segunda-feira, 31 de maio de 2010

Conflitos: “A gente vive brigando”

Cindy, lembrando o começo de sua vida de casada, diz: “É incrível como nós brigávamos — gritávamos, ou, pior ainda, ficávamos emburrados por vários dias.”

Diferenças de opinião são inevitáveis no casamento. Mas como se lida com elas? “Num casamento saudável”, escreve o Dr. Daniel Goleman, “marido e mulher não têm receio de expressar suas queixas. Mas o que acontece muitas vezes é que na hora da raiva as queixas são desferidas de forma destrutiva, como ataque à personalidade do outro”.

Quando isso acontece, a conversa se transforma num campo de batalha: os pontos de vista são defendidos com unhas e dentes, e as palavras são usadas como armas, não como meio de comunicação. Um grupo de estudiosos diz: “Nas brigas que fogem ao controle, uma das coisas mais destrutivas é que o casal tende a dizer um ao outro coisas que ameaçam o próprio âmago do casamento.”

Incompatibilidade: “Não temos nada em comum”

“Eu e meu marido somos diametralmente opostos em quase tudo”, diz certa mulher. “Não passa um dia em que não me arrependa amargamente de ter me casado com ele. Somos totalmente incompatíveis.”

Em geral não leva muito tempo para um casal descobrir que não tem tantas coisas em comum como parecia durante o namoro. “O casamento muitas vezes traz à tona certas características de personalidade que a própria pessoa desconhecia quando era solteira”, escreve a Dra. Nina S. Fields.

O resultado é que depois do casamento alguns casais podem chegar à conclusão de que são totalmente incompatíveis. “Apesar de terem algumas coisas em comum com relação a gostos e personalidade, a maioria se casa com grandes diferenças no estilo de vida, hábitos e atitudes”, diz o Dr. Aaron T. Beck. Muitos casais não sabem lidar com essas diferenças.

Decepção: “Não era isso o que eu esperava”

“Quando me casei com Jim”, diz Rose, “pensei que seríamos a versão moderna da Bela Adormecida e do Príncipe Encantado — tudo era romance, carinho e consideração um pelo outro”. Mas não demorou muito e o seu “Príncipe Encantado” perdeu o encanto. “Acabei me decepcionando muito com ele”, diz ela.

Muitos filmes, livros e canções populares pintam um quadro irrealista do amor. Durante o namoro, o casal pode achar que está vivendo a realização de um sonho. Mas depois de alguns anos de casados, talvez cheguem à conclusão de que tudo realmente não passou de um sonho! Se a realidade não corresponde às expectativas de viver um conto de fadas, a pessoa pode achar que seu casamento, que tem o potencial de dar certo, é um fracasso total.

É claro que algumas expectativas num casamento são totalmente justificadas. Por exemplo, é apropriado esperar amor, atenção e apoio do cônjuge. No entanto, até mesmo esse desejo pode não ser satisfeito. “Nem parece que sou casada”, diz Meena, uma jovem recém-casada da Índia. “Eu me sinto só e abandonada.”

Por que o amor acaba?

“É mais fácil se apaixonar do que continuar apaixonado.” — Dra. Karen Kayser.

TALVEZ não surpreenda que haja tantos casamentos sem amor. O matrimônio é um relacionamento humano complexo, e muitos entram nele sem estar preparados. “Para tirar a carteira de motorista, a pessoa tem de saber dirigir”, diz o Dr. Dean S. Edell, “mas basta uma assinatura para obter a certidão de casamento”.

Assim, ao passo que muitos casamentos vão bem e são realmente felizes, inúmeros outros estão em crise. Talvez um ou ambos os parceiros tenham se casado com expectativas elevadas, mas não estavam devidamente preparados para manter uma relação duradoura. “Quando duas pessoas começam um relacionamento”, explica o Dr. Harry Reis, “elas se identificam muito uma com a outra”. Acham que aquela pessoa é a “única no mundo que enxerga as coisas como ela. Com o tempo talvez descubram que não é bem assim, e essa constatação pode corroer o casamento”.

Felizmente, muitos casamentos não chegam a esse ponto. Mas consideremos brevemente alguns fatores que em determinados casos acabaram destruindo o amor.

sábado, 29 de maio de 2010

Uma Experiência Dolorosa

O divórcio é amiúde uma experiência muito dolorosa. Pode ser comparada a uma operação que deixa horríveis cicatrizes. Segundo a pesquisa, comparado com a morte de um cônjuge, o divórcio está em segundo lugar como fator precipitante de tensão na vida.

O jornal Telegraph de Brisbane, Austrália, citava um consultor de tribunal de divórcio que teria dito que o divórcio é “como se morresse um parente próximo. As partes na desintegração do casamento podem atravessar um período de pesar e de tristeza, passando pela mesma experiência emocional como se um ente querido tivesse morrido”.

Com um cônjuge que parece “impossível” e uma situação muito infeliz no lar, alguém poderá chegar a raciocinar que qualquer mudança só pode ser melhor. Talvez anseie ver-se livre e viver de novo como solteiro. Entretanto, a coisa não é tão simples assim. Disse o sociólogo Robert Weiss: “As pessoas precisam entender que o divórcio é uma cirurgia drástica.”

Essas expressões indicam a dor que pode resultar de se cortarem os laços que antes existiam. Esses laços entre marido e mulher incluem os laços físicos, emocionais, mentais e, em alguns casos, espirituais. Despedaçar tudo isso é deveras uma “cirurgia drástica”. E não é de surpreender, quando consideramos o que o Originador do casamento, o Deus Todo-poderoso, disse depois de fazer a primeira união assim: “O homem deixará seu pai e sua mãe, e tem de se apegar à sua esposa, e eles têm de tornar-se uma só carne.” — Gênesis 2:24.

É necessário este divórcio?

NA MAIORIA dos países o índice de divórcio aumenta vertiginosamente. Segundo o Americana Annual, “quase quatro de cada dez casamentos recentes nos E.U.A. poderão terminar em divórcio, se os índices atuais de divórcio persistirem”. Todo ano, mundialmente, multidões de pessoas decidem que não agüentam mais seu casamento.

Por quê? O que desencadeia essa tragédia? “Cem, mil coisas diferentes”, escreveu Morton Hunt no seu livro The World of the Formerly Married (O Mundo dos Que Antes Eram Casados). Ele incluiu problemas financeiros, a dominação exercida por uma das partes sobre a outra, o adultério, a embriaguez, as diferenças de personalidade, a falta de interesse pela vida no lar, as diferenças culturais, a imaturidade, a influência dos parentes e a incompatibilidade sexual. Naturalmente, a lista é muito mais longa, visto que o assunto é muito complexo.

Ao se manifestarem os defeitos, o amor romântico e a afeição podem acabar. Aumentam a frustração e a decepção. Ao invés de felicidade e harmonia, há desentendimentos e tensão. No lugar da confiança e do amor, aumentam a suspeita e o ressentimento. A situação se torna difícil de suportar.

Amiúde o raciocínio dos que procuram livrar-se de seu casamento insatisfatório é: ‘Tentamos, mas não deu certo. Simplesmente não podemos continuar assim. Portanto, para que prolongar o sofrimento? O divórcio é aceitável hoje em dia, e não é, portanto, melhor do que um casamento infeliz?’

Isso pode ser verdade em alguns casos. Por exemplo, quando um cônjuge fica imoralmente envolvido com outra pessoa, e não sente lástima nem expressa arrependimento, então uma ação legal poderá ser apropriada. — Mateus 19:9.

Entretanto, incontáveis casais divorciados aprenderam pela experiência amarga que o divórcio nem sempre é a solução.

A solidão colhe seu tributo

O ÍNDICE de mortalidade entre os solteiros e viúvos é significativamente maior do que entre os casados, da mesma faixa etária, afirma o Dr. James Lynch, da Universidade de Maryland, EUA. Um estudo das estatísticas de mortes devidas a várias causas, nos EUA, indica que os índices de mortalidade entre os viúvos e divorciados são especialmente elevados.,

À guisa de exemplo, a morte devido a doenças coronárias é de duas a cinco vezes maior entre os não casados. Os suicídios e o tempo passado nos hospitais psiquiátricos, e nas prisões, são muito maiores para as pessoas não casadas. O estudo revela que os solteiros têm 23 vezes mais probabilidade de passar algum tempo num hospital psiquiátrico do que os homens casados; e as mulheres não casadas, 10 vezes mais do que as casadas. O índice de detenção era 20 vezes maior para homens divorciados do que para os homens casados, e 18 vezes maior para homens separados, e sete vezes maior para os viúvos.

Evidentemente, a solidão, sem esperança de melhor futuro e sem associações prestimosas e amorosas, traz a angústia mental e emocional que encurta a vida.

segunda-feira, 24 de maio de 2010

“Menos estáveis que os casamentos”

  Muitos casais moram juntos sem o compromisso do casamento. No entanto, segundo um relatório dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças, dos Estados Unidos, tais uniões são ainda “menos estáveis que os casamentos”. Alguns desses casais moram juntos com o objetivo de, antes do casamento, avaliar a sua compatibilidade. Será que isso elimina o risco de duas pessoas incompatíveis se unirem, e melhora os casamentos subseqüentes? De acordo com o periódico Journal of Marriage and Family, as evidências mostram o contrário. “Entre as pessoas que viveram juntas e depois se casaram, há menos prazer conjugal . . . , mais casos de problemas conjugais e . . . a incidência de uniões desfeitas [divórcio] . . . é maior”, diz esse periódico.
“Numa sociedade acostumada com o que é descartável, provavelmente as pessoas terão a mesma atitude para com os relacionamentos.” — SANDRA DAVIS, ESPECIALISTA EM DIREITO DE FAMÍLIA

Por que alguns casamentos fracassam

 Uma cristã passou recentemente pelo trauma do divórcio — o marido a abandonou depois de 12 anos de casados e começou um relacionamento com outra mulher. Será que ela havia percebido alguma coisa antes da separação? Ela explica: “Ele chegou ao ponto de não orar mais. Dava desculpas banais para não ir às reuniões cristãs e ao serviço de pregação. Ele alegava estar muito ocupado ou muito cansado para passar tempo comigo. Não falava comigo. Estava espiritualmente alienado. Era triste ver que ele não era mais o homem com quem eu tinha me casado.”

