitores biológicos. Em Estocolmo, capital da Suécia, o total chegava até a 43 por cento. O repórter comentou: “Temos agora uma sociedade totalmente diferente. Muitas crianças da década de 80 possuem duas casas . . . passam um fim-de-semana com a mamãe, e o próximo com o papai.” Numa pesquisa feita entre 5.500 crianças de 10 anos, na Suécia, o professor-assistente Claes Sundelin verificou que um rapaz de cada dez tinha graves problemas psicológicos. Concluiu que as crianças são “atingidas pelo aumento das separações”, e que “investem a si mesmos, emocionalmente, nos adultos mais próximos, e um rompimento lhes traz grande desapontamento”. Uma jovem de 12 anos, cujos pais se separaram, expressou o que muitos filhos nessa mesma situação pensam, ao dizer: “Quando eu crescer, quero viver bem. Vou me casar e jamais me divorciarei.”

Na Suécia, o termo “separação” é empregado tanto em relação a pessoas não-casadas como a ex-casadas. Visto que a coabitação sem casamento é um relacionamento mais instável do que o matrimônio, isto significa que os filhos nascidos de pais não-casados correm maior risco de acabarem num lar de um só genitor. Em qualquer dos casos, os filhos sofrem com tal separação, e, com freqüência, como aquela jovem de 12 anos, afirmam que, quando crescerem, querem ter um relacionamento forte e duradouro — no casamento.

Há outros efeitos de longo alcance quando os pares vivem juntos sem se casar. Visto que tais relacionamentos não são registrados, as autoridades não podem sequer levá-los em efetiva conta, e aplicar-lhes as leis. Alguns pares decidem não se casar para evitarem impostos desfavoráveis e a perda de certas pensões e outros benefícios sociais. Isto traz efeitos sobre como a carga tributária recai sobre o povo em geral. As leis que envolvem a herança, testamentos, partilhas, e a custódia dos filhos, tampouco podem ser aplicadas plenamente. Como declarou um advogado dinamarquês: “Além da questão moral, de um ponto de vista estritamente legal, os casamentos sem papel passado são indesejáveis. É preciso muito mais papel, isto é, mais documentos e procedimentos legais, para se resolver questões de bens e de custódia do que no caso dos casamentos devidamente registrados.”

Além das implicações morais ou sociais, existe ainda outro aspecto muito mais importante.

Viver Juntos — Há Desvantagens?


No livro Unmarried Cohabitation (Coabitar sem se Casar), o pesquisador J. Trost, depois de apresentar dados coletados dum estudo do assunto, revelou que “a freqüência de dissolução entre os coabitantes não-casados é cerca de o dobro da que há entre os casados”.

Jan e Anna viveram juntos por três anos antes de se casarem. Quão estável era o relacionamento inicial deles? “Verificamos que um relacionamento casual apenas deixava a porta dos fundos aberta para outros relacionamentos sem compromisso. Quando a pessoa é apenas coabitante, torna-se mais prontamente disponível para mais alguém.”

Lars e Anette também moraram juntos três anos, antes de se casarem. Afirma Lars: “Quando surgiam problemas, estávamos mais inclinados a fugir um do outro do que a sentar e resolver os assuntos, como tentamos fazer agora, estando casados.” Anette acrescenta: “Não sei quantas vezes fiquei com raiva de Lars, e lhe disse que juntaria minhas coisas e iria embora. Jamais faço isso agora.”

“Minhas coisas”, Anette disse. Isto reflete como os pares não-casados talvez encarem seus pertences — divididos em “minhas” coisas e as “suas”. Alguns guardam cuidadosamente os recibos e gravam ou escrevem seus nomes nas coisas que compram — só como precaução. Parece-lhe isto a base dum relacionamento estável e duradouro?

E o que acontece se chega o momento em que o par resolve separar-se? A partilha dos bens pode ser verdadeiro problema, resultando em discussões e em grandes injustiças. Por exemplo, se a mulher ficou cuidando das crianças e da casa, ela pode correr o risco de ficar destituída dos bens, pois era o parceiro dela quem ganhava dinheiro e comprava a maioria das coisas. Talvez haja pouco que ela possa fazer legalmente, por não serem casados. Assim, que acontece com ela quando se separam?

Alguns casais afirmam que vivem juntos algum tempo só para ver se são compatíveis para o casamento. Acham que, em resultado disso, seu futuro casamento será mais estável. Acontece isto? Por exemplo, será que o índice de divórcios diminuiu nos países em que este costume é comum?

