terça-feira, 16 de agosto de 2011

“EM MEIO A UM FOGO CRUZADO”


  “Meus pais se divorciaram quando eu tinha 12 anos. Em certo sentido, fiquei aliviada. O ambiente ficou mais calmo em casa; eu não precisava mais ouvir as brigas. Mesmo assim, eu tinha sentimentos conflitantes.
 “Após o divórcio, eu queria me dar bem com meu pai e com minha mãe, por isso me esforcei para ficar o mais neutra possível. Mas não importava o que eu fizesse, sempre me sentia em meio a um fogo cruzado. Meu pai falava que minha mãe me colocaria contra ele. Então, eu precisava garantir-lhe constantemente que ela não estava tentando me influenciar. Minha mãe também era muito insegura. Ela dizia que tinha medo de que eu estivesse dando ouvidos às coisas negativas que meu pai falava sobre ela. Cheguei a ponto de achar que não podia contar mais a nenhum dos dois sobre como me sentia, porque não queria magoá-los. Então, dos 12 anos de idade em diante, eu basicamente guardei para mim meus sentimentos em relação ao divórcio deles.” — Sandra.

“DIREITO BÁSICO DE TODA CRIANÇA”


“Quando eu tinha 5 anos, meus pais se divorciaram porque meu pai teve um caso passageiro com a secretária. No que diz respeito a cuidar de mim, eles fizeram tudo ‘certo’ de acordo com os conceitos da época. Eles me garantiram que, embora não se amassem mais, ainda me amavam. E os dois continuaram a cuidar das minhas necessidades materiais, mesmo depois que meu pai se mudou para um apartamento do outro lado da cidade.
  “Dois anos depois, minha mãe se casou de novo e nos mudamos para outro país. Após isso, eu só via meu pai num intervalo de alguns anos. Nos últimos nove anos, eu o vi apenas uma vez. Ele perdeu a maior parte do meu crescimento e só conhece meus três filhos — seus netos — por meio das fotos e cartas que enviei para ele. Eles sentem falta de conhecer o avô.
  “Embora meus pais tenham se divorciado, cresci sem problemas aparentes. Mas por dentro tive de lutar contra fortes sentimentos de raiva, depressão e insegurança, sem saber por quê. Perdi toda a confiança nos homens. Foi só quando eu tinha 30 e poucos anos que uma amiga experiente me ajudou a identificar a origem da minha hostilidade, e eu comecei a lutar para me livrar desses sentimentos.
  “O divórcio dos meus pais tirou de mim o direito básico de toda criança — sentir-se segura e protegida. O mundo é um lugar frio e assustador, mas acho que a família completa é uma proteção, um lugar onde a criança pode se sentir cuidada e consolada. Sem a família, essa proteção não existe.” — Diane.

4 O efeito do divórcio nos filhos


“Foi horrível”, diz José, um pai divorciado na Espanha. “O pior momento foi quando descobri que o outro homem era o marido de minha irmã. Eu simplesmente queria morrer.” José percebeu que seus dois filhos — de 2 e 4 anos — também foram afetados pelo comportamento da mãe. “Eles não conseguiam aceitar a situação”, diz ele. “Eles não entendiam por que sua mãe estava morando com o tio deles e por que tínhamos ido morar com minha irmã e minha mãe. Quando eu precisava ir a algum lugar, eles diziam: ‘Quando você vai voltar para casa?’ ou ‘Papai, não nos abandone!’”
Os filhos costumam ser as vítimas esquecidas na guerra do divórcio. Mas que dizer se pai e mãe simplesmente não se dão bem? Num caso assim, será que o divórcio é mesmo “melhor para os filhos”? Em anos recentes, essa ideia tem sido questionada — principalmente quando os problemas conjugais não são tão graves. O livro The Unexpected Legacy of Divorce (O Inesperado Legado do Divórcio) declara: “Muitos adultos que estão presos num casamento muito infeliz ficariam surpresos de saber que seus filhos estão relativamente satisfeitos. Eles não se importam se a mãe e o pai dormem em camas separadas, desde que a família esteja unida.”
É verdade que as crianças geralmente percebem os conflitos entre pai e mãe, e a tensão conjugal pode afetar a mente e o coração desses filhos tão pequenos. No entanto, pode ser um erro presumir que o divórcio automaticamente será nos melhores interesses deles. “A estrutura proporcionada pelo casamento parece ajudar os pais a manter o tipo de disciplina coerente e moderada à qual os filhos reagem bem, mesmo quando o casamento deixa a desejar”, escreveram Linda J. Waite e Maggie Gallagher no livro The Case for Marriage (Em Defesa do Casamento).
O que pode acontecer: O divórcio pode deixar seus filhos arrasados, principalmente se você não os incentivar a ter um relacionamento sadio com seu ex-cônjuge. — Veja o quadro “Em meio a um fogo cruzado”.
Este artigo analisou quatro fatores que você faria bem em considerar se estiver pensando em se divorciar. Como já foi mencionado, se o seu cônjuge o traiu, é você quem deve tomar uma decisão. Mas, não importa o que decida fazer, você precisa estar ciente das consequências. Saiba quais desafios surgirão e esteja preparado para enfrentá-los.
Depois de pensar no assunto, pode ser que chegue à conclusão de que a melhor saída é se esforçar para melhorar o casamento. Mas será que isso é possível mesmo?

