sábado, 18 de setembro de 2010

Casais de renda dupla — os desafios que enfrentam


“ACHO que o homem é que deveria trabalhar fora, e que deveria trazer o dinheiro para casa”, assevera certo homem. “E, ao concluir seu trabalho, deveria poder sentar-se e descansar o resto do dia.” Todavia, apesar de seus sentimentos obviamente fortes, sua esposa trabalha fora.

Muitos homens vêem-se assim enredados num cabo-de-guerra emocional: a necessidade econômica versus idéias arraigadas sobre a masculinidade. Observa a socióloga Lillian Rubin: “Numa sociedade em que as pessoas de todas as classes são enredadas na luta frenética pela adquisição de bens, em que o senso de valor dum homem, e a definição da sua masculinidade repousa pesadamente sobre sua capacidade de fornecer tais bens, é-lhe difícil admitir que a família realmente precisa da renda de sua esposa para viver como ambos almejariam.” Há homens, por conseguinte, que ficam muito deprimidos, ou hipercríticos, queixando-se de que a esposa se tornou independente demais ou que seu lar já não é tão asseado como antes.

E, quando a mulher percebe mais que o marido, ou consegue um emprego de superior status, o que pode resultar? Afirmava a revista Psychology Today (Psicologia Atual): “Para alguns maridos de pouco êxito cujas esposas são muito bem-sucedidas, o índice de mortes prematuras devidas a doença cardíaca é 11 vezes mais freqüente que o normal.” Informou ainda The Journal of Marriage and the Family (Revista do Casamento e da Família) que, nos casos em que as esposas alcançam ‘maior realização profissional’, “tais casamentos tinham mais probabilidade de acabar em divórcio”.

As esposas, contudo, precisam às vezes travar sua própria guerra contra o ressentimento. Embora conheçam bem as dificuldades econômicas do marido, talvez ainda assim pensem: ‘Por que tenho eu de trabalhar fora? Não devia ele me sustentar?’ Também, ela talvez se veja afligida pelo que o psicólogo, dr. Martin Cohen, chama de a maior fonte de stress entre as mulheres que trabalham fora — “a culpa de não fazerem o suficiente — de não serem uma esposa e mãe tão boa quanto sua mãe foi”.

Por conseguinte, aceitar as realidades econômicas que obrigam tanto o marido como a esposa a serem provedores, pode ser o seu primeiro desafio. Mas, certamente, não será o último.

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