Tome-se a Suécia por exemplo. Os peritos ali calculam que 99 por cento de um grupo atual de recém-casados já viviam juntos antes de se casar. Se a coabitação sem matrimônio resulta em casamentos mais seguros, então seria de esperar que a taxa de divórcios naquele país decrescesse. Todavia, as estatísticas mostram que, nos 25 anos decorridos entre 1958 e 1983, ao passo que o número anual de casamentos diminuiu de 50.785 para 36.210, o total de divórcios aumentou de 8.657 para 20.618. Assim, indicam os fatos que viver juntos tenda a resultar em casamentos mais estáveis?

Viver juntos ou casar-se?


“Isso é simples burocracia! Uma certidão não representa nada. O que vale é o amor. Viver juntos é um relacionamento mais romântico. A gente precisa tomar mais cuidado e mostrar mais consideração um para com o outro, quando não se têm um vínculo legal.” Foi assim que Jan e Anna arrazoaram quando começaram a viver juntos.

ALGUNS casais assim pensam, evidentemente — que por viverem juntos, sem os vínculos legais, terão receio de perderem um ao outro. Desta forma, terão mais cuidado um com o outro e com seu relacionamento. À primeira vista, pode parecer um bom raciocínio. Mas serão tais relacionamentos em geral mais estáveis do que o casamento legal?

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Raiva e ansiedade



“Às vezes”, admite uma vítima da infidelidade, “a emoção que o invade é pura raiva”. Não se trata apenas de uma indignação contra o erro cometido e o sofrimento infligido, mas sim, como explicou uma jornalista, uma “revolta pelo que poderia ter sido [um casamento feliz], mas foi arruinado”.

Também são comuns os sentimentos de baixa auto-estima e de incompetência. Pedro revela: “A gente se pergunta: ‘Será que não sou suficientemente atraente? Sou faltoso em alguma outra coisa?’ A pessoa passa a dissecar a si mesma em busca da falha.” Em seu livro To Love, Honour and Betray (Amar, Honrar e Trair), Zelda West-Meads, do Conselho Nacional Britânico de Aconselhamento Matrimonial, confirma: “Uma das piores coisas a enfrentar . . . é a destruição de sua auto-estima.”

Avalanche de sentimentos



Embora chocantes, as estatísticas sobre infidelidade e divórcio não revelam o pleno impacto que causam no cotidiano das pessoas. Além das enormes implicações financeiras, considere a colossal dimensão dos sentimentos embutidos nessas estatísticas — os rios de lágrimas derramadas, as imensuráveis confusão, pesar, ansiedade e dor excruciante que a infidelidade provoca, bem como as incontáveis e angustiantes noites em claro que os familiares passam. As vítimas em geral sobrevivem à provação, mas com cicatrizes que provavelmente durarão muito tempo. Não é fácil apagar a dor e os danos provocados.

“O colapso conjugal costuma produzir uma enorme explosão de emoções”, explica o livro How to Survive Divorce (Como Sobreviver ao Divórcio), “uma explosão que, às vezes, ameaça obscurecer a sua visão. O que você deve fazer? Como deve reagir? Como dar a volta por cima? Você talvez vacile entre certeza e dúvida, ira e culpa ou confiança e suspeita”.

Pedro passou por isso, depois que soube da infidelidade da esposa. “Quando há infidelidade”, confidencia, “um dilúvio de emoções perturbadoras o invade”. Entender a sensação de devastação é difícil para quem é vítima — quanto mais para os observadores, que pouco conhecem a situação. “Ninguém”, afirma Patrícia, “realmente entende como me sinto. Quando penso que meu marido está com a outra, sinto uma verdadeira dor física, uma dor impossível de explicar”. Ela acrescenta: “Há momentos em que eu penso que vou enlouquecer. Tem dias que parece que está tudo sob controle; no dia seguinte, já não parece assim. Tem dias em que sinto a falta dele; no dia seguinte, lembro-me das tramas, das mentiras e das humilhações.”

Os trágicos resultados da infidelidade



“Fui embora”, disse a mensagem no telefone — provavelmente as palavras mais devastadoras que Patrícia já ouviu de seu marido. “Eu simplesmente não podia crer nessa traição”, diz ela. “O que eu sempre mais temia — que meu marido me largasse por outra mulher — virou uma terrível realidade.”