3 O efeito do divórcio em você


Mark, na Grã-Bretanha, foi traído pela esposa mais de uma vez. “Na segunda vez”, diz ele, “eu percebi que não conseguiria conviver com a possibilidade de ser traído de novo”. Mark optou pelo divórcio, mas descobriu que ainda a amava. “Quando as pessoas me dizem coisas negativas sobre ela, acham que estão ajudando, mas não estão”, conta ele. “O amor continua por um bom tempo.”
David, já mencionado, também ficou arrasado quando descobriu que sua esposa estava envolvida com outro homem. “A princípio não conseguia acreditar”, conta ele. “Eu realmente queria passar cada dia da minha vida com ela e nossos filhos.” David optou pelo divórcio, mas o rompimento deixou dúvidas quanto ao seu futuro. “Eu me pergunto se alguém poderá me amar de verdade ou se serei traído outra vez se me casar de novo”, comenta ele. “Minha confiança ficou abalada.”
Se você é divorciado, é natural que sinta uma ampla variedade de emoções. Pode ser que ainda sinta amor por essa pessoa com quem teve um relacionamento tão achegado. (Gênesis 2:24) Por outro lado, talvez guarde mágoas por causa do que aconteceu. “Mesmo após alguns anos”, diz Graciela, já mencionada, “você se sente confusa, humilhada e desamparada. Você se lembra de muitos momentos felizes do casamento e pensa: ‘Ele dizia que não conseguiria viver sem mim. Será que estava sempre mentindo? O que deu errado?’”
O que pode acontecer: Talvez você ainda sinta raiva e esteja ressentido por causa do modo como foi maltratado pelo seu cônjuge. Às vezes, a solidão pode ser devastadora. — Provérbios 14:29; 18:1.

2 Criação dos filhos


“A infidelidade do meu marido foi um grande baque”, conta Jane, na Grã-Bretanha. “Também fiquei arrasada por ele ter nos abandonado.” Jane se divorciou dele. Embora acredite ter tomado a decisão certa, ela admite: “Um desafio que enfrentei foi ter de ser a mãe e o pai dos meus filhos. Tive de tomar todas as decisões sozinha.”
Graciela, uma mãe divorciada na Espanha, passou por uma situação similar. “Fiquei com a guarda unilateral de meu filho de 16 anos”, diz ela. “Mas a adolescência é um período difícil, e eu estava mal preparada para criar meu filho sozinha. Passei dias e noites chorando. Eu me sentia uma péssima mãe.”
Aqueles que compartilham a guarda dos filhos enfrentam um outro problema — negociar com o ex-cônjuge assuntos delicados como visitas, pensão e disciplina dos filhos. Christine, uma mãe divorciada nos Estados Unidos, comenta: “Desenvolver um relacionamento de cooperação com seu ex-marido não é fácil. Há muitos sentimentos envolvidos e, se não tomar cuidado, você pode acabar usando seus filhos como um meio para tentar manipular a situação.”
O que pode acontecer: As decisões tomadas no tribunal referentes à guarda dos filhos talvez não sejam as que você gostaria. Se você compartilha a guarda, seu ex-cônjuge talvez não seja tão sensato como você gostaria nas questões já mencionadas, como visitas, pensão e assim por diante.

