quarta-feira, 20 de outubro de 2010

EFEITOS — AGRADÁVEIS OU DOLOROSOS?


 A atração e o desejo sexuais, nas circunstâncias certas, podem ter bons efeitos. Naturalmente, um deles são os filhos. O primeiro caso registrado de relações sexuais diz: “Adão teve então relações com Eva, sua esposa, e ela ficou grávida.” (Gênesis 4:1) Na família, os filhos resultantes podem ser fonte de verdadeira felicidade. Que dizer, porém, das relações sexuais de pessoas ainda não casadas? Muitas vezes, o efeito é o mesmo: gravidez e filhos.

 Muitos dos que se entregam às relações sexuais pré-maritais acham que isso não deve preocupar muito. Eles estão pensando nos contraceptivos disponíveis. Em alguns lugares, os adolescentes podem obtê-los sem que os pais saibam disso. Não obstante, a gravidez entre adolescentes é abundante, mesmo entre jovens sofisticadas, que dizem: “Não podia ter acontecido comigo.” Reportagens tais como as seguintes provam isso:

“Mais de um em cada cinco bebês nascidos na Nova Zelândia, no ano passado, nasceu a uma genitora não. casada.”

“De cada três mulheres britânicas de menos de 20 anos, que recitam seus votos maritais, uma já é mãe expectante.”

“Uma dentre cada cinco mães adolescentes [nos E.U.A.] ficará grávida antes de completar o segundo grau escolar.”

 Este efeito doloroso do sexo antes do casamento tem exercido pressão sobre muitas moças e muitos rapazes. Algumas procuram o aborto. No entanto, pessoas sensíveis ficam muito perturbadas diante da idéia de destruir uma criança em desenvolvimento dentro da mãe. (Êxodo 20:13) As emoções e a consciência femininas também estão envolvidas. Estas são tão fortes, que muitas daquelas que permitiram o aborto mais tarde o lamentaram profundamente — Romanos 2:14, 15.

 A gravidez de adolescentes traz consigo maiores riscos para a mãe e para o filho do que a gravidez duma mulher adulta. Há maior perigo de anemia, toxemia, hemorragia anormal, trabalhos de parto mais prolongados e parto induzido, bem como a morte durante o parto. O bebê que nasce de mãe de menos de 16 anos tem duas vezes mais probabilidades de morrer durante o seu primeiro ano. Os nascimentos ilegítimos trazem também aos pais muitos problemas pessoais, sociais e econômicos. Além disso, a segurança e o desenvolvimento da criança dependem em grande parte dum ambiente estável no lar. Os filhos que ficam privados disso pela ilegitimidade podem ficar seriamente prejudicados pelo resto da vida. Então, diria que os efeitos gerais do sexo pré-marital são agradáveis ou dolorosos? E constitui o conselho bíblico: ‘Abstenha-se da fornicação’, uma proteção sábia?

 Não fazerem caso do conselho bíblico expôs também muitos a outro efeito doloroso: a doença. As mulheres que iniciaram sua vida sexual na adolescência, com diversos homens, têm uma proporção muito mais elevada de câncer cervical. Há também o perigo bem real duma doença venérea. Alguns enganam-se em pensar que a gonorréia e a sífilis podem ser facilmente detectadas e curadas. Mas os peritos da Organização Mundial de Saúde da ONU relatam que algumas bactérias de doença venérea são agora resistentes aos antibióticos. Os médicos preocupam-se também com o aumento do herpes genital. Este amiúde prejudica as crianças nascidas de mulheres contagiadas. Sim, muitas pessoas jovens estão aprendendo, para a sua tristeza, a veracidade da advertência bíblica:

“Todo outro pecado que o homem possa cometer é fora de seu corpo, mas quem pratica fornicação está pecando contra o seu próprio corpo.” — 1 Coríntios 6:18.

 Alguns acham que o sexo pré-marital provê experiência que pode tornar mais fácil o ajuste sexual no casamento. É comum, em alguns países, que os pais abastados levem seus filhos a prostitutas para “educação”. Alguns talvez achem que isso é útil. Mas, realmente não é, segundo o nosso Criador, que tem observado todas as experiências humanas. Manter antes a castidade lança uma base muito melhor para um casamento feliz. Certos estudos canadenses revelaram que os adolescentes que praticaram cedo o sexo pré-marital têm mais probabilidade de virem a enganar seu cônjuge depois de casados. Mas os que antes se mantêm castos têm maior probabilidade de serem castos no matrimônio; o respeito e a honra que tiveram pelo matrimônio antes do dia do casamento continua depois.

SEXO ANTES DO CASAMENTO — POR QUE NÃO?


 O impulso e a faculdade sexuais costumam despertar e aumentar durante a adolescência. Assim, no decorrer da história, muitos dos jovens têm tido relações sexuais antes do casamento. (Gênesis 34:1-4) Mas, nos últimos anos, o sexo pré-marital tem-se tornado cada vez mais comum. Em alguns lugares é quase que a regra geral. Por quê?

 Um motivo do aumento do sexo pré-marital tem que ver com a publicidade dada ao sexo nos filmes e nas novelas populares. Muitos jovens ficam curiosos, querem ‘saber como é’. Isto, por sua vez, cria pressões entre os da mesma idade e influencia outros a se ajustarem. Visto que o sexo antes do casamento e o sexo sem casamento se tornaram amplamente difundidos, muitos clérigos dizem agora que é permissível, desde que ambas as partes ‘se amem’. São cada vez mais os solteiros que se vêem confrontados com a questão: ‘Por que não manter relações sexuais, especialmente se usarmos o controle da natalidade?’

 O colunista médico Dr. Saul Kapel alistou outros motivos para o sexo pré-marital, e fez as seguintes observações sobre os efeitos:

‘Abusa-se do sexo como meio de rebelião contra os pais. Abusa-se dele para chamar atenção, como uma espécie de “pedido de socorro”. Abusa-se dele como meio de “provar” a masculinidade ou a feminilidade. Abusa-se dele como muleta social, na tentativa vã de obter aceitação.

‘Quando se abusa assim do sexo, ele nunca resolve os problemas que o motivam. Usualmente apenas os obscurece.’

 Não importa quais os motivos para o sexo pré-marital, não importa quão comum seja, não importa quantos conselheiros e clérigos o aprovem, a Bíblia aconselha:

“Isto é o que Deus quer, . . . que vos abstenhais de fornicação; . . . que ninguém vá ao ponto de prejudicar e de usurpar os direitos de” outro. — 1 Tessalonicenses 4:3-6.

Alguns talvez achem que Deus é nisso desnecessariamente restritivo. Mas, não se esqueça de que o próprio sexo é uma dádiva de  Deus; foi Ele quem criou os humanos com a faculdade da procriação. (Gênesis 1:28) Não é lógico que o Autor do sexualismo humano possa dar o melhor conselho sobre ele, conselho que realmente possa proteger-nos contra o dano?