PATRÍCIA, de 33 anos, realmente queria que seu casamento desse certo; seu marido lhe garantira que nunca a deixaria. “Nós prometemos ficar juntos, acontecesse o que acontecesse”, lembra-se Patrícia. “Eu tinha certeza de que ele falava sério. Daí . . . ele faz isso. Agora não tenho mais nada — nem mesmo um animalzinho de estimação — nada!”

Amilton jamais se esquecerá do dia em que o adultério de sua mãe veio à tona. “Eu tinha apenas 11 anos”, lembra-se. “Minha mãe andava às pressas pela casa. Meu pai a seguia, dizendo, ‘calma, vamos conversar’. Eu pressentia que havia acontecido algo terrível. Meu pai ficou abalado e jamais se recuperou totalmente. E, além do mais, ele não tinha confidente. De modo que recorreu a mim. Imagine: um homem de 40 e poucos anos recorrer a seu filho, de 11 anos, em busca de consolo e empatia!”

Seja os escândalos que abalam realezas, políticos, astros de cinema e líderes religiosos, seja a traição e as lágrimas em nossa própria família, a infidelidade conjugal continua a cobrar um preço terrível. “O adultério”, diz The New Encyclopædia Britannica, “parece ser tão universal e, em alguns casos, tão comum como o casamento”. Alguns pesquisadores estimam que de 50 a 75 por cento dos casados já foram infiéis alguma vez. Segundo a pesquisadora Zelda West-Meads, mesmo que muitos casos de infidelidade passem despercebidos, “todas as evidências apontam para um aumento”.

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Superar obstáculos


A Bíblia enfatiza muito a humildade. “O resultado da humildade e do temor de Jeová é riquezas, e glória, e vida.” (Provérbios 22:4) Lemos no Salmo 138:6 como Deus encara os humildes e os orgulhosos: “Jeová é enaltecido, e ainda assim vê ao humilde; mas ao soberbo ele só conhece de longe.”

Muitos igualam a humildade com a humilhação. Os governantes no mundo parecem pensar desse jeito. Embora nações inteiras se sujeitem à vontade deles, líderes políticos não têm a coragem de admitir humildemente seus erros. Ouvir um governante pedir desculpas vira notícia. Há pouco tempo, quando um ex-governante pediu desculpas por não ter evitado um desastre fatal, suas palavras foram manchetes de jornal.

Os dicionários definem humildade como “virtude caracterizada pela consciência das próprias limitações”; “ausência de orgulho, de soberba”. De modo que a humildade descreve a opinião que a pessoa tem de si mesma, não a que os outros têm dela. Admitir humildemente erros e pedir desculpas com sinceridade não humilha a ninguém; antes, realça sua reputação. A Bíblia diz: “Antes da derrocada, o coração do homem é soberbo, e antes da glória há humildade.” — Provérbios 18:12.

Certo observador disse a respeito de políticos que não pedem perdão por seus erros: “Infelizmente, eles acham que tal admissão é sinal de fraqueza. Gente fraca e insegura dificilmente pede perdão. Pessoas corajosas e de sentimentos nobres não se sentem diminuídas ao dizer: ‘Cometi um erro.’” O mesmo se dá com os que não são políticos. Se você se empenhar em substituir o orgulho pela humildade, suas perspectivas de paz melhorarão muito quando houver uma rixa com outra pessoa. Veja como uma família descobriu a veracidade disso.

Um mal-entendido fez com que a relação entre Julie e seu irmão William se tornasse tensa. William ficou com tanta raiva de Julie e de seu marido, Joseph, que cortou todo contato com eles, devolvendo até mesmo todos os presentes que Julie e Joseph lhe deram ao longo dos anos. Com o passar do tempo, a amargura tomou o lugar da afeição que esses irmãos carnais sentiam um pelo outro.

No entanto, Joseph decidiu aplicar Mateus 5:23, 24 e, com disposição branda, tentou aproximar-se de seu cunhado enviando-lhe cartas em que pedia desculpas por tê-lo ofendido. Incentivou a esposa a perdoar o irmão. Com o tempo, William notou que Julie e Joseph queriam fazer as pazes de verdade, e sua atitude hostil abrandou. William e sua esposa se encontraram com Julie e Joseph; todos pediram desculpas, abraçando-se e restabelecendo a amizade.