 Outros relatam que perceberam indícios semelhantes, incluindo a negligência no estudo pessoal da Bíblia, nas orações e na assistência às reuniões cristãs. Em outras palavras, muitas pessoas que por fim abandonaram o cônjuge permitiram que seu relacionamento com Deus enfraquecesse. Por causa disso, sua visão espiritual ficou embaçada. Para eles,  não era mais um Deus vivente. O prometido novo mundo de justiça deixou de ser uma realidade. Em alguns casos, esse enfraquecimento espiritual já existia antes de o cônjuge infiel iniciar um relacionamento extraconjugal. — Hebreus 10:38, 39; 11:6; 2 Pedro 3:13, 14.

 Por outro lado, um casal muito feliz atribui o sucesso de seu casamento a vínculos espirituais fortes. Eles oram juntos e estudam juntos. O marido diz: “Lemos a Bíblia juntos. Vamos ao serviço de pregação juntos. Gostamos de fazer coisas juntos.” A lição é clara: manter uma boa relação com Deus contribuirá muitíssimo para um casamento sólido.

Não se apresse a casar

 Podem surgir problemas no casamento quando duas pessoas se casam apressadamente. Pode ser que sejam muito jovens e inexperientes. Ou talvez não tomem o tempo necessário para conhecer um ao outro — o que gostam e o que não gostam, os alvos e a formação familiar. É sábio ser paciente e tomar tempo para conhecer o prospectivo cônjuge. Lembre-se de Jacó, o filho de Isaque. Ele teve de trabalhar por sete anos para seu futuro sogro antes de poder casar-se com Raquel. Ele se dispôs a fazer isso porque seus sentimentos se baseavam em amor verdadeiro, não apenas em atração física. — Gênesis 29:20-30.

 Casar-se não é simplesmente ter um relacionamento romântico. O laço marital une duas pessoas que foram criadas de modo diferente uma da outra, com personalidade e constituição emocional distintas e, em geral, formação educacional também diferente. Às vezes, é a união de duas culturas ou até mesmo de dois idiomas. No mínimo, une duas vozes, capazes de expressar opiniões diferentes sobre todos os assuntos. Essas duas vozes são um componente muito importante do casamento. Podem ser constantemente críticas e queixosas, ou podem ser afetuosamente encorajadoras e edificantes. Sim, com as nossas palavras podemos ferir ou curar o cônjuge. Falar de modo impensado pode causar tensão no casamento. — Provérbios 12:18; 15:1, 2; 16:24; 21:9; 31:26.

 Portanto, é sábio tomar tempo para conhecer bem um prospectivo cônjuge. Uma cristã casada há muito tempo disse: “Quando você encontrar um provável cônjuge, pense em talvez uns dez requisitos básicos que você gostaria de ver nessa pessoa. Se conseguir encontrar só sete, pergunte-se: ‘Será que estou disposto(a) a desconsiderar os três que estão faltando? Será que no dia-a-dia eu poderia suportar a falta dessas qualidades?’ Se você tiver dúvidas, pare e reflita sobre o assunto.” É claro que você precisa ser realista. Se quer se casar, saiba que nunca vai encontrar o par perfeito. Ao mesmo tempo, a pessoa com quem vier a se casar tampouco terá encontrado o cônjuge perfeito! — Lucas 6:41.

 O casamento inclui sacrifícios. Paulo destacou esse ponto quando disse: “Quero que estejais livres de ansiedade. O homem não casado está ansioso das coisas do Senhor, de como pode ganhar a aprovação do Senhor. Mas o homem casado está ansioso das coisas do mundo, de como pode ganhar a aprovação de sua esposa, e ele está dividido. Além disso, a mulher não casada, e a virgem, está ansiosa das coisas do Senhor, para que seja santa tanto no seu corpo como no seu espírito. No entanto, a mulher casada está ansiosa das coisas do mundo, de como pode ganhar a aprovação de seu marido.” — 1 Coríntios 7:32-34.

Como ter sucesso no casamento no mundo atual?




“Revesti-vos de amor, pois é o perfeito vínculo de união.” — COLOSSENSES 3:14.

QUANDO olhamos para a congregação cristã, não é animador ver que há muitos casamentos em que o marido e a esposa têm sido leais um ao outro por 10, 20, 30 anos ou mais? Eles têm se apegado ao seu cônjuge nos bons e nos maus momentos. — Gênesis 2:24.

2 Muitos deles admitem que o casamento tem seus desafios. Uma estudiosa do assunto escreveu: “Os casamentos felizes não estão livres de problemas. Há épocas felizes e outras difíceis . . . Mas de algum modo . . . essas pessoas permanecem casadas apesar do [tumulto] da vida moderna.” Casais bem-sucedidos aprenderam a lidar com as tempestades e crises inevitáveis que resultam das pressões da vida, especialmente se tiveram de criar filhos. A experiência ensinou a esses casais que o amor “nunca falha”. — 1 Coríntios 13:8.

 Por outro lado, milhões de casamentos sofreram naufrágio. Um relatório diz: “Acredita-se que, atualmente, metade de todos os casamentos realizados nos EUA terminam em divórcio. E metade desses [divórcios] acontecerá antes do oitavo ano do casamento . . . Entre os 75% das pessoas que voltam a se casar, 60% se divorciarão novamente.” Mesmo em países onde os índices de divórcio eram baixos, ocorreram mudanças. Por exemplo, no Japão, o índice de divórcios quase dobrou em anos recentes. Quais são algumas pressões que levam a essa situação, pressões que às vezes se manifestam dentro da própria congregação cristã? O que é preciso fazer para ter sucesso no casamento, apesar dos esforços de Satanás de desgastar essa instituição?

sábado, 22 de maio de 2010

Viver Juntos — Há Desvantagens?

No livro Unmarried Cohabitation (Coabitar sem se Casar), o pesquisador J. Trost, depois de apresentar dados coletados dum estudo do assunto, revelou que “a freqüência de dissolução entre os coabitantes não-casados é cerca de o dobro da que há entre os casados”.

Jan e Anna viveram juntos por três anos antes de se casarem. Quão estável era o relacionamento inicial deles? “Verificamos que um relacionamento casual apenas deixava a porta dos fundos aberta para outros relacionamentos sem compromisso. Quando a pessoa é apenas coabitante, torna-se mais prontamente disponível para mais alguém.”

Lars e Anette também moraram juntos três anos, antes de se casarem. Afirma Lars: “Quando surgiam problemas, estávamos mais inclinados a fugir um do outro do que a sentar e resolver os assuntos, como tentamos fazer agora, estando casados.” Anette acrescenta: “Não sei quantas vezes fiquei com raiva de Lars, e lhe disse que juntaria minhas coisas e iria embora. Jamais faço isso agora.”

“Minhas coisas”, Anette disse. Isto reflete como os pares não-casados talvez encarem seus pertences — divididos em “minhas” coisas e as “suas”. Alguns guardam cuidadosamente os recibos e gravam ou escrevem seus nomes nas coisas que compram — só como precaução. Parece-lhe isto a base dum relacionamento estável e duradouro?

E o que acontece se chega o momento em que o par resolve separar-se? A partilha dos bens pode ser verdadeiro problema, resultando em discussões e em grandes injustiças. Por exemplo, se a mulher ficou cuidando das crianças e da casa, ela pode correr o risco de ficar destituída dos bens, pois era o parceiro dela quem ganhava dinheiro e comprava a maioria das coisas. Talvez haja pouco que ela possa fazer legalmente, por não serem casados. Assim, que acontece com ela quando se separam?

Alguns casais afirmam que vivem juntos algum tempo só para ver se são compatíveis para o casamento. Acham que, em resultado disso, seu futuro casamento será mais estável. Acontece isto? Por exemplo, será que o índice de divórcios diminuiu nos países em que este costume é comum?

Tome-se a Suécia por exemplo. Os peritos ali calculam que 99 por cento de um grupo atual de recém-casados já viviam juntos antes de se casar. Se a coabitação sem matrimônio resulta em casamentos mais seguros, então seria de esperar que a taxa de divórcios naquele país decrescesse. Todavia, as estatísticas mostram que, nos 25 anos decorridos entre 1958 e 1983, ao passo que o número anual de casamentos diminuiu de 50.785 para 36.210, o total de divórcios aumentou de 8.657 para 20.618. Assim, indicam os fatos que viver juntos tenda a resultar em casamentos mais estáveis?

Viver juntos ou casar-se?


“Isso é simples burocracia! Uma certidão não representa nada. O que vale é o amor. Viver juntos é um relacionamento mais romântico. A gente precisa tomar mais cuidado e mostrar mais consideração um para com o outro, quando não se têm um vínculo legal.” Foi assim que Jan e Anna arrazoaram quando começaram a viver juntos.