Sexo — que conselho funciona mesmo?


SE FOSSE fazer uma pesquisa sobre: “O que dá felicidade?” muitas das respostas envolveriam o sexo. Isto é de esperar, porque as sensações e os desejos sexuais são algo dado por Deus, que faz parte de toda pessoa normal e sadia.

 Os debates sobre o sexo têm ficado mais francos do que em gerações passadas. A conduta sexual também mudou. São cada vez mais os jovens que começam a ter relações sexuais já cedo na vida, mesmo no começo da adolescência. Milhões de casais, inclusive muitos aposentados, convivem e têm relações sexuais sem serem casados. Entre os casados, muitos têm experimentado o sexo em grupo, a troca de esposas ou o “casamento aberto”, em que ambos os cônjuges concordam em ter relações sexuais fora do matrimônio.

 Diversas fontes oferecem conselhos sobre estes assuntos. O que hoje e considerado como popular tem sido estimulado ou pelo menos aprovado por muitos médicos, conselheiros matrimoniais e clérigos. Alguns tiram suas idéias de livros “explanatórios” ou de artigos de revistas. O pensamento de outros é moldado pelos cursos de educação sexual na escola. Mais outros simplesmente adquirem suas idéias de novelas, de filmes e de espetáculos de televisão, que tratam explicitamente do sexo.

 Conforme a maioria das pessoas sabe, a Bíblia também considera este assunto. Muitos tendem agora a afastar-se das normas bíblicas, achando que estas são muito restritivas. Mas, é este o caso? Ou será que a aplicação do conselho bíblico realmente protege a pessoa contra muita mágoa e torna possível encontrar maior felicidade na vida?

sábado, 2 de outubro de 2010

Aja assim como deseja se sentir


Para vencer uma depressão profunda, é preciso persistir em buscar verdadeira jovialidade e afabilidade. (Compare com Atos 20:35.) Isto exige romper a entrincheirada disposição para a solidão agindo exatamente ao contrário de sua mortífera letargia. Aja com felicidade, dance, cante uma alegre canção. Faça qualquer coisa que reflita felicidade. Exagere nisso, exceda-se, desaloje a disposição soturna com pensamentos felizes. Tais como?

Tais como os de Filipenses 4:8: “Por fim, irmãos, todas as coisas que são verdadeiras, todas as que são de séria preocupação, todas as que são justas, todas as que são castas, todas as que são amáveis, todas as coisas de que se fala bem, toda virtude que há e toda coisa louvável que há, continuai a considerar tais coisas.”

O que é preciso é dar à sua vida um significado. Se achar que a sua vida tem significado, você será energizado a corresponder a isso e a tentar cumpri-lo. Provavelmente não cairá no sentimento de desalentada solidão. Isto se mostra de maneira interessante no livro de Viktor Frankl, Man’s Search for Meaning (A Busca de Significado Pelo Homem). Ele aborda isso com relação aos prisioneiros nos campos de concentração de Hitler. Aqueles que não tinham senso de significado na sua vida sucumbiram à solidão e lhes faltava a vontade de viver. Mas “a conscientização de seu valor interior é ancorada em coisas mais elevadas, mais espirituais, e não pode ser abalada pela vida no campo [de concentração]”. Ele continuou: “O sofrimento de alguma maneira deixa de ser sofrimento no momento que encontra um significado, tal como o significado do sacrifício. . . . A preocupação principal do homem não é obter prazer ou evitar a dor, mas sim ver um significado na sua vida. É por isso que o homem está até mesmo pronto a sofrer, sob a condição, garantida, de que o seu sofrimento tem significado.”

Depende de você


Difícil de fazer? Mais fácil falar do que fazer? Tudo o que é meritório é mais fácil falar do que fazer. É isto o que torna o fazer tão satisfatório para a pessoa. É preciso fazer esforço especial. Uma parte de si vai junto com o dar, e a luz brilhante dentro de você fica ainda mais brilhante. Cabe a você fazer o esforço de liquidar a solidão que tenta dominá-lo. Disse um escritor na revista Modern Maturity: “Ninguém mais é responsável por sua solidão, mas você pode fazer algo a respeito. Você pode alargar a sua vida com uma simples amizade. Pode perdoar alguém que você acha que o feriu. Pode escrever uma carta. Pode dar um telefonema. Apenas você pode dar uma reviravolta na sua vida. Nenhum outro ser humano pode fazer isso por você.” Ele citou uma carta que recebera e que “acerta na mosca: ‘Digo às pessoas que depende delas afastar de suas vidas a solidão ou a idéia de não se sentir realizado. Façam algo!’”

Não é preciso limitar seus prestativos amigos a seres humanos. Disse certo veterinário: “Os maiores problemas dos idosos não são os males físicos, mas sim a solidão e a rejeição que experimentam. Por suprirem . . . companheirismo, os animais de estimação (incluindo cachorros) dão objetivo e significado numa época em que os idosos muitas vezes são alienados da sociedade.” A revista Better Homes and Gardens disse: “Animais de estimação ajudam a tratar os emocionalmente aflitos; motivam os fisicamente doentes, os deficientes físicos e os incapacitados; e revitalizam os solitários e os idosos.” Outro artigo de revista disse sobre pessoas que recentemente haviam cultivado interesse em animais de estimação: “As ansiedades dos pacientes diminuíam e eles podiam expressar amor a seus animais de estimação sem medo da rejeição. Mais tarde passaram a se comunicar com pessoas, primeiro falando a respeito do cuidado com os seus animais de estimação. Passaram a sentir uma responsabilidade. Sentiram-se necessários, algo dependia deles.”

É muito comum que a vítima da solidão não cobre suficiente ânimo para ajudar a si mesma, para erguer a si mesma das profundezas do seu desespero. Há uma inércia, uma falta de disposição para se esforçar nesse sentido, mas se ela há de chegar à raiz de sua solidão isto tem de ser feito. O Dr. Tiago Lynch escreveu a respeito da resistência das pessoas a conselhos que acham difícil de aceitar: “A condição humana é tal que, em geral, resistimos a ouvir, ou, pelo menos, resistimos a incorporar no nosso comportamento informações que não gostamos.” A pessoa talvez queira fugir de sua solidão, mas talvez não se disponha a reunir a força de vontade necessária para efetuar a libertação.

Solidão — está decidido a lutar contra ela e vencê-la?


SENTE solidão? Há ocasiões na vida em que é natural sentir solidão, seja você casado ou solteiro, homem ou mulher, idoso ou jovem. Saiba também que estar sozinho não necessariamente causa solidão. Um solitário erudito absorto na sua pesquisa não sente solidão. Um solitário artista pintando um quadro não tem espaço para a solidão. Eles prezam um momento de solidão, e a solitude torna-se então a sua melhor amiga.