1 Problemas financeiros


Daniella, na Itália, estava casada havia 12 anos quando descobriu que seu marido estava tendo um caso com uma colega de trabalho. “Quando fiquei sabendo”, conta Daniella, “a mulher estava no sexto mês de gravidez”.
Depois de um tempo separados, Daniella resolveu se divorciar. “Eu tentei salvar o casamento, mas meu marido continuou me traindo.” Daniella acha que tomou a decisão correta. Mesmo assim, ela diz: “Assim que nos separamos, minha situação financeira ficou um caos. Às vezes, eu não tinha nem o que comer à noite, apenas bebia um copo de leite.”
Maria, na Espanha, passou por um revés similar. “Meu ex-marido não me dá nenhuma ajuda financeira”, conta ela, “e eu preciso trabalhar bastante para pagar as dívidas que ele deixou. Também tive de me mudar de uma casa confortável para um pequeno apartamento num lugar perigoso”.
Como esses casos mostram, quando um casamento acaba, geralmente são as mulheres que sofrem em sentido financeiro. De fato, um estudo europeu de sete anos revelou que a renda dos homens aumentou 11% depois do divórcio, ao passo que a renda das mulheres diminuiu 17%. Mieke Jansen, responsável pelo estudo, diz: “É difícil para algumas mulheres, porque elas precisam cuidar dos filhos, procurar um emprego e lidar com o trauma emocional do divórcio.” O jornal britânico The Daily Telegraph observou que, de acordo com alguns advogados, esses fatores estão “obrigando as pessoas a pensar duas vezes antes de se separar”.
O que pode acontecer: Se você se divorciar, talvez sua renda fique reduzida. Também pode ser que precise se mudar. Se ficar com a guarda dos filhos, pode ser difícil se sustentar e cuidar adequadamente das necessidades deles. — 1 Timóteo 5:8.

A Bíblia e o divórcio


A Bíblia não retrata o divórcio como um assunto de pouca importância. Ela diz que divorciar-se por motivos banais, talvez com o objetivo de se casar com outra pessoa, é algo traiçoeiro e odioso para Jeová Deus. (Malaquias 2:13-16) O casamento é uma união permanente. (Mateus 19:6) Muitos casamentos que foram desfeitos por motivos triviais poderiam ter sido salvos se marido e mulher tivessem sido mais perdoadores. — Mateus 18:21, 22.
Mas a Bíblia permite o divórcio e um novo casamento sob uma condição: relações sexuais fora do casamento. (Mateus 19:9) Assim, se seu cônjuge foi infiel, você tem o direito de terminar o casamento. Outras pessoas não devem influenciar você com suas opiniões, e não é o objetivo deste artigo lhe dizer o que fazer. Afinal, é você que terá de conviver com as consequências; então a decisão é sua. — Gálatas 6:5.
No entanto, a Bíblia declara: “O argucioso considera os seus passos.” (Provérbios 14:15) Assim, mesmo que tenha base bíblica para o divórcio, você deveria pensar seriamente nas consequências de se tomar essa decisão. (1 Coríntios 6:12) “Alguns talvez achem que devem tomar uma decisão rápida”, diz David, na Grã-Bretanha. “Mas, por eu mesmo ter me divorciado, posso dizer que é preciso tempo para avaliar tudo que está envolvido.”
Analisemos quatro assuntos importantes que merecem sua atenção. Ao fazer isso, note que nenhuma das pessoas divorciadas mencionadas aqui diz ter tomado uma decisão errada. Mas seus comentários destacam alguns dos desafios que muitas vezes aparecem meses ou até anos após o divórcio.

Quatro coisas que você precisa saber sobre o divórcio


Depois de avaliar os danos, os proprietários podem escolher demolir a casa ou recuperá-la.
ACHA que seu casamento está numa situação similar? Talvez seu cônjuge tenha traído sua confiança ou conflitos constantes tenham roubado a alegria de seu relacionamento. Se isso aconteceu, você talvez diga a si mesmo: ‘Não nos amamos mais’ ou ‘Simplesmente não fomos feitos um para o outro’ ou ainda ‘Não sabíamos o que estávamos fazendo quando nos casamos’. Pode ser que você até esteja pensando em se divorciar.
Antes de se precipitar em acabar com o casamento, pense bem. O divórcio nem sempre acaba com as ansiedades. Pelo contrário, muitas vezes apenas troca uma série de problemas por outra. Em seu livro The Good Enough Teen, sobre como criar filhos adolescentes, o Dr. Brad Sachs alerta: “Casais que estão se separando idealizam o divórcio perfeito — o conflito tempestuoso e sombrio sendo substituído repentina e permanentemente pela brisa refrescante e consoladora da serenidade e da cordialidade. Mas uma condição assim é tão ilusória quanto a ideia de um casamento perfeito.” Então, é importante estar bem informado e encarar o divórcio de forma realística.

