sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Raiva e ansiedade

“Às vezes”, admite uma vítima da infidelidade, “a emoção que o invade é pura raiva”. Não se trata apenas de uma indignação contra o erro cometido e o sofrimento infligido, mas sim, como explicou uma jornalista, uma “revolta pelo que poderia ter sido [um casamento feliz], mas foi arruinado”.

Também são comuns os sentimentos de baixa auto-estima e de incompetência. Pedro revela: “A gente se pergunta: ‘Será que não sou suficientemente atraente? Sou faltoso em alguma outra coisa?’ A pessoa passa a dissecar a si mesma em busca da falha.” Em seu livro To Love, Honour and Betray (Amar, Honrar e Trair), Zelda West-Meads, do Conselho Nacional Britânico de Aconselhamento Matrimonial, confirma: “Uma das piores coisas a enfrentar . . . é a destruição de sua auto-estima.”

Avalanche de sentimentos

Embora chocantes, as estatísticas sobre infidelidade e divórcio não revelam o pleno impacto que causam no cotidiano das pessoas. Além das enormes implicações financeiras, considere a colossal dimensão dos sentimentos embutidos nessas estatísticas — os rios de lágrimas derramadas, as imensuráveis confusão, pesar, ansiedade e dor excruciante que a infidelidade provoca, bem como as incontáveis e angustiantes noites em claro que os familiares passam. As vítimas em geral sobrevivem à provação, mas com cicatrizes que provavelmente durarão muito tempo. Não é fácil apagar a dor e os danos provocados.

“O colapso conjugal costuma produzir uma enorme explosão de emoções”, explica o livro How to Survive Divorce (Como Sobreviver ao Divórcio), “uma explosão que, às vezes, ameaça obscurecer a sua visão. O que você deve fazer? Como deve reagir? Como dar a volta por cima? Você talvez vacile entre certeza e dúvida, ira e culpa ou confiança e suspeita”.

Pedro passou por isso, depois que soube da infidelidade da esposa. “Quando há infidelidade”, confidencia, “um dilúvio de emoções perturbadoras o invade”. Entender a sensação de devastação é difícil para quem é vítima — quanto mais para os observadores, que pouco conhecem a situação. “Ninguém”, afirma Patrícia, “realmente entende como me sinto. Quando penso que meu marido está com a outra, sinto uma verdadeira dor física, uma dor impossível de explicar”. Ela acrescenta: “Há momentos em que eu penso que vou enlouquecer. Tem dias que parece que está tudo sob controle; no dia seguinte, já não parece assim. Tem dias em que sinto a falta dele; no dia seguinte, lembro-me das tramas, das mentiras e das humilhações.”

Os trágicos resultados da infidelidade

“Fui embora”, disse a mensagem no telefone — provavelmente as palavras mais devastadoras que Patrícia já ouviu de seu marido. “Eu simplesmente não podia crer nessa traição”, diz ela. “O que eu sempre mais temia — que meu marido me largasse por outra mulher — virou uma terrível realidade.”

PATRÍCIA, de 33 anos, realmente queria que seu casamento desse certo; seu marido lhe garantira que nunca a deixaria. “Nós prometemos ficar juntos, acontecesse o que acontecesse”, lembra-se Patrícia. “Eu tinha certeza de que ele falava sério. Daí . . . ele faz isso. Agora não tenho mais nada — nem mesmo um animalzinho de estimação — nada!”

Amilton jamais se esquecerá do dia em que o adultério de sua mãe veio à tona. “Eu tinha apenas 11 anos”, lembra-se. “Minha mãe andava às pressas pela casa. Meu pai a seguia, dizendo, ‘calma, vamos conversar’. Eu pressentia que havia acontecido algo terrível. Meu pai ficou abalado e jamais se recuperou totalmente. E, além do mais, ele não tinha confidente. De modo que recorreu a mim. Imagine: um homem de 40 e poucos anos recorrer a seu filho, de 11 anos, em busca de consolo e empatia!”

Seja os escândalos que abalam realezas, políticos, astros de cinema e líderes religiosos, seja a traição e as lágrimas em nossa própria família, a infidelidade conjugal continua a cobrar um preço terrível. “O adultério”, diz The New Encyclopædia Britannica, “parece ser tão universal e, em alguns casos, tão comum como o casamento”. Alguns pesquisadores estimam que de 50 a 75 por cento dos casados já foram infiéis alguma vez. Segundo a pesquisadora Zelda West-Meads, mesmo que muitos casos de infidelidade passem despercebidos, “todas as evidências apontam para um aumento”.

sábado, 18 de setembro de 2010

“Seu”, “Meu” — De Quem?