ALGUNS casais assim pensam, evidentemente — que por viverem juntos, sem os vínculos legais, terão receio de perderem um ao outro. Desta forma, terão mais cuidado um com o outro e com seu relacionamento. À primeira vista, pode parecer um bom raciocínio. Mas serão tais relacionamentos em geral mais estáveis do que o casamento legal?

sexta-feira, 21 de maio de 2010

“Casamento Experimental” — Solução Satisfatória?

Naturalmente, não há nada de novo na idéia de duas pessoas viverem juntas sem primeiro se casarem. O que é novo é o número dos que fazem isso abertamente. Nos Estados Unidos, certo relatório do governo indicava que, entre 1960 e 1970, houve um aumento de 700 por cento em casais amigados. Relatórios mais recentes indicam um salto ainda maior.

Além do óbvio conflito para a consciência cristã, a questão é: Será que tais casais usufruem o “casamento”? Será que coabitarem os remove da confusão e os coloca num relacionamento significativo e permanente?

A verdade é que, embora alguns casais amigados possam viver juntos a vida inteira, em geral tais ligações têm vida curta. O fruto delas é amargo e, não raro, tão emocionalmente desastroso quanto o divórcio. Por quê?

Reflita honestamente um instante. Que espécie de relacionamento é esse que dá mais valor à ‘liberdade de partir’ do que ao verdadeiro compromisso mútuo? Embora um casal talvez afirme que não está egoistamente apenas ‘recebendo’ mas está ‘partilhando’ o prazer, será razoável dar algo tão precioso e íntimo sem haver um compromisso?

Uma definição de “experimental” é “fundado na experiência”. Pode alguém dar-se ao luxo dum casamento experimental? Afinal de contas, não estamos considerando uma peça de roupa. Se esta for rasgada ao meio ou jogada fora, a pessoa simplesmente sai e compra outra roupa. Mas, as ‘cicatrizes’ emocionais dum relacionamento íntimo cortado são de muito maior alcance; têm levado alguns ao ponto de se suicidarem.

Até mesmo os casais que genuinamente se interessam um pelo outro enfrentam o problema abalador: a insegurança. Conforme um casal amigado respondeu a um parente que perguntou por que se iriam casar agora: “Por que queremos — queremos o compromisso.”

Outrossim, que dizer do argumento de que ‘realmente a gente não sabe com certeza como será o casamento com outra pessoa até que o experimente’? Certo autor comentou sabiamente a respeito de casais amigados: “Os ajustes do casamento não podem ser testados na condição de solteiro. Os que procuram fazer um teste, mesmo quando parece ser bem sucedido, não provam que conseguem viver juntos e felizes no casamento.” E pessoas que viveram sexualmente amigadas com vários parceiros não entram num novo relacionamento com grande visão. Comparado ao pouco que tenham aprendido, o preço emocional as deixou menos capazes de enfrentar os problemas, menos prontas a dar de si mesmas e menos prontas a confiar.

Naturalmente, a virtude antiquada do “autodomínio” não é popular hoje em dia. É considerada repressiva, inibidora, prejudicial à personalidade. Todavia, em resposta à pergunta: “É perigosa a restrição sexual?”, o livro Marriage for Moderns (Casamento Para a Gente Moderna), declara: “O controle sexual antes do casamento abrange menos riscos fisiológicos, psicológicos e sociais do que a gratificação sexual.”

Assim, o “casamento experimental”, como se dá com outros mitos matrimoniais, é um alicerce perigoso e frágil sobre o qual edificar. “Bem”, talvez arrazoe, “isso me ajuda a conhecer alguns conceitos a evitar, mas será que restam quaisquer princípios ‘positivos’? Como posso saber se estou preparado para o casamento? Como posso escolher sabiamente um cônjuge?”

Simplesmente não há ‘respostas-lemas’ para tais perguntas difíceis. No entanto, existem realmente orientações para o benefício daqueles que têm visão para ‘verem bem onde pisam’. Vamos explorá-las no artigo seguinte.

Será “Anormal” Ficar Solteiro?

Infelizmente, alguns mitos matrimoniais exercem grande pressão sobre os solteiros. Dois destes mitos, amiúde advogados por parentes e amigos, são de que ‘há algo de errado com alguém que não se casa’ e que ‘alguém é melhor do que ninguém’. Tais ditados proclamam, assim, que ficar solteiro é algo inerentemente ruim. Faz-se que a pessoa se sinta “anormal”, ou, talvez, até mesmo latentemente homossexual.

Uma coisa é a pessoa sentir necessidade de casar-se e não se casar por ter medo do casamento. Outra muito diferente é o solteiro reconhecer que não precisa casar-se. Afirma o educador, Dr. Henry Bowman: “Caso [a pessoa] sinta que permanecer solteiro é o modo de obter maior felicidade na vida, ele [ou ela] deve, a todo transe, permanecer solteiro. . . . Há solteiros bem ajustados; há ‘solteironas’ e ‘solteirões’ casados.”

Sim, ao invés de ser, com medo, “atirado” a um casamento não desejado, é melhor reconhecer o que o mestre sábio, Jesus Cristo, conhecia sobre as pessoas. Ele disse que alguns tinham o “dom” ou a habilidade de ser felizes por permanecerem solteiros, e incentivou os cristãos que tinham tal “dom” a apegar-se a ele e usá-lo para servir a Deus. — Mat. 19:10-12.

Um mito é uma fantasia, uma mentira popular. E podemos, com certeza, ver como seguir a quaisquer de tais mitos que consideramos aumentaria a confusão daquele que contempla a questão de casar-se ou ficar solteiro. No entanto, muitos jovens modernos gostariam de dizer-nos que não há nada a temer de qualquer fantasia. Siga as suas emoções, afirmam. Não se preocupe em cometer algum erro. Antes, vivam juntos por algum tempo e então se ‘continuarem se amando’, casem-se. Bem, será o “casamento experimental” um modo de sair do dilema, ou se trata de ainda outro mito?

Confronte os ‘Mitos Matrimoniais’

Naturalmente as circunstâncias e as necessidades duma viúva com filhos pequenos, de um homem mais velho e divorciado e dum jovem adulto diferem grandemente. Todavia, os solteiros de todas as idades confrontam certos “mitos” populares sobre o matrimônio que aprofundam grandemente seu dilema. Investigar o valor de alguns deles poderia ajudar a acabar com parte da confusão.

Um mito comum é que, visto que os ‘pólos se atraem’, alguém muito diferente de você dará graça a um casamento. Há, por certo, muita curiosidade sobre alguém que venha dum ambiente, duma religião ou nacionalidade contrastantes. Todavia, os estudos científicos até à data indicam sobrepujantemente que tais uniões apresentam maior incidência de divórcio. Exemplificando: O Dr. Dominion, em seu livro Marriage Breakdown (Dissolução do Casamento), comenta: “A conclusão de todos os principais estudos parece indicar que casamentos [religiosamente] mistos . . . correm deveras maior risco de dissolução matrimonial.”

É difícil crer nisso? Realmente, não lhe indica o bom senso que seus amigos são aqueles com quem partilha interesses similares? Como pode dar-se com alguém que constantemente caminha em outra direção ou que talvez despreze as coisas que você aprecia? A Bíblia, em Gênesis, capítulo dois, refere-se à criação da mulher para ser “ajudadora” do homem. Bem, se você e sua ajudadora hão de dar-se bem em feliz harmonia, não deviam os dois ter interesses, alvos e padrões morais similares?

Em realidade, quanto mais um casal concordar naquilo que ambos sustentam ser os aspectos mais importantes da vida, tanto mais suave será sua vida diária. Aquilo que é diferente talvez, de início, seja excitante, mas, dentro em breve pode tornar-se fonte de tensão.

Quanto a outros mitos matrimoniais, sem dúvida o maior número deles relaciona-se à paixão. Tem-se definido a paixão como “admiração tola”, a idealização duma pessoa a quem realmente não conhece. O mito de ‘pares perfeitos’ e o mito do ‘amor à primeira vista’ são ambos sintomas de paixão.

Quando alguém procura um cônjuge em termos de Sr. Certinho e Srta. Perfeita, há a expectativa de que, subitamente, surja o cônjuge perfeitamente talhado para ele. Por certo, a pessoa é, de início, naturalmente mais atraente para alguns do que para outros — sua aparência, seus modos, a disposição da pessoa na ocasião, influem todos sobre isso. O que é muito perigoso é atribuir a tal pessoa as qualidades místicas de Príncipe (ou de Princesa) Encantado, formando rápido um anseio por tal pessoa, e então esperando ‘viverem felizes para sempre’.

Mas, poderia dizer, embora tal possa acontecer, de início, no processo do namoro sério, a pessoa apaixonada com o tempo verá deveras como a ‘pessoa é realmente’. Infelizmente, isto nem sempre acontece. A paixão pode continuar até o casamento. Como assim? Quando um relacionamento é tão “repleto” de emoções desde o início, com freqüência leva a um relacionamento muito físico. Tais pessoas apaixonadas não raro suavizam as diferenças com carinhos apaixonados. O resultado desastroso é que dois virtuais estranhos entram no vínculo mais íntimo da vida.