O sentimento de verdadeira solidão cresce do nosso interior, e não do exterior. A solidão pode ser causada por algum evento triste — morte, divórcio, perda de emprego, alguma tragédia. Se iluminamos bem o nosso mundo interior, essa solidão pode diminuir, talvez até mesmo desaparecer com o tempo, e a perda que nos afligiu pode ser superada, absorvida.

Os sentimentos emergem de nossos pensamentos. Depois que uma perda foi superada e os sentimentos que ela induziu tiverem recuado para o plano de fundo, é tempo de se dar primazia a pensamentos edificantes que lhe permitam levar avante a sua vida.

Mexa-se. Assuma o comando sobre si mesmo. Há coisas positivas a fazer. Portanto, seja extrovertido. Telefone para alguém. Escreva uma carta. Leia um livro. Convide pessoas à sua casa. Tenha um intercâmbio de idéias. Para ter amigos, é preciso você mesmo ser amigável. Faça primeiro uma introspecção para depois se achegar a outros. Pratique pequenos gestos de bondade. Partilhe com outros alguns consoladores petiscos espirituais. Achará certas as palavras de Jesus: “Há mais felicidade em dar do que há em receber.” Constatará outra verdade proverbial: “Aquele que rega liberalmente os outros também será regado liberalmente.” — Atos 20:35; Provérbios 11:25.

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Raiva e ansiedade

“Às vezes”, admite uma vítima da infidelidade, “a emoção que o invade é pura raiva”. Não se trata apenas de uma indignação contra o erro cometido e o sofrimento infligido, mas sim, como explicou uma jornalista, uma “revolta pelo que poderia ter sido [um casamento feliz], mas foi arruinado”.

Também são comuns os sentimentos de baixa auto-estima e de incompetência. Pedro revela: “A gente se pergunta: ‘Será que não sou suficientemente atraente? Sou faltoso em alguma outra coisa?’ A pessoa passa a dissecar a si mesma em busca da falha.” Em seu livro To Love, Honour and Betray (Amar, Honrar e Trair), Zelda West-Meads, do Conselho Nacional Britânico de Aconselhamento Matrimonial, confirma: “Uma das piores coisas a enfrentar . . . é a destruição de sua auto-estima.”

Avalanche de sentimentos

Embora chocantes, as estatísticas sobre infidelidade e divórcio não revelam o pleno impacto que causam no cotidiano das pessoas. Além das enormes implicações financeiras, considere a colossal dimensão dos sentimentos embutidos nessas estatísticas — os rios de lágrimas derramadas, as imensuráveis confusão, pesar, ansiedade e dor excruciante que a infidelidade provoca, bem como as incontáveis e angustiantes noites em claro que os familiares passam. As vítimas em geral sobrevivem à provação, mas com cicatrizes que provavelmente durarão muito tempo. Não é fácil apagar a dor e os danos provocados.

“O colapso conjugal costuma produzir uma enorme explosão de emoções”, explica o livro How to Survive Divorce (Como Sobreviver ao Divórcio), “uma explosão que, às vezes, ameaça obscurecer a sua visão. O que você deve fazer? Como deve reagir? Como dar a volta por cima? Você talvez vacile entre certeza e dúvida, ira e culpa ou confiança e suspeita”.

Pedro passou por isso, depois que soube da infidelidade da esposa. “Quando há infidelidade”, confidencia, “um dilúvio de emoções perturbadoras o invade”. Entender a sensação de devastação é difícil para quem é vítima — quanto mais para os observadores, que pouco conhecem a situação. “Ninguém”, afirma Patrícia, “realmente entende como me sinto. Quando penso que meu marido está com a outra, sinto uma verdadeira dor física, uma dor impossível de explicar”. Ela acrescenta: “Há momentos em que eu penso que vou enlouquecer. Tem dias que parece que está tudo sob controle; no dia seguinte, já não parece assim. Tem dias em que sinto a falta dele; no dia seguinte, lembro-me das tramas, das mentiras e das humilhações.”

Os trágicos resultados da infidelidade

“Fui embora”, disse a mensagem no telefone — provavelmente as palavras mais devastadoras que Patrícia já ouviu de seu marido. “Eu simplesmente não podia crer nessa traição”, diz ela. “O que eu sempre mais temia — que meu marido me largasse por outra mulher — virou uma terrível realidade.”

PATRÍCIA, de 33 anos, realmente queria que seu casamento desse certo; seu marido lhe garantira que nunca a deixaria. “Nós prometemos ficar juntos, acontecesse o que acontecesse”, lembra-se Patrícia. “Eu tinha certeza de que ele falava sério. Daí . . . ele faz isso. Agora não tenho mais nada — nem mesmo um animalzinho de estimação — nada!”

Amilton jamais se esquecerá do dia em que o adultério de sua mãe veio à tona. “Eu tinha apenas 11 anos”, lembra-se. “Minha mãe andava às pressas pela casa. Meu pai a seguia, dizendo, ‘calma, vamos conversar’. Eu pressentia que havia acontecido algo terrível. Meu pai ficou abalado e jamais se recuperou totalmente. E, além do mais, ele não tinha confidente. De modo que recorreu a mim. Imagine: um homem de 40 e poucos anos recorrer a seu filho, de 11 anos, em busca de consolo e empatia!”

Seja os escândalos que abalam realezas, políticos, astros de cinema e líderes religiosos, seja a traição e as lágrimas em nossa própria família, a infidelidade conjugal continua a cobrar um preço terrível. “O adultério”, diz The New Encyclopædia Britannica, “parece ser tão universal e, em alguns casos, tão comum como o casamento”. Alguns pesquisadores estimam que de 50 a 75 por cento dos casados já foram infiéis alguma vez. Segundo a pesquisadora Zelda West-Meads, mesmo que muitos casos de infidelidade passem despercebidos, “todas as evidências apontam para um aumento”.

sábado, 18 de setembro de 2010

“Seu”, “Meu” — De Quem?


Mais de um terço das 86.000 mulheres indagadas numa pesquisa (EUA) o identificaram como sendo o maior problema de seu casamento: o dinheiro! Afirma um artigo de Ladies’ Home Journal (Revista Doméstica das Senhoras): “A questão do dinheiro . . . transforma homens de outra forma sãos em loucos delirantes.” Disse certo marido: “Nosso pior problema era o dinheiro. Apenas a mera falta dele, a sobrepujante falta total dele.” Na verdade, a renda do outro cônjuge poderia amenizar esta pressão, mas, não raro, também cria novos problemas.

Explica Edinho, jovem marido: “Assim que nos casamos, Renata ganhava cerca do mesmo que eu. E, quando passou a ganhar mais do que eu, subconscientemente passei a ter esta sensação de que ‘ela é melhor do que eu’.” O segundo salário também parece inclinar mais a favor da esposa o “equilíbrio de poder”. Talvez ela, compreensivelmente, ache-se com mais direito de dizer como o dinheiro deva ser gasto.