Mais de um terço das 86.000 mulheres indagadas numa pesquisa (EUA) o identificaram como sendo o maior problema de seu casamento: o dinheiro! Afirma um artigo de Ladies’ Home Journal (Revista Doméstica das Senhoras): “A questão do dinheiro . . . transforma homens de outra forma sãos em loucos delirantes.” Disse certo marido: “Nosso pior problema era o dinheiro. Apenas a mera falta dele, a sobrepujante falta total dele.” Na verdade, a renda do outro cônjuge poderia amenizar esta pressão, mas, não raro, também cria novos problemas.

Explica Edinho, jovem marido: “Assim que nos casamos, Renata ganhava cerca do mesmo que eu. E, quando passou a ganhar mais do que eu, subconscientemente passei a ter esta sensação de que ‘ela é melhor do que eu’.” O segundo salário também parece inclinar mais a favor da esposa o “equilíbrio de poder”. Talvez ela, compreensivelmente, ache-se com mais direito de dizer como o dinheiro deva ser gasto.

Os homens, porém, refutam em compartilhar este controle. “Ele me fazia dizer, todo dia, quanto dinheiro eu precisava para aquele dia”, lembra uma esposa. “E eu realmente odiava isso.” Um marido inepto com o dinheiro, ou que, pior ainda, desperdiça seus recursos, acirra este ressentimento. Queixou-se uma senhora tanzaniana: “Ele gasta dinheiro com bebidas, e não conosco ou com os filhos. Compartilhamos o trabalho, ou fazemos a maior parte, mas ele pega todo o dinheiro, dizendo-nos que é dele — que ele o ganhou.”

Chegar a um arranjo que satisfaça a ambos os cônjuges, porém, nem sempre é fácil. Edinho e Renata, por exemplo, concordaram em depositar seus salários numa conta conjunta. “Mas quando se tratava de gastá-lo”, relembra Edinho, “os olhos dela eram mais ‘gordos’ que os meus. Quanto mais ela ganhava, mais gastava.” E algumas esposas replicariam que são os maridos que têm olhos ‘gordos’.

Casais de renda dupla — os desafios que enfrentam


“ACHO que o homem é que deveria trabalhar fora, e que deveria trazer o dinheiro para casa”, assevera certo homem. “E, ao concluir seu trabalho, deveria poder sentar-se e descansar o resto do dia.” Todavia, apesar de seus sentimentos obviamente fortes, sua esposa trabalha fora.

Muitos homens vêem-se assim enredados num cabo-de-guerra emocional: a necessidade econômica versus idéias arraigadas sobre a masculinidade. Observa a socióloga Lillian Rubin: “Numa sociedade em que as pessoas de todas as classes são enredadas na luta frenética pela adquisição de bens, em que o senso de valor dum homem, e a definição da sua masculinidade repousa pesadamente sobre sua capacidade de fornecer tais bens, é-lhe difícil admitir que a família realmente precisa da renda de sua esposa para viver como ambos almejariam.” Há homens, por conseguinte, que ficam muito deprimidos, ou hipercríticos, queixando-se de que a esposa se tornou independente demais ou que seu lar já não é tão asseado como antes.

E, quando a mulher percebe mais que o marido, ou consegue um emprego de superior status, o que pode resultar? Afirmava a revista Psychology Today (Psicologia Atual): “Para alguns maridos de pouco êxito cujas esposas são muito bem-sucedidas, o índice de mortes prematuras devidas a doença cardíaca é 11 vezes mais freqüente que o normal.” Informou ainda The Journal of Marriage and the Family (Revista do Casamento e da Família) que, nos casos em que as esposas alcançam ‘maior realização profissional’, “tais casamentos tinham mais probabilidade de acabar em divórcio”.

As esposas, contudo, precisam às vezes travar sua própria guerra contra o ressentimento. Embora conheçam bem as dificuldades econômicas do marido, talvez ainda assim pensem: ‘Por que tenho eu de trabalhar fora? Não devia ele me sustentar?’ Também, ela talvez se veja afligida pelo que o psicólogo, dr. Martin Cohen, chama de a maior fonte de stress entre as mulheres que trabalham fora — “a culpa de não fazerem o suficiente — de não serem uma esposa e mãe tão boa quanto sua mãe foi”.

Por conseguinte, aceitar as realidades econômicas que obrigam tanto o marido como a esposa a serem provedores, pode ser o seu primeiro desafio. Mas, certamente, não será o último.