Se você deseja muito resolver as desavenças que tem com alguém, aplique pacientemente os ensinos bíblicos e esforce-se em fazer as pazes com essa pessoa. Jeová vai ajudá-lo. O que Deus disse ao Israel antigo se tornará real para você: “Oh! se tão-somente prestasses realmente atenção aos meus mandamentos! A tua paz se tornaria então como um rio e a tua justiça como as ondas do mar.” — Isaías 48:18.

Empenhe-se em fazer as pazes



“Não quero falar com aquela pessoa. Tomara que ela não apareça na minha frente!” Se já falou isso de alguém, você precisa fazer algo a respeito, como mostram os seguintes trechos bíblicos.

Jesus ensinou: “Se tu, pois, trouxeres a tua dádiva ao altar e ali te lembrares de que o teu irmão tem algo contra ti, deixa a tua dádiva ali na frente do altar e vai; faze primeiro as pazes com o teu irmão, e então, tendo voltado, oferece a tua dádiva.” (Mateus 5:23, 24) Ele disse também: “Se o teu irmão cometer um pecado, vai expor a falta dele entre ti e ele só.” (Mateus 18:15) Se tiver ofendido alguém ou alguém o ofendeu, as palavras de Jesus enfatizam a necessidade de você conversar prontamente com a outra pessoa sobre o assunto. Deverá fazer isso “num espírito de brandura”. (Gálatas 6:1) O objetivo da conversa não é manter a própria imagem usando justificativas nem induzir seu adversário a pedir desculpas, mas é fazer as pazes. Esse conselho bíblico funciona?

Ernest é supervisor numa grande empresa. Já por vários anos seu trabalho envolve cuidar de assuntos sensíveis com todo tipo de pessoas e manter bons relacionamentos. Logo ele percebeu como é fácil surgir conflitos pessoais. “De vez em quando tenho problemas com outros”, diz ele. “Mas quando isso acontece, eu me sento com a pessoa e converso sobre o problema. Fale diretamente com ela, com o objetivo de fazer as pazes. Isso sempre funciona.”

Alicia tem amigos de diferentes culturas, e veja o que ela diz sobre isso: “Às vezes digo alguma coisa e depois tenho a impressão que ofendi alguém. Vou até a pessoa e peço desculpas. Talvez faça isso mais vezes do que é preciso, mas mesmo que a pessoa não tenha ficado ofendida, me sinto melhor. Então, fico tranqüila porque sei que não houve nenhum mal-entendido.”

Os benefícios de fazer as pazes



ED ESTAVA morrendo e Bill o odiava. Duas décadas antes, Ed tomou uma decisão que fez com que Bill perdesse o emprego e isso pôs fim à amizade deles. Agora, Ed tentava pedir perdão para que pudesse morrer em paz. No entanto, Bill se negava a escutá-lo.

Quase 30 anos mais tarde, quando Bill estava para morrer, ele explicou por que não havia perdoado. “Ed não devia ter feito aquilo comigo. Eu simplesmente não quis me reconciliar com ele depois de 20 anos. . . . Talvez estivesse errado, mas era assim que me sentia.”

As desavenças não costumam ter esse resultado trágico, mas freqüentemente deixam as pessoas magoadas. Pense em alguém que passou pelo mesmo problema de Ed. Ele sabe que sua atitude causou problemas e por isso talvez conviva com uma consciência pesada e um sentimento de perda arrasador. No entanto, ele sente-se magoado quando lembra que seu amigo ofendido descartou a amizade deles como se fosse lixo.

Já alguém com a mesma opinião de Bill considera a si mesmo uma vítima inocente e talvez fique profundamente magoado. Para ele, seu ex-amigo não fez algo sem querer, mas talvez o tenha prejudicado de propósito. Muitas vezes, quando há um conflito entre duas pessoas, cada uma tem plena certeza de que está certa e que a outra está completamente errada. Quando isso acontece, dois amigos que eram muito achegados ficam, por assim dizer, em pé de guerra.

Eles lutam com armas silenciosas — um desvia o olhar quando o outro passa, e quando estão num grupo um ignora o outro. À distância, eles se observam de maneira furtiva ou se encaram de maneira fria e hostil. Quando se falam, usam palavras ásperas ou ferem um ao outro com insultos.

No entanto, ao passo que parecem ser completamente incompatíveis, é provável que concordem em certos assuntos. Talvez reconheçam que têm problemas graves e lamentam que é triste romper uma amizade achegada. Cada um provavelmente sente a dor de uma ferida supurada e ambos sabem que é preciso fazer algo para sanar isso. Mas quem vai dar o primeiro passo para acabar com o relacionamento conturbado e fazer as pazes? Nenhum deles está disposto.