Os homens, porém, refutam em compartilhar este controle. “Ele me fazia dizer, todo dia, quanto dinheiro eu precisava para aquele dia”, lembra uma esposa. “E eu realmente odiava isso.” Um marido inepto com o dinheiro, ou que, pior ainda, desperdiça seus recursos, acirra este ressentimento. Queixou-se uma senhora tanzaniana: “Ele gasta dinheiro com bebidas, e não conosco ou com os filhos. Compartilhamos o trabalho, ou fazemos a maior parte, mas ele pega todo o dinheiro, dizendo-nos que é dele — que ele o ganhou.”

Chegar a um arranjo que satisfaça a ambos os cônjuges, porém, nem sempre é fácil. Edinho e Renata, por exemplo, concordaram em depositar seus salários numa conta conjunta. “Mas quando se tratava de gastá-lo”, relembra Edinho, “os olhos dela eram mais ‘gordos’ que os meus. Quanto mais ela ganhava, mais gastava.” E algumas esposas replicariam que são os maridos que têm olhos ‘gordos’.

Casais de renda dupla — os desafios que enfrentam


“ACHO que o homem é que deveria trabalhar fora, e que deveria trazer o dinheiro para casa”, assevera certo homem. “E, ao concluir seu trabalho, deveria poder sentar-se e descansar o resto do dia.” Todavia, apesar de seus sentimentos obviamente fortes, sua esposa trabalha fora.

Muitos homens vêem-se assim enredados num cabo-de-guerra emocional: a necessidade econômica versus idéias arraigadas sobre a masculinidade. Observa a socióloga Lillian Rubin: “Numa sociedade em que as pessoas de todas as classes são enredadas na luta frenética pela adquisição de bens, em que o senso de valor dum homem, e a definição da sua masculinidade repousa pesadamente sobre sua capacidade de fornecer tais bens, é-lhe difícil admitir que a família realmente precisa da renda de sua esposa para viver como ambos almejariam.” Há homens, por conseguinte, que ficam muito deprimidos, ou hipercríticos, queixando-se de que a esposa se tornou independente demais ou que seu lar já não é tão asseado como antes.

E, quando a mulher percebe mais que o marido, ou consegue um emprego de superior status, o que pode resultar? Afirmava a revista Psychology Today (Psicologia Atual): “Para alguns maridos de pouco êxito cujas esposas são muito bem-sucedidas, o índice de mortes prematuras devidas a doença cardíaca é 11 vezes mais freqüente que o normal.” Informou ainda The Journal of Marriage and the Family (Revista do Casamento e da Família) que, nos casos em que as esposas alcançam ‘maior realização profissional’, “tais casamentos tinham mais probabilidade de acabar em divórcio”.

As esposas, contudo, precisam às vezes travar sua própria guerra contra o ressentimento. Embora conheçam bem as dificuldades econômicas do marido, talvez ainda assim pensem: ‘Por que tenho eu de trabalhar fora? Não devia ele me sustentar?’ Também, ela talvez se veja afligida pelo que o psicólogo, dr. Martin Cohen, chama de a maior fonte de stress entre as mulheres que trabalham fora — “a culpa de não fazerem o suficiente — de não serem uma esposa e mãe tão boa quanto sua mãe foi”.

Por conseguinte, aceitar as realidades econômicas que obrigam tanto o marido como a esposa a serem provedores, pode ser o seu primeiro desafio. Mas, certamente, não será o último.

Quando acabará tal espancamento


DESDE quando, no decorrer da História, a esposa já é submetida a maus-tratos? Uma fonte cita o que se julga ser a mais antiga lei escrita, datada de 2500 AEC, que permitia que os maridos espancassem suas esposas.

Em 1700 AEC, Hamurábi, o rei pagão de Babilônia, criou o famoso Código de Hamurábi, que continha cerca de 300 dispositivos legais pelos quais o homem era governado. O código decretava oficialmente que a esposa deveria mostrar total submissão a seu marido, o qual tinha o direito legal de infligir castigo a ela, por qualquer transgressão.

Chegando ao tempo do Império Romano, o romano Código das Páter-famílias sustentava: “Se apanhares tua esposa em adultério, podes matá-la impunemente, sem julgamento; mas, se tu cometeres adultério ou indecência, ela não deve presumir erguer sequer um dedo contra ti, nem a lei o permitiria.”

Um manual sobre o casamento, escrito no século 15 de nossa Era Comum, aconselhava o marido que visse a esposa cometer uma ofensa “a primeiramente intimidá-la e aterrorizá-la”, e, daí, “a pegar um pau e dar-lhe uma boa surra”.

Na Inglaterra, os legisladores do século 19 tentaram reduzir o sofrimento das mulheres por determinar legalmente as dimensões do pau. Inventaram o que era conhecido como rule of thumb law (regra de procedimento ou análise baseada na experiência ou senso comum], que permitia que o homem surrasse a esposa com um pau “não mais grosso que seu polegar”.

Embora, em muitos países da atualidade, os maridos não mais sejam protegidos por leis que lhes permitam surrar a esposa, estas tradições históricas persistem em muitas partes da Terra. Segundo um relato noticioso da cadeia CBS de TV, num país da América do Sul as mulheres são idolatradas pelos homens. No entanto, paradoxalmente, elas também são degradadas, submetidas a maus-tratos, surradas e assassinadas sem compaixão. Tal conduta é presenciada, continuava o informe, em todos os níveis da sociedade, inclusive em tribunais, onde em “defesa da honra”, um homem consegue safar-se com o homicídio, especialmente se a vítima for a esposa dele. Disse um repórter: “Muitos dos assassinos não são gente simplória, que mora no mato, mas profissionais, homens cultos.”

A ‘defesa da honra’ pode ser acionada por uma simples infração das regras do marido — não ter o jantar preparado na hora, sair sozinha, conseguir um emprego ou um grau universitário, ou deixar de “concordar com todo tipo de relações sexuais que ele deseje”.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

O trabalho em parceria fortalece o comprometimento


O fato de haver comprometimento não quer dizer que o casal nunca discordará entre si. Quando houver um problema, os dois precisarão realmente querer resolver a questão, não apenas por causa do voto que fizeram, mas por causa do vínculo emocional. Referindo-se ao casal, Jesus disse: “Não são mais dois, mas uma só carne.”

O que significa ser “uma só carne”? O apóstolo Paulo escreveu que “os maridos devem estar amando as suas esposas como aos seus próprios corpos”. (Efésios 5:28, 29) Assim, ser “uma só carne” significa, em parte, estar tão interessado no bem-estar de seu cônjuge quanto no seu próprio. As pessoas casadas precisam deixar de pensar em termos de “eu” e “meu” para pensar em “nós” e “nosso”. Uma conselheira matrimonial escreveu: “Os dois devem deixar de ser solteiros no coração, e tornar-se casados no coração.”