Quando acabará tal espancamento


DESDE quando, no decorrer da História, a esposa já é submetida a maus-tratos? Uma fonte cita o que se julga ser a mais antiga lei escrita, datada de 2500 AEC, que permitia que os maridos espancassem suas esposas.

Em 1700 AEC, Hamurábi, o rei pagão de Babilônia, criou o famoso Código de Hamurábi, que continha cerca de 300 dispositivos legais pelos quais o homem era governado. O código decretava oficialmente que a esposa deveria mostrar total submissão a seu marido, o qual tinha o direito legal de infligir castigo a ela, por qualquer transgressão.

Chegando ao tempo do Império Romano, o romano Código das Páter-famílias sustentava: “Se apanhares tua esposa em adultério, podes matá-la impunemente, sem julgamento; mas, se tu cometeres adultério ou indecência, ela não deve presumir erguer sequer um dedo contra ti, nem a lei o permitiria.”

Um manual sobre o casamento, escrito no século 15 de nossa Era Comum, aconselhava o marido que visse a esposa cometer uma ofensa “a primeiramente intimidá-la e aterrorizá-la”, e, daí, “a pegar um pau e dar-lhe uma boa surra”.

Na Inglaterra, os legisladores do século 19 tentaram reduzir o sofrimento das mulheres por determinar legalmente as dimensões do pau. Inventaram o que era conhecido como rule of thumb law (regra de procedimento ou análise baseada na experiência ou senso comum], que permitia que o homem surrasse a esposa com um pau “não mais grosso que seu polegar”.

Embora, em muitos países da atualidade, os maridos não mais sejam protegidos por leis que lhes permitam surrar a esposa, estas tradições históricas persistem em muitas partes da Terra. Segundo um relato noticioso da cadeia CBS de TV, num país da América do Sul as mulheres são idolatradas pelos homens. No entanto, paradoxalmente, elas também são degradadas, submetidas a maus-tratos, surradas e assassinadas sem compaixão. Tal conduta é presenciada, continuava o informe, em todos os níveis da sociedade, inclusive em tribunais, onde em “defesa da honra”, um homem consegue safar-se com o homicídio, especialmente se a vítima for a esposa dele. Disse um repórter: “Muitos dos assassinos não são gente simplória, que mora no mato, mas profissionais, homens cultos.”

A ‘defesa da honra’ pode ser acionada por uma simples infração das regras do marido — não ter o jantar preparado na hora, sair sozinha, conseguir um emprego ou um grau universitário, ou deixar de “concordar com todo tipo de relações sexuais que ele deseje”.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

O trabalho em parceria fortalece o comprometimento


O fato de haver comprometimento não quer dizer que o casal nunca discordará entre si. Quando houver um problema, os dois precisarão realmente querer resolver a questão, não apenas por causa do voto que fizeram, mas por causa do vínculo emocional. Referindo-se ao casal, Jesus disse: “Não são mais dois, mas uma só carne.”

O que significa ser “uma só carne”? O apóstolo Paulo escreveu que “os maridos devem estar amando as suas esposas como aos seus próprios corpos”. (Efésios 5:28, 29) Assim, ser “uma só carne” significa, em parte, estar tão interessado no bem-estar de seu cônjuge quanto no seu próprio. As pessoas casadas precisam deixar de pensar em termos de “eu” e “meu” para pensar em “nós” e “nosso”. Uma conselheira matrimonial escreveu: “Os dois devem deixar de ser solteiros no coração, e tornar-se casados no coração.”

Você e seu cônjuge estão “casados no coração”? É possível estar juntos por muitos anos e ainda assim não ser “uma só carne” nesse sentido. Isso pode realmente acontecer, mas o livro Dê uma chance ao tempo diz: “Casamento é sinônimo de partilhar a vida, e quanto mais o casal partilha um com o outro, melhor fica o casamento.”

Alguns casais que não são felizes no casamento ficam juntos por causa dos filhos ou da estabilidade financeira. Outros fazem isso por terem fortes objeções morais ao divórcio ou por medo do que outras pessoas vão pensar se eles se separarem. Apesar de ser elogiável que esses casais permaneçam juntos, precisam lembrar-se de que seu objetivo não deve ser apenas ter um relacionamento que dure, mas um relacionamento em que exista amor.