Lidar com sogros


Isabel diz: A mãe de Roberto não fazia questão de esconder que não me aprovava. Mas meus pais também não tratavam Roberto muito melhor. Na verdade, eu nunca tinha visto eles serem tão rudes com alguém. Visitar os pais um do outro passou a ser uma tremenda provação para nós dois.
Roberto diz: Minha mãe achava que ninguém era bom o suficiente para seus filhos, por isso desde o início ela via defeitos em Isabel. E os pais de Isabel faziam o mesmo comigo — sempre me criticavam. O problema é que depois que isso acontecia, eu e Isabel começávamos a defender nossos pais e a criticar um ao outro.
OS CONFLITOS com sogros talvez deem um bom repertório para comediantes, mas na vida real não é nada engraçado. “Durante anos, minha sogra interferiu em nosso casamento”, diz Reena, uma esposa na Índia. “Muitas vezes, extravasei minha raiva em meu marido porque não podia fazer isso com a mãe dele. Era como se ele tivesse sempre de escolher entre ser um bom marido e um bom filho.”
Por que alguns pais interferem na vida de seus filhos casados? Isabel, mencionada no início, sugere um motivo: “Pode ser difícil para eles ver alguém jovem e inexperiente passar a ter a responsabilidade de cuidar de seu filho ou filha.” Dilip, marido de Reena, vai mais longe. “Pais que criaram seus filhos com sacrifício talvez se sintam colocados de lado”, diz ele. “Também podem estar realmente preocupados por achar que seu filho, ou filha, não tem sabedoria para tornar o casamento bem-sucedido.”
Falando com franqueza, às vezes os sogros são convidados a interferir. Veja, por exemplo, o caso de Michael e Leanne, um casal na Austrália. “Leanne veio de uma família bem achegada em que todos falam abertamente dos assuntos”, diz Michael. “Então, depois de nos casarmos, ela consultava o pai para falar de assuntos que na verdade cabia a mim e a ela decidir. Seu pai até tinha muita coisa para nos ensinar, mas eu ficava magoado por Leanne o consultar em vez de consultar a mim.”
Fica claro que problemas com sogros podem causar estresse no casamento. Isso acontece no seu caso? Como você se dá com os pais de seu cônjuge, e como ele se dá com os seus? Considere dois desafios que podem surgir e o que você pode fazer.
DESAFIO 1: Seu cônjuge parece ser apegado demais aos pais. “Minha esposa achava que se não morássemos perto de seus pais, ela estaria sendo desleal com eles”, diz um marido na Espanha chamado Luis. “Por outro lado”, acrescenta ele, “quando nosso filho nasceu, meus pais vinham nos visitar quase todos os dias, o que deixava minha esposa estressada. Isso causou muitos conflitos entre nós”.
O ponto em questão: Ao descrever o casamento, a Bíblia diz que quando um homem se casa ele ‘deixa seu pai e sua mãe, e tem de se apegar à sua esposa, e eles têm de se tornar uma só carne’. (Gênesis 2:24) Ser “uma só carne” é mais do que simplesmente morar juntos. Na verdade, significa que o marido e a esposa formam uma nova família — família essa que tem prioridade sobre suas famílias de origem. (1 Coríntios 11:3) É claro que tanto o marido como a esposa ainda precisam honrar seus pais, e isso muitas vezes envolve dar atenção a eles. (Efésios 6:2) Mas e se seu cônjuge cumpre essa responsabilidade de uma maneira que parece que ele ignora ou negligencia você?
O que você pode fazer: Analise a situação de modo objetivo. Seu cônjuge é mesmo apegado demais aos pais, ou será que você simplesmente não tem o mesmo tipo de relacionamento com seus pais? Se esse for o caso, de que modo a forma como foi criado está influenciando a maneira como você encara a situação? Será que não está um pouco enciumado? — Provérbios 14:30; 1 Coríntios 13:4; Gálatas 5:26.
Não dá para ter a resposta a essas perguntas sem fazer uma autoanálise honesta. Mas é importante fazer isso. Afinal, se você e seu cônjuge estão sempre brigando por causa dos sogros, então o que vocês realmente têm é um problema no casamento e não um problema com sogros.