Você e seu cônjuge estão “casados no coração”? É possível estar juntos por muitos anos e ainda assim não ser “uma só carne” nesse sentido. Isso pode realmente acontecer, mas o livro Dê uma chance ao tempo diz: “Casamento é sinônimo de partilhar a vida, e quanto mais o casal partilha um com o outro, melhor fica o casamento.”

Alguns casais que não são felizes no casamento ficam juntos por causa dos filhos ou da estabilidade financeira. Outros fazem isso por terem fortes objeções morais ao divórcio ou por medo do que outras pessoas vão pensar se eles se separarem. Apesar de ser elogiável que esses casais permaneçam juntos, precisam lembrar-se de que seu objetivo não deve ser apenas ter um relacionamento que dure, mas um relacionamento em que exista amor.

Comprometimento envolve senso de obrigação


Comprometimento refere-se à condição de estar sob obrigação ou emocionalmente motivado. Às vezes, essa palavra é usada para referir-se a algo impessoal, como um acordo comercial. Por exemplo, um construtor pode sentir-se obrigado a cumprir as exigências de um contrato que ele assinou para construir uma casa. Talvez ele nem conheça quem contratou os serviços, mas ainda assim se sente na obrigação de cumprir sua palavra.

Embora o casamento não seja uma fria transação comercial, o comprometimento envolvido nele inclui o senso de obrigação. É provável que você e seu cônjuge tenham votado solenemente, diante de Deus e do homem, continuar juntos independentemente do que acontecesse. Jesus disse: “Aquele que os criou [ao homem e à mulher] desde o princípio os fez macho e fêmea, e disse: ‘Por esta razão deixará o homem seu pai e sua mãe, e se apegará à sua esposa.’ ” Daí, acrescentou: “O que Deus pôs sob o mesmo jugo, não o separe o homem.” (Mateus 19:4-6) Assim, quando surgem problemas, você e seu cônjuge devem estar bastante determinados a honrar esse compromisso que fizeram. Certa esposa disse: “As coisas só começaram a melhorar quando paramos de considerar o divórcio como opção.”

Mas, para o casal, o comprometimento envolve mais do que ter o senso de obrigação. O que é?

Como fortalecer seu casamento


IMAGINE uma casa em mau estado de conservação. A pintura está descascando, há buracos no telhado e o gramado está cheio de mato. Obviamente, essa construção suportou várias tempestades fortes ao longo dos anos e foi prejudicada pela negligência. Deveria ser demolida? Não necessariamente. Se o alicerce for forte e a estrutura estável, é provável que a casa possa ser reformada.

Acha que há alguma semelhança entre a situação dessa casa e seu casamento? Ao longo dos anos, pode ser que tempestades fortes, por assim dizer, tenham cobrado um tributo de seu relacionamento conjugal. É possível que um de vocês, ou ambos, tenha sido um pouco negligente. Talvez se sinta como Sandy. Depois de 15 anos de casamento, ela desabafou: “Não tínhamos nada em comum, a não ser o fato de estarmos casados. E isso não foi suficiente.”

Mesmo que seu casamento esteja nessa situação, não conclua logo que não tem mais solução. Provavelmente pode ser salvo. Muito depende do grau de comprometimento que existe entre você e seu cônjuge. O comprometimento pode ajudar a dar estabilidade ao casamento em períodos turbulentos. Mas o que é comprometimento? E como a Bíblia pode ajudá-lo a fortalecer sua determinação nesse sentido?

domingo, 5 de setembro de 2010

APRENDER AMOR POR SER AMADO


 Ser o bebê amado é vitalmente importante para o seu desenvolvimento emocional. Aprende a amar por ser amado, pela exposição aos exemplos de amor. Falando sobre o amor a Deus, 1 João 4:19 diz: “Amamos porque ele nos amou primeiro.” As lições iniciais de amor cabem principalmente à mãe. A mãe inclina-se sobre o bebê no berço, põe a mão no peito dele e o sacode suavemente, chegando o rosto perto ao do bebê e diz: ‘Eu te vejo, meu queridinho’, ou algo assim. O bebê, naturalmente, não conhece as palavras (que na realidade talvez nem sejam muito lógicas). Mas remexe-se e arrulha de prazer, porque reconhece que a mão brincalhona e o tom da voz lhe dizem claramente: ‘Eu te amo! Eu te amo!’ Sente-se reconfortado e seguro.

 Os bebês e as criancinhas aos quais se mostra amor apreciam isso, e, imitando o amor, praticam-no, pondo os pequenos braços em volta do pescoço da mãe e dando-lhe entusiásticos beijos. Agradam-se da acolhedora reação emocional que recebem da mãe, em resultado disso. Começam a aprender a lição vital de que há felicidade tanto em dar amor como em recebê-lo, de que, por semearem amor, também o colhem em troca. (Atos 20:35; Lucas 6:38) A evidência mostra que, se não houver logo contato com a mãe, mais adiante a criança pode achar difícil ter profundo apego e compromisso com outros.

 Visto que as crianças começam a aprender logo após o nascimento, os primeiros anos são os mais vitais. Durante esses anos, o amor da mãe é decisivo. Se ela conseguir mostrar e ensinar amor — não indulgência — poderá causar um bem duradouro; se falhar nisso, poderá causar dano permanente. Ser boa mãe é um dos trabalhos mais desafiadores e recompensadores que a mulher pode ter. Apesar de todas as tensões e demandas que causa, que outra “carreira” que o mundo oferece pode sequer chegar perto disso em significado e satisfação duradoura?

O PAPEL DECISIVO DA MÃE


O recém-nascido é totalmente dependente da mãe quanto às suas necessidades imediatas. Se ela amorosamente suprir essas necessidades, o bebê sentir-se-á seguro. (Salmo 22:9, 10) Precisa ser bem alimentado, e mantido limpo e quente; mas, não basta suprir-lhe as necessidades físicas. As necessidades emocionais são igualmente importantes. Se o bebê não receber amor, tornar-se-á inseguro. A mãe logo pode aprender a saber quão grande é realmente esta necessidade, quando seu bebê clama por atenção. Mas, se os seus choros forem constantemente desconsiderados, poderá adoecer. Se sofrer privação emocional por um período de tempo, fica afetado seu desenvolvimento emocional pelo resto de sua vida.

 Experiências feitas em muitos lugares diferentes confirmaram o seguinte fato: Os bebês adoecem e até mesmo morrem se forem privados de amor, conforme expresso pela fala e pelo toque, por carícias e abraços. (Veja Isaías 66:12; 1 Tessalonicenses 2:7.) Embora outros possam fazer isso, a mãe, em cujo ventre o bebê passou a viver e foi nutrido durante os primeiros meses de sua vida, além de qualquer dúvida, é a pessoa mais indicada para isso. Ocorre uma interação natural entre mãe e filho. O desejo instintivo dela, de segurar o bebê recém-nascido perto de si, é correspondido pela busca instintiva do seu seio pelo bebê.