Dois mil anos atrás, os apóstolos de Jesus Cristo tinham fortes discussões de vez em quando. (Marcos 10:35-41; Lucas 9:46; 22:24) Depois de uma delas, Jesus perguntou: “Sobre que estáveis disputando na estrada?” Envergonhados, nenhum deles respondeu. (Marcos 9:33, 34) Os ensinos de Jesus os ajudaram a fazer as pazes. Os conselhos dele, bem como os de alguns de seus discípulos, continuam ajudando pessoas a resolver conflitos e a restabelecer amizades. Vejamos como se faz isso.

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

“Não Sei O Que Mais Ela Quer”


Não é fácil reconhecer as carências emocionais de nosso cônjuge. A pessoa talvez hesite em expressar suas carências a outros, por receio de ser rejeitada, ferida ainda mais, ou desiludida — ou talvez não saiba quais são tais carências. “Juro que não sei o que mais ela quer”, admitiu certo marido. “Ela persiste em dizer que temos de conversar, e, então, quando conversamos, sempre acontece que digo algo errado. . . . Assim, preocupo-me com isso, e passo a não dizer nada.”
A Bíblia, porém, mostra que, em vez de se fechar, como fazia este marido, é preciso que demonstre discernimento. “Os da casa serão edificados pela sabedoria, e serão firmemente estabelecidos pelo discernimento”, declara Provérbios 24:3. Por conseguinte, tente discernir o que há por trás das ações e observações de seu cônjuge. Pergunte a si mesmo: Por que ele (ou ela) está-me dizendo isso? O que ele (ou ela) realmente deseja, ou necessita?
Por vezes, uma esposa talvez deixe o marido perplexo com suas voláteis emoções. Mas “o homem de discernimento é de espírito frio”, e procura ‘extrair’ dela o verdadeiro problema. (Provérbios 17:27; 20:5) Estará ela enfrentando alguma carga emocional opressiva? (Compare com Eclesiastes 7:7.) Será a hostilidade que ela demonstra quanto à hora em que você, leitor, chega a casa do trabalho realmente um brado contra sua indiferença e falta de afeto? Ou será que a feriu por alguma ação impensada? Será preciso algum esforço — e tempo — extra para amainar as coisas? Discernir as carências, contudo, é apenas o primeiro passo. — Provérbios 12:18; 18:19.

Uma Carência Afetiva


Uma “função básica do casamento”, segundo os conselheiros Marcia Lasswell e Normal Lobsenz, talvez seja “obter e dar . . . apoio [emocional] um ao outro”. Devido às agressões do mundo em derredor, é vital tal apoio, por parte daqueles a quem amamos. A falta dele fere profundamente, e “por causa da dor de coração há um espírito abatido”. (Provérbios 15:13) A confiança em si e o espírito da pessoa podem ser abalados.
Quando há dor de coração devido à insensibilidade do cônjuge, amiúde a pessoa fica irada. “Quando ele simplesmente se senta ali e diz que sou emotiva demais, fico louca de raiva”, declarou certa esposa. “Acabo chorando e me sentindo muito mal.” Ou, como Paulo se sentia: ‘Eu notava que, quando estávamos a sós, Joana demonstrava pouco entusiasmo, mas assim que alguém telefonava ou nos vinha visitar, ela ficava muito animada com eles, ignorando-me por completo. Eu ficava desolado, e, ao mesmo tempo, irado, por achar que estava sendo usado. Eu a sustentava, e, mesmo assim, ela agia como se preferisse a companhia de outros.’
Alguns casais preferem sofrer em silêncio, tornando-se, efetivamente, “grandes fingidos”, como se tudo estivesse indo bem em seu casamento. Mas, o corpo sente o que o cérebro prefere ignorar. Dor crônica, dores de cabeça, um nó no estômago, depressão, frigidez e impotência, têm sido comunicados aos médicos por pessoas que têm conflitos maritais não-solucionados. Não raro, a hostilidade crescente culmina numa separação. Os pesquisadores calculam que a metade dos primeiros casamentos que acontecem agora nos Estados Unidos terminarão em divórcio.
Mas, que se pode fazer para sobrepujar os conflitos e cultivar a intimidade? O segredo é: Aplicar os princípios bíblicos. Deus, que fez o coração e a mente, conhece nossas carências emocionais. Por conseguinte, a Bíblia, que contém o conselho dele, fornece a melhor orientação. Um casal deve não só conhecer, mas sinceramente tentar aplicar este conselho inspirado. Se aplicada, a Bíblia pode ajudar o casal a suprir adequadamente as mútuas carências emocionais. — Efésios 5:22-33.