Muitos conflitos no casamento surgem por não haver duas pessoas que tenham exatamente o mesmo ponto de vista sobre um assunto. Você pode se esforçar para ver as coisas do ponto de vista de seu cônjuge? (Filipenses 2:4; 4:5) Foi isso o que um marido no México chamado Adrián fez. “Minha esposa foi criada num ambiente familiar negativo”, diz ele, “por isso eu evitava conviver com meus sogros. Com o tempo, cortei todo tipo de convívio com eles — por anos. Isso causou conflitos em nosso casamento porque minha esposa ainda queria estar perto da família, especialmente da mãe”.
Mais tarde, Adrián adotou uma posição mais equilibrada. “Embora eu saiba que ter contato demais com os meus sogros afeta minha esposa emocionalmente, não ter contato nenhum também causa problemas”, diz ele. “Na medida do possível, tentei restabelecer e manter um bom relacionamento com meus sogros.”
TENTE O SEGUINTE: Coloque por escrito o que você e seu cônjuge acreditam ser a dificuldade principal a respeito de seus sogros. Se possível, comece com “Eu sinto que . . . ” Depois troquem os papéis. Juntos, num espírito de equipe, pensem bem em como podem lidar com as preocupações um do outro.
DESAFIO 2: Seus sogros interferem constantemente em seu casamento, dando conselhos que vocês não pediram. “Nos primeiros sete anos de casados, moramos com a família de meu marido”, disse uma esposa no Cazaquistão chamada Nelya. “Sempre tínhamos conflitos sobre como criar nossos filhos e sobre outros assuntos, como o modo de eu cozinhar e limpar a casa. Falei com meu marido e com minha sogra sobre isso, o que só levou a mais conflitos.”
O ponto em questão: Quando você se casa, não está mais sob a autoridade de seus pais. Em vez disso, a Bíblia diz que “a cabeça de todo homem é o Cristo; por sua vez, a cabeça da mulher é o homem” — ou seja, o marido dela. (1 Coríntios 11:3) No entanto, como já mencionado, tanto o marido como a esposa devem honrar os pais. De fato, Provérbios 23:22 declara: “Escuta teu pai que causou o teu nascimento e não desprezes a tua mãe só porque ela envelheceu.” Mas o que fazer se seus pais — ou os pais de seu cônjuge — passam dos limites e tentam impor suas ideias?
O que você pode fazer: Num espírito de empatia, tente descobrir o motivo por trás dessa aparente intromissão. “Em alguns casos os pais precisam saber que ainda são importantes na vida dos filhos”, diz Roberto, já citado. Essa interferência talvez não seja proposital, e é possível lidar com isso aplicando o conselho bíblico de ‘continuar a suportar uns aos outros e a perdoar uns aos outros liberalmente, se alguém tiver razão para queixa contra outro’. (Colossenses 3:13) Mas e se a interferência de seus sogros aumentar a ponto de causar conflitos entre você e seu cônjuge?
Alguns casais aprenderam a estabelecer limites apropriados. Isso não significa que você precisa impor uma série de regras a seus pais. Muitas vezes, é apenas uma questão de deixar claro por meio de suas ações que seu cônjuge vem em primeiro lugar em sua vida. Por exemplo, um marido no Japão chamado Masayuki diz: “Mesmo que os pais expressem suas opiniões, não concorde de imediato com eles. Lembre-se de que você está construindo uma nova unidade familiar. Então, procure saber primeiro o que seu cônjuge pensa do conselho recebido.”
TENTE O SEGUINTE: Fale com seu cônjuge sobre de que maneira específica a interferência dos pais está causando conflito em seu casamento. Juntos, escrevam que limites vocês podem estabelecer e como mantê-los sem deixar de honrar os pais.
Muitos conflitos com seus sogros podem ser minimizados se vocês discernirem a motivação deles e não permitirem que esses conflitos causem tensão em seu casamento. A esse respeito, Isabel admite: “Às vezes, as discussões com meu marido sobre nossos pais eram em grande parte baseadas na emoção, e ficava claro que falar sobre as imperfeições de nossos sogros podia magoar muito. Com o tempo, deixamos de usar as imperfeições deles como arma para atacar um ao outro e aprendemos a lidar com o problema. Em resultado disso nos achegamos muito mais como marido e mulher.”

quarta-feira, 30 de março de 2011

DINHEIRO OU LAZER?