“A idéia de que, em alguma parte do universo, há um ‘par perfeito’ para todos acha-se profundamente arraigada na ficção e na tradição”, afirma o livro Making the Most of Marriage (Aproveitando ao Máximo o Casamento). Continua: “Um conceito mais prático é o de que a pessoa bem ajustada pode casar-se com qualquer uma dentre várias pessoas e ser feliz, ao passo que a pessoa desajustada e infeliz não pode casar-se com ninguém com êxito.” A verdade disto parece ser apoiada pelas viúvas e pelos viúvos que, com o tempo, casaram-se de novo e encontraram a felicidade.

O dilema que confronta os solteiros

PRECISA-SE DUM MARIDO — Procura-se um homem amoroso, voltado para o casamento, de temperamento brando, que seja bom provisor, entre 27 e 40 anos, queira mandar foto. Sincera e solitária. N.° 312.456.

AO PASSO que poucos mandaram publicar um anúncio de “precisa-se” como o acima, muitos podem compreender o doloroso dilema aqui descrito. De modos mais sutis, também “anunciaram” e verificaram que encontrar um cônjuge no mundo atual é com freqüência um processo frustrador e complexo.

Elaine, mulher solitária de seus trinta e poucos anos, fala do ponto de desespero a que chegou: “Não havia ninguém com quem eu realmente pudesse conversar. Parei de comer e começava a chorar sem nenhum motivo. E não podia fazer confidências a ninguém, porque meus sentimentos eram tão intensos que eu ficava envergonhada. . . . Acho que as pessoas já desistiram de mim quanto ao casamento.” — Post de Nova Iorque.

Embora preocupados, os milhares de homens e mulheres iguais a Elaine usualmente não estudaram o porquê de suas circunstâncias. Com freqüência, não estão a par dos estudos de sociólogos que indicam a crescente dificuldade de se encontrar um bom cônjuge. Não sabem que tal pesquisa põe a culpa em fatores tais como a maciça mudança da vida rural para a citadina, e a acompanhante “revolução moral” que questiona quase todo aspecto do relacionamento entre o homem e a mulher.

Entretanto, a maioria está a par do rápido aumento do fracasso matrimonial completo, polidamente chamado “divórcio”. Sabem que muitos, hoje, largam cruel e abruptamente um amante em troca de outro. Estão cônscios do dilúvio de conselhos conflitantes que recebem e dos meios drasticamente diferentes adotados por seus amigos solteiros para obter uma companhia. Sentem a confusão reinante.

Há um meio de se sair de tudo isso? A escolha dum cônjuge é de natureza intensamente pessoal, mas, será que há orientações ou princípios que tanto os jovens como os mais velhos podem seguir? Há armadilhas definidas que devem ser evitadas?

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Casamento — O Melhor Modo

Os que advogam o arranjo de viver juntos talvez se refiram à certidão de casamento como apenas um “pedaço de papel”, algo que não tem valor prático. Esta atitude é também subentendida nos seriados e nos filmes de TV, bem como na vida de celebridades. Portanto, consideremos o verdadeiro valor daquele “pedaço de papel”.

Quando se inicia uma sociedade de negócios ou se compra um terreno ou se empresta dinheiro a alguém, por que se deseja que os termos sejam postos por escrito e até registrados em cartório? Um dos motivos é que ambas as partes assumem um compromisso e é vantajoso para ambas as partes que os termos sejam colocados por escrito. Por exemplo, se uma das partes morre, desaparece, ou simplesmente perde a memória, os termos ainda são juridicamente válidos. O mesmo se dá com o casamento. No caso de morte de um cônjuge, ou de ambos, a lei da maioria dos países contém dispositivos legais a favor dos membros vivos da família. Isto geralmente inexiste no arranjo de pessoas que vivem juntas. É este compromisso que faz a diferença entre viver juntos e casar-se. E a certidão de casamento é um lembrete para o casal daquele compromisso de amarem, honrarem e prezarem um ao outro, e das implicações jurídicas dos votos matrimoniais.

Uma senhora casada expressou-se do seguinte modo: “Pode ser que eu seja antiquada, mas o compromisso do casamento me faz sentir mais segura.” Ela faz eco ao que Deus disse quando uniu em casamento o primeiro par humano: “Por isso é que o homem deixará seu pai e sua mãe, e tem de se apegar à sua esposa, e eles têm de tornar-se uma só carne.” (Gênesis 2:24) Trata-se de uma união ímpar! Assim, “uma só carne” só é possível num relacionamento completo, exclusivo, legal e por toda a vida — e nada menos do que isso.

Alguns argumentam, porém, que conhecem uma porção de casais que vivem juntos sem se casar e que mantêm um forte relacionamento.

Viver Juntos — Existem Vantagens?

Alguns argumentam que o arranjo de as pessoas viverem juntas é razoável, visto que habilita o casal a se conhecer bem um ao outro antes de entrar no vínculo mais permanente do matrimônio. Outras vantagens apontadas por alguns são: Isso habilita o casal a reduzir as despesas por dividirem o aluguel; habilita-os a ficar independentes dos pais; fornece-lhes o companheirismo necessário, inclusive um relacionamento sexual. Casais mais idosos que vivem juntos dizem que, por viverem juntos, não perdem os benefícios da seguridade social.

Todavia, um argumento forte contra o viver juntos sem se casar é o seguinte: Uma das partes pode pôr fim a este arranjo a qualquer momento, por simplesmente ir embora. De fato, o diário francês Le Monde anunciou que, na Suécia e na Noruega, a metade dos relacionamentos consensuais não duram dois anos, e de 60 a 80 por cento deles se rompe em menos de cinco anos.

Casar ou viver juntos — qual?

“QUANDO vamos nos casar?” Há apenas 35 anos, esta pergunta seria considerada por casais apaixonados que ficavam noivos. Atualmente, contudo, há boa possibilidade de que tal pergunta seja proposta por pessoas que já vivem juntas. Os tempos mudaram, e também as atitudes para com o casamento. Que proceder é melhor: Casar-se ou passar a morar junto com a pessoa eleita?

Estudos indicam que, no Brasil, na França, na Suécia, nos Estados Unidos, e em muitos outros países, está na moda as pessoas viverem juntas sem se casar. Talvez esteja em harmonia com as modernas atitudes morais, mas não é algo novo. O que é novo são as atitudes para com tal costume. O que outrora era considerado viver em pecado é agora tolerado ou aprovado por muitos como perfeitamente correto.

Como Isso Afeta os Outros

Daí há o efeito que o par, ao viverem juntos sem se casar, pode ter sobre outros. Ainda há muitos que consideram errado, e até imoral, viverem juntos dessa forma. Assim, os pais e avós talvez se sintam infelizes, embaraçados, e preocupados, quando seus filhos ou netos simplesmente vivem juntos. O contato entre as gerações pode ficar prejudicado.

Recorda-se Anna: “Acho que meus pais sentiram-se bem envergonhados de mim quando passei a viver com Jan. Até essa época, eu sempre usufruíra um bom relacionamento com eles. Mas desde então eles se sentiam embaraçados sempre que os parentes perguntavam por mim e sentiam-se muito desconfortáveis na presença de Jan. Não demorou muito para pararem totalmente de nos visitar. Acho que sofreram muito.”

E que dizer dos filhos nascidos de tal união? Quando os pais iniciam e rompem relacionamentos, isso pode resultar em casos em que vários filhos, que não têm os mesmos genitores, passam a viver sob o mesmo teto. Isto poderá deixar as crianças confusas e inseguras. Uma pesquisa realizada por um repórter de TV entre jovens escolares, de 15 anos, mostrou que cerca de um em cada três destes jovens não morava com ambos os genitores biológicos. Em Estocolmo, capital da Suécia, o total chegava até a 43 por cento. O repórter comentou: “Temos agora uma sociedade totalmente diferente. Muitas crianças da década de 80 possuem duas casas . . . passam um fim-de-semana com a mamãe, e o próximo com o papai.” Numa pesquisa feita entre 5.500 crianças de 10 anos, na Suécia, o professor-assistente Claes Sundelin verificou que um rapaz de cada dez tinha graves problemas psicológicos. Concluiu que as crianças são “atingidas pelo aumento das separações”, e que “investem a si mesmos, emocionalmente, nos adultos mais próximos, e um rompimento lhes traz grande desapontamento”. Uma jovem de 12 anos, cujos pais se separaram, expressou o que muitos filhos nessa mesma situação pensam, ao dizer: “Quando eu crescer, quero viver bem. Vou me casar e jamais me divorciarei.”

Na Suécia, o termo “separação” é empregado tanto em relação a pessoas não-casadas como a ex-casadas. Visto que a coabitação sem casamento é um relacionamento mais instável do que o matrimônio, isto significa que os filhos nascidos de pais não-casados correm maior risco de acabarem num lar de um só genitor. Em qualquer dos casos, os filhos sofrem com tal separação, e, com freqüência, como aquela jovem de 12 anos, afirmam que, quando crescerem, querem ter um relacionamento forte e duradouro — no casamento.

Há outros efeitos de longo alcance quando os pares vivem juntos sem se casar. Visto que tais relacionamentos não são registrados, as autoridades não podem sequer levá-los em efetiva conta, e aplicar-lhes as leis. Alguns pares decidem não se casar para evitarem impostos desfavoráveis e a perda de certas pensões e outros benefícios sociais. Isto traz efeitos sobre como a carga tributária recai sobre o povo em geral. As leis que envolvem a herança, testamentos, partilhas, e a custódia dos filhos, tampouco podem ser aplicadas plenamente. Como declarou um advogado dinamarquês: “Além da questão moral, de um ponto de vista estritamente legal, os casamentos sem papel passado são indesejáveis. É preciso muito mais papel, isto é, mais documentos e procedimentos legais, para se resolver questões de bens e de custódia do que no caso dos casamentos devidamente registrados.”