Maridos e esposas — sobrepujem os conflitos através da comunicação




As armas são palavras apontadas com fria precisão para perfurar os pontos fracos da armadura emocional uns dos outros. Até mesmo as arengas, os berros, o espancamento, e jogar coisas em cima dos outros, são a porção diária das famílias que se acham em guerra declarada. Outras famílias, porém, deixaram de combater às claras, e têm-se recolhido a barreiras do silêncio e da chorosa frustração. Todavia, na maior parte, trata-se de membros de famílias que se importam com seu relacionamento uns com os outros. O que os impede, em sua vida doméstica, de obter o calor humano de que eles tão desesperadamente carecem? Como podem melhorar tais condições? Os artigos que seguem fornecem algumas respostas realísticas.
JOANA e Paulo gozavam o que muitos achavam ser um “casamento perfeito”. Paulo, contudo, ficou emocionalmente envolvido com seu trabalho. ‘Quando chegava a casa, só queria falar sobre os excitantes desafios do meu serviço. Embora desse em Joana um beijo e um abraço pró-forma, minha mente estava em outra coisa’, confessou Paulo. Joana não partilhava o entusiasmo dele pelo seu trabalho. Dando duro como jovem mãe, ela se sentia negligenciada e abandonada. Isto gerou ressentimentos, uma vez que Paulo se mostrava insensível para com as emoções dela.
Depois de algum tempo, Joana não se importava mais. Quando Paulo expunha seus problemas, ela respondia com fria indiferença. Ela, emocionalmente, ‘não estava ali’. Apesar de Paulo ser um hábil provedor e ela uma mãe capaz, tinham-se privado mutuamente de uma necessidade básica e de uma das dádivas mais significativas — a intimidade do coração. Tornaram-se emocionalmente estranhos, e esta falta de comunicação pessoal estava lentamente destruindo seu casamento.

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

A FAMÍLIA SOB PRESSÃO


 A família está mudando — infelizmente, não para melhor. Um exemplo vem da Índia, onde a esposa talvez more com a família do marido e trabalhe em casa sob a direção de seus parentes afins. Nos dias de hoje, porém, não é incomum esposas indianas procurarem emprego fora de casa. Mas, mesmo assim, parece que ainda se espera delas que cumpram seus papéis tradicionais no lar. A questão em muitos países é: Em comparação com outros membros da família, quanto trabalho deveria executar em casa a mulher que trabalha fora?

 Nas sociedades orientais são tradicionais os fortes laços de família ampliada. Contudo, sob a influência do individualismo à moda ocidental e das pressões econômicas, o conceito tradicional de família ampliada vem enfraquecendo. Assim, em vez de dever ou privilégio, muitos consideram uma carga cuidar de membros idosos da família. Alguns pais idosos são maltratados. Realmente, maus-tratos e descaso para com os idosos acontecem em muitos países hoje.

 O divórcio é cada vez mais comum. Na Espanha, o índice de divórcios aumentou para 1 em cada 8 casamentos, no começo da última década do século 20 — um grande salto em comparação com 1 para cada 100, apenas 25 anos antes. Na Grã-Bretanha, que alegadamente tem o índice mais elevado de divórcios da Europa (calcula-se que 4 em cada 10 casamentos fracassam), tem havido um surto de famílias sem pai ou mãe.

 Muitos na Alemanha parecem estar abandonando totalmente o conceito de família tradicional. Agora nos anos 90, 35% dos lares alemães se compõem de uma única pessoa, e 31% de apenas duas. Os franceses também estão se casando menos, e os que se casam divorciam-se com mais freqüência e mais cedo do que no passado. Crescente número prefere viver sob o mesmo teto sem as responsabilidades do casamento. Tendências parecidas são vistas no mundo inteiro.

 Que dizer dos filhos? Nos Estados Unidos e em muitos outros países, cada vez mais bebês nascem fora do casamento, alguns de pais que mal entraram na adolescência. Muitas mocinhas têm vários filhos de diferentes pais. Relatórios do mundo inteiro falam de milhões de crianças sem lar que vivem nas ruas; muitas fogem de abusos em casa ou são expulsas por famílias que não mais as podem sustentar.