  Alguns estudiosos do século 20 acreditavam que os avanços na tecnologia libertariam as pessoas do tédio do trabalho e marcariam o início de “uma era de lazer sem precedentes”.
  No início da década de 30, Julian Huxley, professor universitário, previu que no futuro ninguém precisaria trabalhar mais do que dois dias por semana. Walter Gifford, um executivo, declarou que a tecnologia daria a “todo homem a chance de fazer o que quisesse . . . , o tempo para aprimorar-se na arte de viver [e] para se dedicar mais a atividades que satisfizessem a mente e o espírito”.
  Mas que dizer das aspirações materiais das pessoas? O sociólogo Henry Fairchild orgulhou-se em dizer que, “mesmo funcionando . . . no máximo quatro horas por dia”, as indústrias poderiam “fabricar mais produtos do que as pessoas conseguiriam usar”.
  Será que essas predições se tornaram realidade? O crescimento econômico durante os séculos 20 e 21 foi realmente astronômico. Em teoria, isso deveria ter reduzido a carga de trabalho de modo significativo. Mas o que tem acontecido? John de Graaf escreveu: “[As pessoas] têm colhido todos os benefícios de sua produtividade na forma de mais dinheiro — ou mais bens, se preferir —, mas nenhum benefício na forma de mais tempo. Dito de modo simples, nossa sociedade tem dado mais valor ao dinheiro do que ao tempo.”

Como conciliar trabalho com família


Hoje muitas famílias têm uma agenda cheia, mas um relacionamento vazio. “O trabalho consome quase toda a minha energia, e meus filhos ficam com o que sobra”, lamenta uma mulher na Inglaterra. Uma pesquisa nos Estados Unidos revelou que 1 em cada 5 adolescentes disse que sua maior preocupação é “não passar tempo suficiente com os pais”. Outra pesquisa nos EUA mostrou que, quando o marido e a esposa trabalham, eles conversam um com o outro em média apenas 12 minutos por dia.
Cansadas com o aumento da pressão no trabalho, muitas pessoas estão reavaliando suas prioridades e fazendo mudanças. Timothy, um chefe de família com dois filhos pequenos, conta: “Eu fazia horas extras, e minha esposa trabalhava nos fins de semana. Quase não nos víamos. Por fim, reavaliamos nossa vida e fizemos algumas mudanças. Hoje somos muito mais felizes.” Brian, gerente de uma loja, diz: “Com o segundo filho a caminho, fui procurar um emprego que me permitisse passar mais tempo com a família. Achei um que pagava uns 800 dólares a menos por mês do que meu trabalho anterior, mas valeu a pena!” Melina saiu do emprego quando nasceu sua primeira filha. “Foi difícil acostumar de novo com apenas uma fonte de renda”, lembra-se ela. “Mas eu e meu marido achamos que seria melhor que eu ficasse em casa com Emily do que colocá-la numa creche.”
Devemos admitir, porém, que muitas famílias lutam para conseguir pagar apenas as despesas básicas do mês. Em alguns casos, o marido ou a esposa tem dois empregos só para conseguir o sustento e, em outros casos, ambos trabalham, deixando os filhos com os avós ou em creches.
Você talvez descubra outras maneiras de conciliar trabalho com as obrigações familiares. O ponto principal é: não abra mão das alegrias da vida familiar por dar atenção demais ao trabalho.
Tenha certeza de que conciliar o trabalho com a recreação e as necessidades da família lhe trará ricas bênçãos. No próximo artigo, analisaremos um fator ainda mais importante para uma vida simples e equilibrada.