As pesquisas têm demonstrado que o cérebro do bebê é muito ativo e que se promove o desenvolvimento mental quando se lhe estimulam os sentidos do tato, da audição, da visão e do olfato. Quando o bebê mama, ele percebe o calor e o cheiro da pele da mãe. Olha quase que continuamente para o rosto dela, enquanto mama. Não só ouve a voz dela, quando fala ou canta, mas também as batidas de seu coração, o som que ouvia enquanto ainda estava no ventre. Numa publicação norueguesa, a psicóloga de crianças Anne-Marit Duve observou:

“Visto que a atividade dos alunos revela claramente o grau de atividade cerebral, temos motivos para crer que um elevado grau de estímulo da pele, um alto grau de contato — não sendo um dos menos importantes o contato durante a amamentação — pode estimular a atividade mental, a qual, por sua vez, pode levar a maior capacidade intelectual na vida de adulto.”

 Portanto, quando o bebê sente freqüentemente o toque da mãe, quando ela o apanha, abraça ou banha e seca, o estímulo que recebe desempenha um papel importante no seu desenvolvimento e no que será na vida posterior. Embora levantar-se durante a noite e gastar tempo em acalmar o bebê que chora não seja o passatempo mais agradável, o conhecimento dos benefícios posteriores pode compensar em muito a perda de sono.

Seu papel como pai ou mãe


NA VIDA, muitos acontecimentos nos afetam em grau muito limitado. Outros têm efeito maior e duradouro. O nascimento dum filho claramente é um destes últimos. Depois disso, a vida nunca mais será a mesma para o marido e a mulher. Embora a nova personalidade seja muito pequena no lar, ela se fará sentir com uma voz e uma presença que não podem ser desconsideradas.

 A vida dos pais deve tornar-se mais rica e mais feliz. Mas, apresenta um desafio, e, para se obterem os melhores resultados, ambos os genitores precisam enfrentar este desafio. Foram necessários vocês dois para produzir o filho, e ambos desempenharão um papel vital no desenvolvimento de seu bebê, a partir do nascimento. Nunca antes foi tão grande a necessidade de sincera, unida — e humilde — cooperação.

A compreensão do papel desempenhado por cada genitor, e como estes papéis podem ser harmonizados, deve ajudar muito em satisfazer as necessidades de seu bebê, com bons resultados. Precisa haver equilíbrio. Embora a mente se esforce a ser razoável, as emoções amiúde causam desequilíbrio. Temos a tendência de ir a extremos, do muito pouco para o excesso, e novamente de volta ao muito pouco. É desejável que o pai exerça a chefia, mas, se ele se exceder nisso, tornar-se-á autoritário. Convém que a mãe participe na educação e na disciplina dos filhos, mas, se ela assumir estes deveres e excluir o pai, minará a estrutura da família. O que é bom é bom, mas algo bom pode tornar-se mau se for levado a extremo. — Filipenses 4:5.

domingo, 29 de agosto de 2010

É falho o arranjo marital?


avalancha, nos últimos tempos, alguns ficam imaginando: Será falho em si mesmo o arranjo marital? Deve ser abandonado, como inapropriado para os nossos dias?

Bem, caso um operador de determinada máquina ignorasse as instruções do seu projetista e a operasse mal até que ela se quebrasse, será que a culpa seria do projetista? Se, numa longa viagem de carro, o motorista ignorar seu mapa rodoviário e ficar perdido, será que a culpa cabe ao fabricante do mapa?

Não, o emprego errôneo de algo não significa que não seja bom. Quem realmente é culpado? Aquele que o emprega mal.

Acontece isto com o arranjo marital? O que apontam os fatos? Será que abandonar o casamento, em prol de outros estilos de vida, resultou melhor para as pessoas? O que aconteceu com os filhos dos lares rompidos, e à sociedade em geral?

Por que casar-se?


Em muitos lugares, viver juntos sem se casar se tornou algo plenamente aceitável, mas será que resulta em maior felicidade do que o casamento? O correspondente de “Despertai!” na Suécia considera este assunto nos três artigos que seguem.

JAN e Anna se conheceram num clube. Gostaram imediatamente um do outro. Anna havia deixado recentemente a casa dos pais, para morar sozinha. Jan partilhava sua moradia com outro rapaz. Certa noite, pouco depois de se conhecerem, Jan acompanhou Anna ao apartamento dela. Acabou passando a noite ali. No dia seguinte, trouxe seu violão e sua escova de dentes, e pernoitou ali de novo. Aos poucos, foi transferindo todos os seus pertences para o apartamento de Anna, e começaram a viver juntos. Jan e Anna não acharam necessário casar-se.

Assim como Jan e Anna, milhões de casais, de todas as idades, vivem juntos sem se casar. Arrazoam: ‘Para que casar? Podemos viver juntos melhor sem termos nenhum papel que nos prenda legalmente — uma certidão de casamento.’

Efetivamente, em muitos lugares, viver juntos sem se casar se tornou algo plenamente aceitável e normal. Na Suécia, por exemplo, o total de casamentos diminuiu quase 40 por cento nas últimas duas décadas. Há 20 anos, cerca de uma criança em cada oito, naquele país, era filho de mãe solteira. Atualmente o número situa-se entre uma em cada três e uma em cada duas. Observa o pesquisador J. Trost, da Universidade de Upsala, Suécia: “Pelo que sabemos, este é o mais alto índice de filhos nascidos fora do casamento já conhecido, numa sociedade industrializada.”

Na Dinamarca, viver juntos sem se casar representa a unidade familiar padrão para os jovens casais de instrução universitária, segundo o jornal International Herald Tribune. Tais pares não-casados respondem por mais de uma de cada três crianças nascidas ali. “Dificilmente alguém que conhecemos é casado”, disse um dinamarquês de 31 anos. “Todos se acham no que chamamos de casamento sem papel passado.”

O número de tais casamentos sem papel passado também aumenta em outros países. Por exemplo, segundo recentes estatísticas, divulgadas pelo Departamento de Recenseamento dos Estados Unidos, cerca de dois milhões de pares não-casados, nos Estados Unidos, vivem juntos, mais de três vezes o total de 1970.

Por que será que um homem e uma mulher mui freqüentemente decidem viver juntos sem se casar? Será um casamento sem papel passado tão bom, ou até melhor, do que um casamento legal?

Casamento — O Melhor Modo


Os que advogam o arranjo de viver juntos talvez se refiram à certidão de casamento como apenas um “pedaço de papel”, algo que não tem valor prático. Esta atitude é também subentendida nos seriados e nos filmes de TV, bem como na vida de celebridades. Portanto, consideremos o verdadeiro valor daquele “pedaço de papel”.