Comprometimento envolve senso de obrigação


Comprometimento refere-se à condição de estar sob obrigação ou emocionalmente motivado. Às vezes, essa palavra é usada para referir-se a algo impessoal, como um acordo comercial. Por exemplo, um construtor pode sentir-se obrigado a cumprir as exigências de um contrato que ele assinou para construir uma casa. Talvez ele nem conheça quem contratou os serviços, mas ainda assim se sente na obrigação de cumprir sua palavra.

Embora o casamento não seja uma fria transação comercial, o comprometimento envolvido nele inclui o senso de obrigação. É provável que você e seu cônjuge tenham votado solenemente, diante de Deus e do homem, continuar juntos independentemente do que acontecesse. Jesus disse: “Aquele que os criou [ao homem e à mulher] desde o princípio os fez macho e fêmea, e disse: ‘Por esta razão deixará o homem seu pai e sua mãe, e se apegará à sua esposa.’ ” Daí, acrescentou: “O que Deus pôs sob o mesmo jugo, não o separe o homem.” (Mateus 19:4-6) Assim, quando surgem problemas, você e seu cônjuge devem estar bastante determinados a honrar esse compromisso que fizeram. Certa esposa disse: “As coisas só começaram a melhorar quando paramos de considerar o divórcio como opção.”

Mas, para o casal, o comprometimento envolve mais do que ter o senso de obrigação. O que é?

Como fortalecer seu casamento


IMAGINE uma casa em mau estado de conservação. A pintura está descascando, há buracos no telhado e o gramado está cheio de mato. Obviamente, essa construção suportou várias tempestades fortes ao longo dos anos e foi prejudicada pela negligência. Deveria ser demolida? Não necessariamente. Se o alicerce for forte e a estrutura estável, é provável que a casa possa ser reformada.

Acha que há alguma semelhança entre a situação dessa casa e seu casamento? Ao longo dos anos, pode ser que tempestades fortes, por assim dizer, tenham cobrado um tributo de seu relacionamento conjugal. É possível que um de vocês, ou ambos, tenha sido um pouco negligente. Talvez se sinta como Sandy. Depois de 15 anos de casamento, ela desabafou: “Não tínhamos nada em comum, a não ser o fato de estarmos casados. E isso não foi suficiente.”

Mesmo que seu casamento esteja nessa situação, não conclua logo que não tem mais solução. Provavelmente pode ser salvo. Muito depende do grau de comprometimento que existe entre você e seu cônjuge. O comprometimento pode ajudar a dar estabilidade ao casamento em períodos turbulentos. Mas o que é comprometimento? E como a Bíblia pode ajudá-lo a fortalecer sua determinação nesse sentido?

domingo, 5 de setembro de 2010

APRENDER AMOR POR SER AMADO


 Ser o bebê amado é vitalmente importante para o seu desenvolvimento emocional. Aprende a amar por ser amado, pela exposição aos exemplos de amor. Falando sobre o amor a Deus, 1 João 4:19 diz: “Amamos porque ele nos amou primeiro.” As lições iniciais de amor cabem principalmente à mãe. A mãe inclina-se sobre o bebê no berço, põe a mão no peito dele e o sacode suavemente, chegando o rosto perto ao do bebê e diz: ‘Eu te vejo, meu queridinho’, ou algo assim. O bebê, naturalmente, não conhece as palavras (que na realidade talvez nem sejam muito lógicas). Mas remexe-se e arrulha de prazer, porque reconhece que a mão brincalhona e o tom da voz lhe dizem claramente: ‘Eu te amo! Eu te amo!’ Sente-se reconfortado e seguro.

 Os bebês e as criancinhas aos quais se mostra amor apreciam isso, e, imitando o amor, praticam-no, pondo os pequenos braços em volta do pescoço da mãe e dando-lhe entusiásticos beijos. Agradam-se da acolhedora reação emocional que recebem da mãe, em resultado disso. Começam a aprender a lição vital de que há felicidade tanto em dar amor como em recebê-lo, de que, por semearem amor, também o colhem em troca. (Atos 20:35; Lucas 6:38) A evidência mostra que, se não houver logo contato com a mãe, mais adiante a criança pode achar difícil ter profundo apego e compromisso com outros.

 Visto que as crianças começam a aprender logo após o nascimento, os primeiros anos são os mais vitais. Durante esses anos, o amor da mãe é decisivo. Se ela conseguir mostrar e ensinar amor — não indulgência — poderá causar um bem duradouro; se falhar nisso, poderá causar dano permanente. Ser boa mãe é um dos trabalhos mais desafiadores e recompensadores que a mulher pode ter. Apesar de todas as tensões e demandas que causa, que outra “carreira” que o mundo oferece pode sequer chegar perto disso em significado e satisfação duradoura?