Além das implicações morais ou sociais, existe ainda outro aspecto muito mais importante.

Viver Juntos — Há Desvantagens?

No livro Unmarried Cohabitation (Coabitar sem se Casar), o pesquisador J. Trost, depois de apresentar dados coletados dum estudo do assunto, revelou que “a freqüência de dissolução entre os coabitantes não-casados é cerca de o dobro da que há entre os casados”.

Jan e Anna viveram juntos por três anos antes de se casarem. Quão estável era o relacionamento inicial deles? “Verificamos que um relacionamento casual apenas deixava a porta dos fundos aberta para outros relacionamentos sem compromisso. Quando a pessoa é apenas coabitante, torna-se mais prontamente disponível para mais alguém.”

Lars e Anette também moraram juntos três anos, antes de se casarem. Afirma Lars: “Quando surgiam problemas, estávamos mais inclinados a fugir um do outro do que a sentar e resolver os assuntos, como tentamos fazer agora, estando casados.” Anette acrescenta: “Não sei quantas vezes fiquei com raiva de Lars, e lhe disse que juntaria minhas coisas e iria embora. Jamais faço isso agora.”

“Minhas coisas”, Anette disse. Isto reflete como os pares não-casados talvez encarem seus pertences — divididos em “minhas” coisas e as “suas”. Alguns guardam cuidadosamente os recibos e gravam ou escrevem seus nomes nas coisas que compram — só como precaução. Parece-lhe isto a base dum relacionamento estável e duradouro?

E o que acontece se chega o momento em que o par resolve separar-se? A partilha dos bens pode ser verdadeiro problema, resultando em discussões e em grandes injustiças. Por exemplo, se a mulher ficou cuidando das crianças e da casa, ela pode correr o risco de ficar destituída dos bens, pois era o parceiro dela quem ganhava dinheiro e comprava a maioria das coisas. Talvez haja pouco que ela possa fazer legalmente, por não serem casados. Assim, que acontece com ela quando se separam?

Alguns casais afirmam que vivem juntos algum tempo só para ver se são compatíveis para o casamento. Acham que, em resultado disso, seu futuro casamento será mais estável. Acontece isto? Por exemplo, será que o índice de divórcios diminuiu nos países em que este costume é comum?

Tome-se a Suécia por exemplo. Os peritos ali calculam que 99 por cento de um grupo atual de recém-casados já viviam juntos antes de se casar. Se a coabitação sem matrimônio resulta em casamentos mais seguros, então seria de esperar que a taxa de divórcios naquele país decrescesse. Todavia, as estatísticas mostram que, nos 25 anos decorridos entre 1958 e 1983, ao passo que o número anual de casamentos diminuiu de 50.785 para 36.210, o total de divórcios aumentou de 8.657 para 20.618. Assim, indicam os fatos que viver juntos tenda a resultar em casamentos mais estáveis?

Viver juntos ou casar-se?

“Isso é simples burocracia! Uma certidão não representa nada. O que vale é o amor. Viver juntos é um relacionamento mais romântico. A gente precisa tomar mais cuidado e mostrar mais consideração um para com o outro, quando não se têm um vínculo legal.” Foi assim que Jan e Anna arrazoaram quando começaram a viver juntos.

ALGUNS casais assim pensam, evidentemente — que por viverem juntos, sem os vínculos legais, terão receio de perderem um ao outro. Desta forma, terão mais cuidado um com o outro e com seu relacionamento. À primeira vista, pode parecer um bom raciocínio. Mas serão tais relacionamentos em geral mais estáveis do que o casamento legal?

segunda-feira, 17 de maio de 2010

O QUE APRENDEMOS DOS PROVÉRBIOS BÍBLICOS

• Provérbios 10:19: “Na abundância de palavras não falta transgressão, mas quem refreia seus lábios age com discrição.”

Quando ficamos irritados, podemos falar coisas de que nos arrependeremos mais tarde.

• Provérbios 15:18: “O homem enfurecido suscita contenda, mas aquele que é vagaroso em irar-se sossega a altercação.”

Acusações ferinas provavelmente colocarão seu cônjuge na defensiva. Por outro lado, escutar com paciência ajudará ambos a chegar a um acordo.

• Provérbios 17:27: “Quem refreia as suas declarações é possuído de conhecimento e o homem de discernimento é de espírito frio.”

Ao  perceber que está perdendo a paciência, é melhor se calar para evitar uma briga.

• Provérbios 29:11: “Todo o seu espírito é o que o estúpido deixa sair, mas aquele que é sábio o mantém calmo até o último.”

É muito importante saber controlar-se. Uma explosão temperamental de ira só servirá para afastar o seu cônjuge.

NOVO CASAMENTO, VELHOS PROBLEMAS

  Alguns que se sentem presos num casamento sem amor são tentados a começar tudo de novo com um novo parceiro. Mas a Bíblia condena o adultério, declarando que quem o pratica “é falto de coração [‘é tolo’, Bíblia Vozes]” e “arruína a sua própria alma”. (Provérbios 6:32) Por fim, o adúltero que não se arrepende acaba perdendo o favor de Deus — não pode haver uma ruína maior do que esta. — Hebreus 13:4.

  A tolice de um proceder adúltero também se manifesta de outras formas. Por exemplo, o adúltero que se casa de novo provavelmente se confrontará com os mesmos problemas que teve no primeiro casamento. A Dra. Diane Medved salienta ainda outro fator a ser considerado: “A primeira coisa que o seu novo cônjuge soube a seu respeito”, diz, “é que você pode ser infiel. Ele ou ela sabe que você é capaz de enganar a pessoa a quem prometeu honrar. Que você é mestre em arrumar desculpas. Que você não leva a sério o compromisso. Que você não consegue resistir ao prazer dos sentidos e à gratificação do ego. . . . Como o novo cônjuge pode ter certeza de que você não vai fazer a mesma coisa com ele?”

RECORDE MOMENTOS FELIZES

  Leia cartas e cartões que vocês trocaram. Olhe para as fotos. Pergunte-se: ‘O que me atraiu ao meu cônjuge? Que qualidades eu mais admirava nele(a)? O que fazíamos juntos? O que nos fazia rir?’ Fale sobre essas lembranças com seu cônjuge. Uma conversa que começa com: “Você se lembra quando . . .?” pode ajudá-los a reavivar o amor que tinham um pelo outro.

PASSE A BOLA COM JEITO

  A Bíblia declara: “Vossa pronunciação seja sempre com graça, temperada com sal, para que saibais como responder a cada um.” (Colossenses 4:6) Isso sem dúvida se aplica ao casamento! Para ilustrar: ao brincar de bola, você a arremessa suavemente, não com força para machucar. Aplique o mesmo princípio ao falar com seu cônjuge. Atirar farpas apenas machuca. Fale com bondade, com jeito, de maneira que seu cônjuge possa entender a questão.

Tenha um conceito realista

Não desanime se o seu casamento não é o que você sonhava na época do namoro. Certa equipe de especialistas declara: “Para a maioria das pessoas, o casamento não é um eterno mar de rosas. Há fases maravilhosas e outras bem espinhosas.”

De fato, o casamento pode não ser um conto de fadas, mas também não precisa ser uma tragédia. Embora possa haver momentos em que você e seu cônjuge simplesmente tenham de suportar um ao outro, haverá também ocasiões em que poderão deixar de lado as divergências e simplesmente desfrutar a companhia um do outro, descontrair-se e conversar como amigos. (Efésios 4:2; Colossenses 3:13) São momentos em que poderão reavivar o sentimento que tinham um pelo outro.

Lembre-se de que dois seres humanos imperfeitos não podem ter um casamento perfeito. Mas é possível encontrarem certa medida de felicidade. Na realidade, mesmo com dificuldades, a relação entre você e seu cônjuge pode proporcionar imensa satisfação. Uma coisa é certa: se você e seu cônjuge fizerem um esforço conjunto e estiverem dispostos a ser flexíveis e procurarem os interesses um do outro, há bons motivos para acreditar que é possível salvar seu casamento. — 1 Coríntios 10:24.

Tire a lenha da fogueira

Alguns constataram que é mais fácil acalmar os ânimos e cuidar de questões subjacentes quando procuram chamar atenção para os seus sentimentos e não para o que o outro fez ou deixou de fazer. Por exemplo, dizer “Eu fiquei chateada com o que você disse”, surte muito mais efeito do que “Você me ofendeu” ou “Você devia pensar antes de falar as coisas”. Naturalmente, ao falar sobre como se sente, não use um tom de desprezo nem de amargura. Seu objetivo não é agredir a pessoa, mas chamar a atenção para o problema. — Gênesis 27:46–28:1.

Além disso, lembre-se sempre de que há “tempo para ficar quieto e tempo para falar”. (Eclesiastes 3:7) Quando duas pessoas falam ao mesmo tempo, nenhuma delas está escutando e não se chega a um acordo. Assim, quando for sua vez de escutar, seja “rápido no ouvir, vagaroso no falar”. Igualmente importante é ser “vagaroso no furor”. (Tiago 1:19) Não leve a sério cada palavra rude de seu cônjuge, nem ‘se precipite no seu espírito em ficar ofendido’. (Eclesiastes 7:9) Procure perceber os sentimentos por trás das palavras. “A perspicácia do homem certamente torna mais vagarosa a sua ira”, diz a Bíblia, e “é beleza da sua parte passar por alto a transgressão”. (Provérbios 19:11) A perspicácia pode ajudar marido e mulher a enxergar o que está por detrás do problema.