Tempo para o trabalho e para si mesmo


A Bíblia nos aconselha a trabalhar duro para sustentar a família. (Efésios 4:28) Mas também nos incentiva a ‘comer, beber e ver o que é bom por todo o nosso trabalho árduo’. (Eclesiastes 3:13) De fato, trabalhar longos períodos sem recreação e descanso apropriado pode roubar muitas alegrias da vida. Também pode resultar em graves problemas de saúde.
A sobrecarga crônica de trabalho tem sido associada a obesidade, alcoolismo, doenças cardíacas, acidentes de trabalho, dependência de drogas, ansiedade, fadiga, depressão e muitos outros problemas relacionados ao estresse. O trabalho em excesso também pode custar a vida. Um relatório calcula que no Japão a quantidade de pessoas que morre por trabalhar demais é igual à quantidade que morre em acidentes de carro — cerca de 10 mil por ano. Esse fenômeno — chamado karoshi, “morte por excesso de trabalho” — também ocorre em outros países.
Note o conselho sábio da Bíblia: “Melhor é um punhado de descanso do que um punhado duplo de trabalho árduo e um esforço para alcançar o vento.” (Eclesiastes 4:6) De fato, o equilíbrio é essencial. Não deixe que sua profissão se torne sua obsessão. Proteja sua saúde mental, física e emocional por tirar tempo para descansar e aproveitar os frutos de seu trabalho.
“Devemos trabalhar para viver e não viver para trabalhar”, diz Andrew, um homem casado que tem três filhos. Conciliar trabalho com descanso e lazer também ajudará você a cuidar das necessidades de sua família. Mas isso não é fácil, principalmente se tiver contas para pagar.

Tenha um conceito equilibrado do trabalho


NESTES tempos de intensa crise econômica, uma das maiores preocupações é ter um emprego estável que garanta o sustento da família. Isso nem sempre é fácil, principalmente quando milhares de trabalhadores estão sendo dispensados. Se você ficou desempregado de repente, o desafio é se esforçar bastante para conseguir outro emprego.
Mas a vida não se resume em apenas trabalhar duro. Glenn, um chefe de família da Austrália, disse: “Temos de admitir que ninguém diz no leito de morte: ‘Eu gostaria de ter trabalhado mais.’” É claro que ter uma vida satisfatória e significativa envolve arrumar tempo para o trabalho. Mas também é preciso tempo para outras coisas, como família, recreação e espiritualidade. De que modo você pode cuidar dessas áreas importantes da vida de forma equilibrada?

“JORNADA DUPLA”


  “Quando chego em casa do trabalho”, conta uma mulher, “preciso preparar o jantar, limpar a casa, lavar roupa, buscar as crianças, ajudá-las com o dever de casa, dar banho nelas e colocá-las para dormir. Depois disso, estou morta de cansaço”. Calcula-se haver 1,2 bilhão de mulheres que trabalham fora, e milhões delas enfrentam essa assustadora “jornada dupla”, assim como muitos homens. Mas pesquisas mostram que os homens costumam fugir do trabalho doméstico. Essas tarefas geralmente sobram para as mulheres, quer trabalhem fora quer não.

Você está estressado?


NO MUNDO inteiro, o conflito entre trabalho e vida familiar é um assunto muito sério. De acordo com certa fonte, ‘a globalização, a tecnologia moderna e uma economia estressante e frenética têm obscurecido a tradicional linha divisória entre casa e trabalho’. Essas mudanças têm resultado numa prosperidade sem precedentes. Mas isso vem acompanhado de um preço. Certo autor comenta: “Milhões de nós têm trabalho em excesso, compromissos em excesso e preocupações em excesso.” Estamos simplesmente estressados.
Agora some a isso os efeitos desanimadores da atual recessão econômica. Trabalhadores em todo o mundo, tanto da classe executiva como da operária, perderam o emprego e a casa. Eles provavelmente não se importariam em estar trabalhando muito.
Analisemos o alcance desses problemas:
▶ Seis de cada dez trabalhadores europeus sofrem de estresse por causa do trabalho.
▶ Dentre trabalhadores dos EUA, 1 em cada 3 sente que está cronicamente sobrecarregado de trabalho.
▶ De cada 3 canadenses, mais de 2 acham difícil conciliar a família com o trabalho.
▶ Estima-se que mais de 600 milhões de trabalhadores, ou 22% da força de trabalho mundial, gastem mais de 48 horas semanais trabalhando.
Essas estatísticas refletem uma imensa tragédia humana. Algumas pesquisas relacionam longas e irregulares jornadas de trabalho a problemas de saúde, relacionamentos tensos, falta de atenção para os filhos, separação e divórcio.
E você? Está trabalhando demais? Ou está entre os milhões atualmente desempregados? Gostaria de conciliar melhor o trabalho com a família? Em caso afirmativo, como conseguir isso?