O PAPEL DECISIVO DA MÃE


O recém-nascido é totalmente dependente da mãe quanto às suas necessidades imediatas. Se ela amorosamente suprir essas necessidades, o bebê sentir-se-á seguro. (Salmo 22:9, 10) Precisa ser bem alimentado, e mantido limpo e quente; mas, não basta suprir-lhe as necessidades físicas. As necessidades emocionais são igualmente importantes. Se o bebê não receber amor, tornar-se-á inseguro. A mãe logo pode aprender a saber quão grande é realmente esta necessidade, quando seu bebê clama por atenção. Mas, se os seus choros forem constantemente desconsiderados, poderá adoecer. Se sofrer privação emocional por um período de tempo, fica afetado seu desenvolvimento emocional pelo resto de sua vida.

 Experiências feitas em muitos lugares diferentes confirmaram o seguinte fato: Os bebês adoecem e até mesmo morrem se forem privados de amor, conforme expresso pela fala e pelo toque, por carícias e abraços. (Veja Isaías 66:12; 1 Tessalonicenses 2:7.) Embora outros possam fazer isso, a mãe, em cujo ventre o bebê passou a viver e foi nutrido durante os primeiros meses de sua vida, além de qualquer dúvida, é a pessoa mais indicada para isso. Ocorre uma interação natural entre mãe e filho. O desejo instintivo dela, de segurar o bebê recém-nascido perto de si, é correspondido pela busca instintiva do seu seio pelo bebê.

As pesquisas têm demonstrado que o cérebro do bebê é muito ativo e que se promove o desenvolvimento mental quando se lhe estimulam os sentidos do tato, da audição, da visão e do olfato. Quando o bebê mama, ele percebe o calor e o cheiro da pele da mãe. Olha quase que continuamente para o rosto dela, enquanto mama. Não só ouve a voz dela, quando fala ou canta, mas também as batidas de seu coração, o som que ouvia enquanto ainda estava no ventre. Numa publicação norueguesa, a psicóloga de crianças Anne-Marit Duve observou:

“Visto que a atividade dos alunos revela claramente o grau de atividade cerebral, temos motivos para crer que um elevado grau de estímulo da pele, um alto grau de contato — não sendo um dos menos importantes o contato durante a amamentação — pode estimular a atividade mental, a qual, por sua vez, pode levar a maior capacidade intelectual na vida de adulto.”

 Portanto, quando o bebê sente freqüentemente o toque da mãe, quando ela o apanha, abraça ou banha e seca, o estímulo que recebe desempenha um papel importante no seu desenvolvimento e no que será na vida posterior. Embora levantar-se durante a noite e gastar tempo em acalmar o bebê que chora não seja o passatempo mais agradável, o conhecimento dos benefícios posteriores pode compensar em muito a perda de sono.

Seu papel como pai ou mãe


NA VIDA, muitos acontecimentos nos afetam em grau muito limitado. Outros têm efeito maior e duradouro. O nascimento dum filho claramente é um destes últimos. Depois disso, a vida nunca mais será a mesma para o marido e a mulher. Embora a nova personalidade seja muito pequena no lar, ela se fará sentir com uma voz e uma presença que não podem ser desconsideradas.

 A vida dos pais deve tornar-se mais rica e mais feliz. Mas, apresenta um desafio, e, para se obterem os melhores resultados, ambos os genitores precisam enfrentar este desafio. Foram necessários vocês dois para produzir o filho, e ambos desempenharão um papel vital no desenvolvimento de seu bebê, a partir do nascimento. Nunca antes foi tão grande a necessidade de sincera, unida — e humilde — cooperação.

A compreensão do papel desempenhado por cada genitor, e como estes papéis podem ser harmonizados, deve ajudar muito em satisfazer as necessidades de seu bebê, com bons resultados. Precisa haver equilíbrio. Embora a mente se esforce a ser razoável, as emoções amiúde causam desequilíbrio. Temos a tendência de ir a extremos, do muito pouco para o excesso, e novamente de volta ao muito pouco. É desejável que o pai exerça a chefia, mas, se ele se exceder nisso, tornar-se-á autoritário. Convém que a mãe participe na educação e na disciplina dos filhos, mas, se ela assumir estes deveres e excluir o pai, minará a estrutura da família. O que é bom é bom, mas algo bom pode tornar-se mau se for levado a extremo. — Filipenses 4:5.