Por exemplo, a esposa que se queixa de que o marido não dedica tempo para ela provavelmente não está fazendo questão de horas e minutos. É mais provável que ela não esteja se sentindo valorizada e apreciada. De forma similar, quando a mulher compra algo por impulso, o marido talvez se irrite não tanto pelo dinheiro gasto, mas por não ter sido consultado. O casal que tem discernimento enxerga além do óbvio, atacando a raiz do problema. — Provérbios 16:23.

Isso é mais fácil na teoria do que na prática? Sem dúvida. Às vezes, apesar dos melhores esforços, palavras duras acabam escapando e os ânimos ficam exaltados. Quando perceber que a situação começa a fugir ao controle, você talvez tenha de seguir o conselho de Provérbios 17:14: “Retira-te antes de estourar a altercação.” Não há nada de errado em adiar a discussão para quando as coisas estiverem mais calmas. Se for difícil conversar sem perder o controle, talvez seja aconselhável ter junto um amigo maduro como mediador.

O “poder da língua”

Será que você e seu cônjuge sabem conversar sobre seus problemas? Ambos devem estar dispostos a dialogar para chegar a uma solução. É verdade que essa arte nem sempre é fácil de aprender, pois, devido à imperfeição, todos nós vez por outra ‘tropeçamos em palavras’. (Tiago 3:2) E também há o fato de que alguns foram criados num lar onde o pai ou a mãe sempre davam vazão à ira. Assim, desde cedo foram condicionados a achar que explosões de ira e linguagem agressiva são normais. Um menino criado num ambiente assim pode tornar-se um adulto “dado à ira” e “disposto ao furor”. (Provérbios 29:22) Da mesma forma, uma menina que cresce em tal ambiente talvez se torne uma mulher “briguenta e de mau gênio”. (Provérbios 21:19, Bíblia Vozes) Pode ser difícil livrar-se de padrões bem arraigados de pensamento e interação.

Administrar conflitos, assim, envolve aprender novas maneiras de expressar os pensamentos. Não se trata de uma questão de somenos importância, pois um provérbio bíblico diz: “Morte e vida estão no poder da língua.” (Provérbios 18:21) De fato, simples como isso possa parecer, a maneira de falar com seu cônjuge pode destruir ou fortalecer o relacionamento. “Existe aquele que fala irrefletidamente como que com as estocadas duma espada”, diz outro provérbio bíblico, “mas a língua dos sábios é uma cura”. — Provérbios 12:18.

Mesmo que seu cônjuge pareça ser o principal ofensor nesse respeito, pense no que você diz durante uma discussão. Suas palavras ferem ou curam? Provocam a ira ou a aplacam? “A palavra que causa dor faz subir a ira”, diz a Bíblia. Por outro lado, “uma resposta, quando branda, faz recuar o furor”. (Provérbios 15:1) Palavras que ferem, mesmo que ditas com calma, só jogam lenha na fogueira.

Naturalmente, se algo o incomoda, você tem o direito de se expressar. (Gênesis 21:9-12) Mas você pode fazer isso sem recorrer a sarcasmo, insultos e sem rebaixar o outro. Estabeleça firmes limites para si — decida não dizer coisas como “Odeio você” ou “Eu me arrependi de ter casado com você”. E, embora o apóstolo cristão Paulo não estivesse falando especificamente sobre o casamento, convém evitar envolver-se no que ele chamou de “debates sobre palavras” e “disputas violentas sobre ninharias”. (1 Timóteo 6:4, 5) Se seu cônjuge usa esses métodos, você não precisa pagar na mesma moeda. Faça a sua parte para manter a paz. — Romanos 12:17, 18; Filipenses 2:14.

É verdade que na hora da raiva é difícil controlar as palavras. “A língua é um fogo”, diz Tiago, um dos escritores da Bíblia. “Ninguém da humanidade a pode domar. É uma coisa indisciplinada e prejudicial, cheia de veneno mortífero.” (Tiago 3:6, 8) Então, o que você pode fazer quando os ânimos ficam exaltados? Como falar de forma a apagar a fogueira e não alimentá-la?

Será que os conflitos são tão graves?

Um fator preponderante em casamentos sem amor parece ser a incapacidade de marido e mulher administrarem conflitos. Visto que não existem duas pessoas exatamente iguais, todos os casais se desentendem de vez em quando. Mas casais que vivem discutindo podem acabar desgastando a relação no decorrer dos anos. Talvez até concluam: ‘Simplesmente não somos compatíveis. Estamos sempre brigando!’

Mas a mera presença de um conflito não precisa significar o fim do casamento. A questão é saber administrar os conflitos. Numa relação bem-sucedida, marido e mulher aprenderam a falar sobre seus problemas sem se tornarem, nas palavras de um especialista, “inimigos íntimos”.

Honre o seu cônjuge

A Bíblia declara: “O matrimônio seja honroso entre todos.” (Hebreus 13:4; Romanos 12:10) Formas da palavra grega aqui traduzida “honroso” são vertidas em outros lugares na Bíblia como “estimado” e “precioso”. Quando damos muito valor a algo, não medimos esforços para cuidar dele. Você talvez já tenha tido a oportunidade de comprovar isso ao observar um homem cuidar de seu carro novo e caro. Ele conserva a sua preciosa máquina sempre brilhando e em bom estado. Para ele, até mesmo um arranhãozinho é uma tragédia! Outros têm o mesmo zelo pela saúde, porque prezam o seu bem-estar e querem preservá-lo.

Tenha o mesmo cuidado protetor com seu casamento. A Bíblia diz que o amor “espera todas as coisas”. (1 Coríntios 13:7) Em vez de ceder a pensamentos derrotistas, talvez descartando o potencial de melhora com expressões como “A gente nunca se amou de verdade”, “Nós nos casamos muito cedo”, ou “Não sabíamos o que estávamos fazendo”, por que não esperar o melhor e empenhar-se por aprimorar a relação, esperando pacientemente pelos resultados? “Ouço muitos dos meus clientes dizerem: ‘Não agüento mais!’”, diz uma conselheira matrimonial. “Em vez de analisar a relação para ver onde está a falha, as pessoas precipitadamente jogam tudo para o alto, incluindo os valores que têm em comum, a história que construíram juntos e o potencial para o futuro.”

Que história você construiu com seu cônjuge? Não importa quais sejam as dificuldades no seu relacionamento, certamente consegue lembrar-se de momentos felizes, de realizações e de dificuldades que enfrentaram juntos. Pense nessas ocasiões, e mostre que honra seu casamento e o seu cônjuge fazendo um esforço sincero de melhorar a relação. A Bíblia mostra que  Deus se importa muito com a maneira com que os cônjuges tratam um ao outro. Por exemplo, nos dias do profeta Malaquias, Deus censurou os maridos israelitas que traíam as mulheres e se divorciavam delas por motivos frívolos. (Malaquias 2:13-16) Os cristãos querem que seu casamento traga honra a  Deus.

Seu conceito sobre comprometimento

Para fazer o casamento dar certo, é preciso adotar um conceito de longo prazo. Afinal, o matrimônio foi uma provisão feita por Deus para unir duas pessoas de forma permanente. (Gênesis 2:24; Mateus 19:4, 5) Assim sendo, sua relação com o cônjuge não é como um emprego que pode deixar ou como um apartamento do qual pode sair simplesmente desfazendo um contrato. Muito pelo contrário, ao casar-se você prometeu solenemente apegar-se ao seu cônjuge, independentemente do que o futuro pudesse trazer. Um profundo senso de comprometimento está implícito nas palavras de Jesus Cristo, declaradas há quase 2.000 anos: “O que Deus pôs sob o mesmo jugo, não o separe o homem.” — Mateus 19:6.

Alguns poderiam dizer: ‘Bem, nós ainda estamos juntos. Isso em si já não é uma prova de que respeitamos o nosso compromisso?’ Talvez. No entanto, conforme observado na abertura desta série, alguns casais que ficam juntos simplesmente se acomodaram como que em águas estagnadas, presos num casamento sem amor. Você quer que seu casamento seja feliz, não apenas suportável. O comprometimento deve refletir lealdade não só à instituição do casamento, mas também à pessoa a quem prometeu amar e prezar. — Efésios 5:33.

O que você diz ao seu cônjuge pode revelar o grau de seu comprometimento. Por exemplo, no calor de uma discussão, alguns fazem comentários impensados como “Vou me separar de você!” ou “Vou procurar alguém que me dê valor”. Mesmo que a pessoa diga isso da boca para fora, comentários desse tipo minam o senso de comprometimento, dando a entender que a porta está sempre aberta, e que quem fala isso está disposto a deixar o relacionamento a qualquer momento.

Se quiser fortalecer o amor em seu relacionamento, elimine essas ameaças de seu vocabulário. Afinal, você decoraria um apartamento se soubesse que poderia sair dele a qualquer momento? Então como esperar que o seu parceiro se empenhe por um casamento que pode acabar? Esteja decidido a fazer um esforço sincero em solucionar os problemas.

Foi exatamente isso o que fez certa esposa depois de passar por uma fase conturbada no seu relacionamento. “Por mais que eu ficasse com raiva dele às vezes, nunca pensei em me separar”, diz. “Estávamos dispostos a consertar o que estivesse errado. E hoje, depois de dois anos bem turbulentos, posso dizer com sinceridade que somos muito felizes novamente.”