 Sim, a família está em crise. Além do que já foi mencionado, a rebelião juvenil, o abuso de crianças, a violência contra o cônjuge, o alcoolismo e outros problemas devastadores roubam a felicidade de muitas famílias. Para muitas crianças e adultos, a família está longe de ser um refúgio.

 Qual é a razão da crise na família? Alguns culpam a entrada da mulher no mercado de trabalho. Outros apontam para o atual colapso moral. E ainda outras causas são mencionadas. Quase dois mil anos atrás, um bem-conhecido advogado predisse que as famílias sofreriam muitas pressões, ao escrever: “Nos últimos dias haverá tempos críticos, difíceis de manejar. Pois os homens serão amantes de si mesmos, amantes do dinheiro, pretensiosos, soberbos, blasfemadores, desobedientes aos pais, ingratos, desleais, sem afeição natural, não dispostos a acordos, caluniadores, sem autodomínio, ferozes, sem amor à bondade, traidores, teimosos, enfunados de orgulho, mais amantes de prazeres do que amantes de Deus.” (2 Timóteo 3:1-4) Quem duvidaria de que essas palavras se cumprem hoje? Num mundo nessas condições, é de admirar que muitas famílias estejam em crise?

O QUE É UMA FAMÍLIA?



 Nos países ocidentais, a família normalmente consiste em pai, mãe e filhos. Os avós em geral moram nas suas próprias casas, enquanto podem. Embora se mantenha contato com parentes mais distantes, os deveres para com estes são limitados. Basicamente, este é o tipo de família que consideraremos neste livro. Contudo, outros tipos de família são cada vez mais comuns em anos recentes: família sem pai ou mãe, família de segundo casamento e família de pais que, por algum motivo, não moram juntos.

 Em algumas culturas é comum a família ampliada. Neste sistema, quando possível, os avós são rotineiramente cuidados pelos filhos, e estreitos vínculos e responsabilidades se estendem a parentes distantes. Por exemplo, membros da família talvez ajudem a sustentar, a criar e até mesmo a pagar os estudos de sobrinhos, ou mesmo de parentes mais distantes. Os princípios a serem discutidos neste livro aplicam-se também a famílias ampliadas.

Existe um segredo para uma família feliz?



A FAMÍLIA é a mais antiga instituição na Terra, e ela cumpre um papel vital na sociedade humana. Ao longo da História, famílias fortes têm ajudado a constituir sociedades fortes. A família é a melhor provisão para criar filhos que se tornem adultos responsáveis.

 Uma família feliz é um refúgio de proteção e segurança. Imagine por um instante uma família ideal. No jantar, os pais demonstram seu interesse pelos filhos conversando com eles sobre os eventos do dia. Empolgadas, as crianças contam o que aconteceu na escola. Tais momentos de descontração reanimam a todos para enfrentar mais um dia no mundo lá fora.

3 Numa família feliz, a criança sabe que seu pai e sua mãe cuidarão dela quando adoecer, talvez se revezando ao lado da cama durante a noite. Ela sabe que pode levar à mãe ou ao pai os problemas que enfrenta como jovem e receber conselhos e apoio. Sim, a criança sente-se segura, não importa quão atribulado seja o mundo exterior.

 Ao crescerem, os filhos em geral se casam e constituem a sua própria família. “A pessoa se dá conta da dívida para com os pais só depois que tem os seus próprios filhos”, diz um provérbio oriental. Com profundo senso de gratidão e amor, os filhos adultos procuram tornar feliz a sua própria família, e zelam também pelos seus pais agora idosos que, por sua vez, se alegram com a companhia dos netos.

 Talvez nesse ponto você pense: ‘Bem, eu amo a minha família, mas ela não é como essa que se acaba de descrever. Minha esposa e eu trabalhamos em horários diferentes e dificilmente nos vemos. O que mais falamos é sobre problemas financeiros.’ Ou talvez diga: ‘Meus filhos e netos vivem noutra cidade, e eu nunca os vejo.’ De fato, por razões muitas vezes fora do controle dos envolvidos, grande parte da vida familiar não é ideal. Mesmo assim, alguns têm uma vida familiar feliz. Como? Existe um segredo para uma família feliz? A resposta é Sim. Mas antes de considerá-la, é preciso responder a uma outra pergunta importante.