Quando se inicia uma sociedade de negócios ou se compra um terreno ou se empresta dinheiro a alguém, por que se deseja que os termos sejam postos por escrito e até registrados em cartório? Um dos motivos é que ambas as partes assumem um compromisso e é vantajoso para ambas as partes que os termos sejam colocados por escrito. Por exemplo, se uma das partes morre, desaparece, ou simplesmente perde a memória, os termos ainda são juridicamente válidos. O mesmo se dá com o casamento. No caso de morte de um cônjuge, ou de ambos, a lei da maioria dos países contém dispositivos legais a favor dos membros vivos da família. Isto geralmente inexiste no arranjo de pessoas que vivem juntas. É este compromisso que faz a diferença entre viver juntos e casar-se. E a certidão de casamento é um lembrete para o casal daquele compromisso de amarem, honrarem e prezarem um ao outro, e das implicações jurídicas dos votos matrimoniais.

Uma senhora casada expressou-se do seguinte modo: “Pode ser que eu seja antiquada, mas o compromisso do casamento me faz sentir mais segura.” Ela faz eco ao que Deus disse quando uniu em casamento o primeiro par humano: “Por isso é que o homem deixará seu pai e sua mãe, e tem de se apegar à sua esposa, e eles têm de tornar-se uma só carne.” (Gênesis 2:24) Trata-se de uma união ímpar! Assim, “uma só carne” só é possível num relacionamento completo, exclusivo, legal e por toda a vida — e nada menos do que isso.

Alguns argumentam, porém, que conhecem uma porção de casais que vivem juntos sem se casar e que mantêm um forte relacionamento.

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Viver Juntos — Existem Vantagens?


Alguns argumentam que o arranjo de as pessoas viverem juntas é razoável, visto que habilita o casal a se conhecer bem um ao outro antes de entrar no vínculo mais permanente do matrimônio. Outras vantagens apontadas por alguns são: Isso habilita o casal a reduzir as despesas por dividirem o aluguel; habilita-os a ficar independentes dos pais; fornece-lhes o companheirismo necessário, inclusive um relacionamento sexual. Casais mais idosos que vivem juntos dizem que, por viverem juntos, não perdem os benefícios da seguridade social.
Todavia, um argumento forte contra o viver juntos sem se casar é o seguinte: Uma das partes pode pôr fim a este arranjo a qualquer momento, por simplesmente ir embora. De fato, o diário francês Le Monde anunciou que, na Suécia e na Noruega, a metade dos relacionamentos consensuais não duram dois anos, e de 60 a 80 por cento deles se rompe em menos de cinco anos.

Casar ou viver juntos — qual?


“QUANDO vamos nos casar?” Há apenas 35 anos, esta pergunta seria considerada por casais apaixonados que ficavam noivos. Atualmente, contudo, há boa possibilidade de que tal pergunta seja proposta por pessoas que já vivem juntas. Os tempos mudaram, e também as atitudes para com o casamento. Que proceder é melhor: Casar-se ou passar a morar junto com a pessoa eleita?
Estudos indicam que, no Brasil, na França, na Suécia, nos Estados Unidos, e em muitos outros países, está na moda as pessoas viverem juntas sem se casar. Talvez esteja em harmonia com as modernas atitudes morais, mas não é algo novo. O que é novo são as atitudes para com tal costume. O que outrora era considerado viver em pecado é agora tolerado ou aprovado por muitos como perfeitamente correto.

Quando Há Filhos Envolvidos


Que tipo de relacionamento mostrou-se ser mais apropriado ao bem-estar mental e físico dos filhos? Sem sombra de dúvidas é o do tipo de um casamento estável com dois genitores que provêem afeição, apoio e instrução.
Muitos que vivem juntos sem se casar prometem que se casarão caso sua união resulte em gravidez. Mas, é uma gravidez não desejada um bom fundamento sobre o qual edificar um casamento? Quase na totalidade dos casos quando ocorre a gravidez o parceiro recusa-se a casar. É realmente um comportamento adulto estigmatizar um filho com a ilegitimidade?
As evidências mostram que, em geral, os filhos que sabem que seus pais não são casados, como nos casos dos que procedem de lares desfeitos, crescem não confiando nas pessoas. São menos capazes de formar relacionamentos permanentes e talvez sejam bastante cínicos a respeito do valor do amor.
Um pai e uma mãe amorosos influem muito no desenvolvimento e estabilidade da criança. O psiquiatra infantil inglês Arthur Graham disse: “Não descobrimos nenhuma maneira melhor para criar um filho do que no seio duma família e todos os nossos esforços deveriam ser concentrados em reforçar as habilidades dos pais em realizar a tarefa.”
As indicações apontam todas para uma só conclusão: quanto maior for o compromisso, tanto mais provavelmente o relacionamento será bem sucedido para todos os envolvidos. Mas, por que é isto assim?

O Valor do Compromisso


Um professor de 28 anos que mais tarde casou-se com a mulher com a qual vivia disse: “Após vários anos comecei a sentir que eu vivia querendo me esquivar. Viver juntos não provia nenhuma base para planejar o futuro. . . . Não podíamos decidir comprar uma casa ou não, gastar nosso dinheiro em pomposas férias ou economizá-lo para constituir uma família. Agora, nenhum de nós está livre para pegar as coisas e ir embora, mas em troca podemos fazer planos.”
Uma escritora de 34 anos observou: “Talvez eu seja antiquada mas o compromisso do casamento me faz sentir mais segura. Eu tive tantos relacionamentos que terminaram com os homens simplesmente se apartando, que a preocupação quanto a se J— também faria o mesmo me tirou a energia do serviço. Eu amo a satisfação de ter admitido a nós mesmos e ao mundo que intencionamos ficar juntos.”
Realmente, o compromisso total no casamento não isenta as pessoas de problemas. Mas, ajuda as pessoas a se sentirem mais obrigadas a se empenhar em resolvê-los e a não admitirem o fracasso tão rapidamente. Conforme certo marido que discutia continuamente com sua companheira de quarto antes do casamento disse: “Desde que nos casamos estamos nos esforçando mais para não brigar. Ambos nos esforçamos. Temos compromisso, de modo que não faz sentido ficar brigando sobre isso. Antes, costumávamos sempre ameaçar romper o relacionamento mas não pensamos mais em fazer isto agora.”
A Dra. Nancy Clatworthy, da Universidade Estadual de Ohio (E.U.A.), descobriu que os casais que não viviam juntos antes de se casarem eram “um pouquinho mais felizes e mais bem sucedidos. Havia menos divórcios”. Um estudo de 211 casais na Austrália revelou que os que “coabitam consideram romper o relacionamento . . . com muito mais freqüência do que os casados”. O relatório observou que quando havia um menor compromisso em relação ao relacionamento existia “menor sentimento de afeição e amor entre os parceiros bem como menor fidelidade sexual ao parceiro do que existia entre os casados”.