Como vimos, comprometimento significa trabalhar em equipe — não meramente coexistir, mas batalhar pelo mesmo objetivo. Mas a esta altura você talvez ache que estão juntos somente por um senso de dever. Se é assim, não se desespere. Talvez o amor ainda possa ser resgatado. Como?

Você pode salvar seu casamento!

A Bíblia traz muitos conselhos práticos para os que são casados. Isso não surpreende, pois Aquele que inspirou a Bíblia também é o Originador do casamento.

A BÍBLIA apresenta um quadro realista sobre o casamento. Ela reconhece que os que se casam terão “tribulação”, ou seja, dor e aflição. (1 Coríntios 7:28) No entanto, diz também que o casamento pode e deve proporcionar alegria, até mesmo êxtase. (Provérbios 5:18, 19) Não se trata de declarações contraditórias. Elas apenas mostram que, apesar de problemas graves, o casal pode cultivar a intimidade e o amor no seu relacionamento.

Faltam esses ingredientes no seu casamento? Será que mágoas e desapontamentos acabaram com a intimidade e a alegria que havia no começo? Mesmo que o amor já tenha acabado há muitos anos, o que foi perdido ainda pode ser resgatado. Naturalmente, é preciso ser realista — um casamento perfeito está além do alcance de homens e mulheres imperfeitos. Mas há medidas que podem ser tomadas para reverter tendências negativas.

Ao ler a matéria que se segue, tente identificar que pontos específicos se aplicam no seu caso. Em vez de apontar as falhas de seu cônjuge, escolha algumas sugestões que você pode colocar em prática, e aplique os conselhos da Bíblia. Poderá descobrir que ainda há muita chance de salvar seu casamento.

Consideremos primeiro a questão da atitude. Isso porque seu conceito sobre comprometimento e seus sentimentos para com o cônjuge são de importância fundamental.

Genitores privados de cônjuge enfrentam o mundo atual

“A mulher que for realmente viúva e que tiver ficado sem recursos tem posto sua esperança em Deus e persiste em súplicas e em orações, noite e dia.” — 1 Tim. 5:5.

“SOU viúva de 28 anos com dois filhos. Sinto-me muito deprimida, porque não quero criar meus filhos sem pai. Parece que ninguém mesmo se importa comigo. Meus filhos me vêem muitas vezes chorar e isso os afeta. Sei que não posso continuar a sentir-me assim, mas o que devo fazer?” Esta carta expressa um apelo comum de quem enfrenta muitos problemas: genitores privados do cônjuge.

2 Os relatórios de todo o mundo mostram um rápido aumento das famílias privadas de um dos genitores. Em 10 anos, o número delas quase que dobrou nos Estados Unidos, e mais do que dobrou no Canadá. Tais pessoas constituem cerca de um décimo de todas as famílias na Austrália e na Grã-Bretanha. Calcula-se que dois dentre cada cinco filhos agora vivendo nos Estados Unidos passarão algum tempo da sua vida numa família privada de um dos genitores.

3 Há muitos motivos para tal aumento. As guerras e os acidentes de automóvel têm privado muitos lares do pai. Com a decadência da vida familiar, o abandono, o divórcio e a separação têm-se tornado comuns. Algumas mães solteiras, em vez de terem um aborto ou entregarem o filho para ser adotado, preferem criar seu filho. O pai ou a mãe privada do cônjuge precisa enfrentar muitos problemas. A solidão, criar os filhos, ganhar o sustento, desejos sexuais e cuidar da casa são apenas alguns deles.

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Faça concessões

Uma vez que todos nascemos imperfeitos, todos nós cometemos erros. (Romanos 3:23; 5:12; 1 João 1:8-10) Mas em vez de dar muita importância aos erros, acate o conselho da Bíblia: “Acima de tudo, tende intenso amor uns pelos outros, porque o amor cobre uma multidão de pecados.” (1 Pedro 4:8) A melhor forma de lidar com erros pequenos é não fazer caso deles, ignorá-los. Pode-se aplicar isso também com relação a erros mais graves. Colossenses 3:12-14 diz: “Revesti-vos das ternas afeições de compaixão, benignidade, humildade mental, brandura e longanimidade. Continuai a suportar-vos uns aos outros e a perdoar-vos uns aos outros liberalmente, se alguém tiver razão para queixa contra outro. Assim como Jeová vos perdoou liberalmente, vós também o fazei. Além de todas estas coisas, porém, revesti-vos de amor, pois é o perfeito vínculo de união.”

Quantas vezes devemos perdoar erros e falhas comuns do cônjuge? Pedro perguntou a Jesus: “ ‘Senhor, quantas vezes há de pecar contra mim o meu irmão e eu lhe hei de perdoar? Até sete vezes?’ Jesus disse-lhe: ‘Eu não te digo: Até sete vezes, mas: Até setenta e sete vezes.’ ” (Mateus 18:21, 22) Uma vez que Jesus estava dizendo isso com relação aos não unidos por vínculos maritais, quanto mais é necessário haver perdão entre os cônjuges!

Embora a instituição do casamento tenha sofrido ataques nos anos recentes, em longo prazo o casamento sobreviverá porque foi estabelecido por Deus, e tudo o que Ele faz é “muito bom”. (Gênesis 1:31) Nunca ficará ultrapassado. E o casamento pode ser bem-sucedido, especialmente entre os que respeitam e procuram viver à altura dos mandamentos de Deus. Mas a questão é: Será que duas pessoas cumprirão a promessa que fizeram no dia do casamento, de amar e prezar um ao outro? Isso certamente pode ser um desafio e você talvez tenha de lutar para ser bem-sucedido. Mas os resultados valerão a pena!

Mostre amor e honra

A Palavra de Deus ordena: “Tomai a dianteira em dar honra uns aos outros.” (Romanos 12:10) Se puder, faça o sacrifício mesmo antes que seu cônjuge peça isso. Afinal de contas, algo que se obtém só depois de solicitado repetidas vezes já perde parte de seu valor. Tanto o marido como a esposa devem cultivar o hábito de tomar a iniciativa em demonstrar honra pelo outro.

Ordena-se aos maridos que ‘atribuam honra à esposa como a um vaso mais fraco, o feminino, a fim de que as suas orações não sejam impedidas’. (1 Pedro 3:7) Se o marido não honrar a esposa, até mesmo as suas orações a Deus serão adversamente afetadas. Mas o que significa honrar a esposa? Significa sempre levá-la em consideração, ouvir suas opiniões e, muitas vezes, deixar que ela faça as escolhas. E a esposa pode honrar o marido da mesma forma, esforçando-se para ser uma verdadeira ajudadora. — Gênesis 21:12; Provérbios 31:10-31.

A Palavra de Deus diz: “Os maridos devem estar amando as suas esposas como aos seus próprios corpos. Quem ama a sua esposa, ama a si próprio, pois nenhum homem jamais odiou a sua própria carne; mas ele a alimenta e acalenta, assim como também o Cristo faz com a congregação.” Quanto amor tinha Cristo pelos seus seguidores? Ele estava disposto a morrer por eles. A Bíblia ordena também: “Cada um de vós, [maridos] individualmente, ame a sua esposa como a si próprio.” (Efésios 5:28-33) E a Palavra de Deus ordena à esposa que ‘ame o marido, sujeitando-se a ele, para que não se fale da palavra de Deus de modo ultrajante’. — Tito 2:4, 5.

Após o dia do casamento

Tem-se dito corretamente que, para o cristão, a coisa mais importante na vida depois da dedicação a Deus é o casamento. Por meio da dedicação, a pessoa assume um compromisso vitalício com o Criador, tornando isso público pelo batismo. Já o casamento é uma declaração pública do compromisso que se assume com outra pessoa — para sempre. É inconcebível alguém dedicar-se a Deus ou casar-se com reservas. Assim sendo, os que pensam em se casar devem analisar com cuidado as crenças, os alvos, a atitude e o temperamento do futuro cônjuge.

Ao fazer os preparativos para o dia do casamento, a bondade, a consideração e a cooperação são importantes. Essas qualidades são ainda mais importantes depois para fazer o casamento dar certo. Os recém-casados estão apaixonados, mas depois do casamento é preciso lembrar que, no dia-a-dia, o amor “não procura os seus próprios interesses”. Quando o amor é demonstrado com constância ano após ano, ele “nunca falha”. (1 Coríntios 13:5, 8) E se o amor é duradouro, é mais fácil demonstrar qualidades como longanimidade, benignidade, bondade, brandura e autodomínio — que são frutos do espírito de Deus. Essas qualidades são necessárias para que o casamento seja bem-sucedido. — Gálatas 5:22, 23.

A parte difícil é continuar a demonstrar essas qualidades depois do dia do casamento. Mas o segredo do sucesso em manifestar essas boas qualidades é: ame a pessoa com quem se casou e esteja disposto a fazer sacrifícios.

Jesus disse que o maior mandamento de todos é amar a Jeová e o segundo maior mandamento é ‘amar o próximo como a si mesmo’. (Mateus 22:39) A pessoa mais próxima de alguém que é casado é seu cônjuge, pois nada na Terra pode unir tanto duas pessoas como o casamento.

No entanto, a mera união física em si não garante a harmonia emocional. A união de dois corpos nem sempre é a união de duas mentes. Para que a união sexual seja plenamente satisfatória, é preciso que haja primeiro a união de corações e objetivos. Na maioria das vezes, fazer sacrifícios pela outra pessoa é o preço que precisa ser pago para fazer o casamento dar certo. Quem deve fazer os sacrifícios? O marido ou a esposa?

Um vínculo permanente

É preciso ter visão de longo prazo e lembrar que um casamento feliz e duradouro precisa estar bem alicerçado. Caso contrário, o estresse posterior ao dia do casamento pode ser muito maior do que o estresse que o antecedeu. O cristão não pode casar-se com a idéia de que ‘se não der certo, eu me divorcio’. O casamento deve ser encarado como um vínculo permanente.

Jesus tornou isso claro quando lhe perguntaram se era correto se divorciar. Ele declarou: “Não lestes que [Deus] que os criou desde o princípio os fez macho e fêmea, e disse: ‘Por esta razão deixará o homem seu pai e sua mãe, e se apegará à sua esposa, e os dois serão uma só carne’? De modo que não são mais dois, mas uma só carne. Portanto, o que Deus pôs sob o mesmo jugo, não o separe o homem.” — Mateus 19:4-6.

O casamento deve ser um vínculo permanente

A JULGAR pela maneira como terminam muitos filmes, o casamento é algo desejável. Geralmente os protagonistas acabam ficando juntos, se casam e “vivem felizes para sempre”. Esse é o final de muitos filmes.

Na vida real, o casamento não é o fim, mas sim, o começo de uma vida em comum. E, conforme diz Eclesiastes 7:8, espera-se que ‘o fim posterior do assunto seja melhor do que o seu princípio’.

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Que Esperança Há Para os Filhos?



Nenhuma proteção é tão boa quanto a prevenção. Como a Dra. Diane Medved expressou-se em seu livro The Case Against Divorce (Os Argumentos Contra o Divórcio): “Precisamos parar de permitir que os interesses egoístas sejam o único critério que determine se um divórcio é apropriado.” Não resta dúvida de que a atitude obsedada pelo ego, do primeiro eu, que permeia a sociedade moderna, minou incontáveis casamentos. Como podem os casais legalmente unidos combater esta influência e fazer com que seu casamento dure?
A Bíblia afirma que seu Autor é o Inventor do casamento. Confirmando tal afirmação, os conselhos da Bíblia sobre o casamento realmente dão certo. Têm ajudado a milhões de homens e mulheres a aprimorar a qualidade de sua vida familiar. A Bíblia tem arrancado incontáveis casamentos das garras do divórcio. Poderá dar certo, também, no seu caso.
Infelizmente, porém, o divórcio nem sempre pode ser evitado, ou prevenido. É uma realidade do mundo moderno. Alguns pais aprendem as normas de Deus para o casamento quando já estão divorciados. Ainda outros vivem lealmente segundo tais normas, sendo porém traídos por um cônjuge egoísta e imoral. A própria Bíblia reconhece que algumas circunstâncias extremas tornam permissível o divórcio. (Mateus 19:9) Mas, como Jesus ensinou, é impossível fazer qualquer decisão sábia sem primeiro se ‘calcular o custo’. — Lucas 14:28.
Se o divórcio for um fato consumado, certamente esta não é a ocasião de mergulhar sob o peso da culpa ou de arrependimentos. É hora de amainar o golpe sobre os filhos. Isso pode ser feito! A Dra. Florence Bienenfeld, amplamente respeitada conselheira e mediadora de divórcios, garante aos pais divorciados: “O divórcio não precisa ser uma tragédia grega em que todo o mundo morre. Todos podem viver, e, com tempo, recuperar-se, sarar e passar muito bem.” — Helping Your Child Succeed After Divorce (Como Ajudar Seu Filho a Ter Êxito Depois do Divórcio).

Que Dizer de Filhos Mais Velhos?

Os filhos mais velhos enfrentam o divórcio um pouco melhor do que os mais moços. Quando os adolescentes presenciam o divórcio dos pais, eles talvez sofram uma profunda desilusão, que torna amargurado o seu conceito sobre o casamento e outras instituições, tais como a escola. Alguns concluem que todos os relacionamentos não são confiáveis, estando condenados a resultar, algum dia, em traição e infidelidade.
Alguns adolescentes, perdendo desta forma o equilíbrio, inclinam-se para profundos extremos quando seus pais se divorciam. Alguns se voltam para os tóxicos, outros caem na promiscuidade sexual e alguns fogem de casa. Outros parecem, de início, não se perturbar com o divórcio, mas reagem a ele mais tarde. Talvez não seja coincidência que, como comentou a revista The Washingtonian, o aumento de divórcios tenha presenciado um aumento paralelo dos distúrbios alimentares de adolescentes e até de suicídios.
Assim, os pais que estão ganhando tempo, esperando que seus filhos atinjam ‘a idade certa’ antes de iniciarem um processo de divórcio, talvez tenham de esperar sentados. Não parece que exista alguma ‘idade certa’, mágica, em que os filhos possam enfrentar imunes o divórcio dos pais. O sociólogo Norval D. Glenn até mesmo sugeriu, na revista Psychology Today, que os filhos talvez sofram devido aos efeitos negativos do divórcio, que “persistem inalterados por toda a vida”. Concluiu ele: “Deve-se seriamente considerar a perturbadora hipótese de que os números crescentes dos filhos do divórcio levem a uma erosão lenta, porém, contínua, do nível geral de bem-estar da população.”
Mas, tais comprovações, estudos e estatísticas, embora tristes, não significam que todo filho do divórcio esteja destinado a levar uma vida atribulada. Eles, contudo, demonstram realmente que o divórcio representa verdadeiro perigo para os filhos. A questão é: Como podem os filhos ser protegidos dos efeitos do divórcio?

Um Terrível Tributo



Em 1971, as pesquisadoras Judith Wallerstein e Joan Berlin Kelly, dos EUA, iniciaram uma pesquisa referencial sobre os efeitos, a longo prazo, do divórcio nas famílias. Escolheram 60 famílias que se achavam no difícil processo do divórcio. Ao todo, tais famílias tinham 131 filhos entre 2 e 18 anos. Para surpresa das pesquisadoras, elas verificaram que o divórcio quase nunca resultava em alívio para os filhos. Isto se dava mesmo quando os pais deles tinham sido infelizes no casamento. Ao invés, o divórcio deixava os filhos perturbados.
Eram os efeitos apenas algum trauma de curto prazo? Infelizmente, não. Depois de cinco anos, 37 por cento dos filhos ainda sentiam depressão, de moderada a grave. A maioria deles ainda esperava que seus pais se reconciliassem — mesmo quando tinham-se casado de novo! Depois de 10 ou mesmo 15 anos, do total dos filhos incluídos nesse estudo, quase a metade se haviam “tornado adultos quais rapazes e moças preocupados, de consecuções abaixo da média e autodepreciativos, e, às vezes, até mesmo irados”.
Tais resultados se chocam com a sabedoria convencional. Como Wallerstein escreve: “Nossas comprovações eram absolutamente contrárias às nossas expectativas. Estas eram notícias indesejáveis para uma porção de gente, e recebemos cartas iradas de terapeutas, pais e advogados, dizendo que nós, indubitavelmente, estávamos erradas.”
Os filhos, porém, não estavam mentindo; outros estudos confirmaram o veredicto de Wallerstein e Kelly. O periódico Journal of Social Issues comentou que a maioria dos profissionais, tais como cientistas behavioristas, “acreditam que a separação dos pais e a dissolução do casamento exercem profundo impacto negativo, tanto sobre os filhos pequenos como sobre os adolescentes”. O periódico acrescentou que tais crenças, “em grande parte, têm sido consubstanciadas”, citando comprovações tais como as seguintes: Os filhos do divórcio apresentam índices mais elevados de delinqüência e de comportamento anti-social do que os filhos de famílias intactas; a taxa de internação de filhos do divórcio em instituições psiquiátricas pode chegar a ser até o dobro da de crianças e adolescentes de famílias intactas; o divórcio é, talvez, a causa principal de depressão de crianças e adolescentes.

Existem mesmo vítimas do divórcio



SE FOSSE crer em tudo que os “peritos” escreveram sobre o divórcio nas últimas décadas, talvez concluísse que, no divórcio moderno, ninguém é culpado, e ninguém sai ferido.
Para muitos pais, seguir a trilha do divórcio ficou muito facilitado por alguns clichês amplamente divulgados, tais como: Para os filhos, é melhor o divórcio do que um casamento infeliz; simplesmente espere até que os filhos atinjam ‘a idade certa’, para poupar-lhes toda dor; os filhos conseguem superar esse trauma em apenas dois anos.
Alguns têm promovido estes conceitos otimistas. Por exemplo, as autoras Susan Gettleman e Janet Markowitz minimizam “o mito da criança prejudicada”. Asseveram que o divórcio não precisa ser traumatizante para os filhos, conquanto os pais ‘cuidem disso de forma madura’. Chegam mesmo a argumentar que o divórcio dos pais poderá ajudar os filhos a lidar com seu próprio divórcio, algum dia! Elas afirmam: “Os verdadeiros objetos da reforma devem ser a instituição do casamento e o mito da própria vida doméstica.” — The Courage to Divorce (A Coragem de Divorciar-se).
Mas, será que tais fortes asserções realmente soam verdadeiras? Num mundo de escalonantes taxas de divórcio, quais são os reais custos do divórcio para os filhos? É verdade que ninguém sai ferido?