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Como Isso Afeta os Outros


Daí há o efeito que o par, ao viverem juntos sem se casar, pode ter sobre outros. Ainda há muitos que consideram errado, e até imoral, viverem juntos dessa forma. Assim, os pais e avós talvez se sintam infelizes, embaraçados, e preocupados, quando seus filhos ou netos simplesmente vivem juntos. O contato entre as gerações pode ficar prejudicado.

Recorda-se Anna: “Acho que meus pais sentiram-se bem envergonhados de mim quando passei a viver com Jan. Até essa época, eu sempre usufruíra um bom relacionamento com eles. Mas desde então eles se sentiam embaraçados sempre que os parentes perguntavam por mim e sentiam-se muito desconfortáveis na presença de Jan. Não demorou muito para pararem totalmente de nos visitar. Acho que sofreram muito.”

E que dizer dos filhos nascidos de tal união? Quando os pais iniciam e rompem relacionamentos, isso pode resultar em casos em que vários filhos, que não têm os mesmos genitores, passam a viver sob o mesmo teto. Isto poderá deixar as crianças confusas e inseguras. Uma pesquisa realizada por um repórter de TV entre jovens escolares, de 15 anos, mostrou que cerca de um em cada três destes jovens não morava com ambos os genitores biológicos. Em Estocolmo, capital da Suécia, o total chegava até a 43 por cento. O repórter comentou: “Temos agora uma sociedade totalmente diferente. Muitas crianças da década de 80 possuem duas casas . . . passam um fim-de-semana com a mamãe, e o próximo com o papai.” Numa pesquisa feita entre 5.500 crianças de 10 anos, na Suécia, o professor-assistente Claes Sundelin verificou que um rapaz de cada dez tinha graves problemas psicológicos. Concluiu que as crianças são “atingidas pelo aumento das separações”, e que “investem a si mesmos, emocionalmente, nos adultos mais próximos, e um rompimento lhes traz grande desapontamento”. Uma jovem de 12 anos, cujos pais se separaram, expressou o que muitos filhos nessa mesma situação pensam, ao dizer: “Quando eu crescer, quero viver bem. Vou me casar e jamais me divorciarei.”

Na Suécia, o termo “separação” é empregado tanto em relação a pessoas não-casadas como a ex-casadas. Visto que a coabitação sem casamento é um relacionamento mais instável do que o matrimônio, isto significa que os filhos nascidos de pais não-casados correm maior risco de acabarem num lar de um só genitor. Em qualquer dos casos, os filhos sofrem com tal separação, e, com freqüência, como aquela jovem de 12 anos, afirmam que, quando crescerem, querem ter um relacionamento forte e duradouro — no casamento.

Há outros efeitos de longo alcance quando os pares vivem juntos sem se casar. Visto que tais relacionamentos não são registrados, as autoridades não podem sequer levá-los em efetiva conta, e aplicar-lhes as leis. Alguns pares decidem não se casar para evitarem impostos desfavoráveis e a perda de certas pensões e outros benefícios sociais. Isto traz efeitos sobre como a carga tributária recai sobre o povo em geral. As leis que envolvem a herança, testamentos, partilhas, e a custódia dos filhos, tampouco podem ser aplicadas plenamente. Como declarou um advogado dinamarquês: “Além da questão moral, de um ponto de vista estritamente legal, os casamentos sem papel passado são indesejáveis. É preciso muito mais papel, isto é, mais documentos e procedimentos legais, para se resolver questões de bens e de custódia do que no caso dos casamentos devidamente registrados.”

Além das implicações morais ou sociais, existe ainda outro aspecto muito mais importante.

Viver Juntos — Há Desvantagens?


No livro Unmarried Cohabitation (Coabitar sem se Casar), o pesquisador J. Trost, depois de apresentar dados coletados dum estudo do assunto, revelou que “a freqüência de dissolução entre os coabitantes não-casados é cerca de o dobro da que há entre os casados”.

Jan e Anna viveram juntos por três anos antes de se casarem. Quão estável era o relacionamento inicial deles? “Verificamos que um relacionamento casual apenas deixava a porta dos fundos aberta para outros relacionamentos sem compromisso. Quando a pessoa é apenas coabitante, torna-se mais prontamente disponível para mais alguém.”

Lars e Anette também moraram juntos três anos, antes de se casarem. Afirma Lars: “Quando surgiam problemas, estávamos mais inclinados a fugir um do outro do que a sentar e resolver os assuntos, como tentamos fazer agora, estando casados.” Anette acrescenta: “Não sei quantas vezes fiquei com raiva de Lars, e lhe disse que juntaria minhas coisas e iria embora. Jamais faço isso agora.”

“Minhas coisas”, Anette disse. Isto reflete como os pares não-casados talvez encarem seus pertences — divididos em “minhas” coisas e as “suas”. Alguns guardam cuidadosamente os recibos e gravam ou escrevem seus nomes nas coisas que compram — só como precaução. Parece-lhe isto a base dum relacionamento estável e duradouro?

E o que acontece se chega o momento em que o par resolve separar-se? A partilha dos bens pode ser verdadeiro problema, resultando em discussões e em grandes injustiças. Por exemplo, se a mulher ficou cuidando das crianças e da casa, ela pode correr o risco de ficar destituída dos bens, pois era o parceiro dela quem ganhava dinheiro e comprava a maioria das coisas. Talvez haja pouco que ela possa fazer legalmente, por não serem casados. Assim, que acontece com ela quando se separam?

Alguns casais afirmam que vivem juntos algum tempo só para ver se são compatíveis para o casamento. Acham que, em resultado disso, seu futuro casamento será mais estável. Acontece isto? Por exemplo, será que o índice de divórcios diminuiu nos países em que este costume é comum?

Tome-se a Suécia por exemplo. Os peritos ali calculam que 99 por cento de um grupo atual de recém-casados já viviam juntos antes de se casar. Se a coabitação sem matrimônio resulta em casamentos mais seguros, então seria de esperar que a taxa de divórcios naquele país decrescesse. Todavia, as estatísticas mostram que, nos 25 anos decorridos entre 1958 e 1983, ao passo que o número anual de casamentos diminuiu de 50.785 para 36.210, o total de divórcios aumentou de 8.657 para 20.618. Assim, indicam os fatos que viver juntos tenda a resultar em casamentos mais estáveis?

Viver juntos ou casar-se?


“Isso é simples burocracia! Uma certidão não representa nada. O que vale é o amor. Viver juntos é um relacionamento mais romântico. A gente precisa tomar mais cuidado e mostrar mais consideração um para com o outro, quando não se têm um vínculo legal.” Foi assim que Jan e Anna arrazoaram quando começaram a viver juntos.

ALGUNS casais assim pensam, evidentemente — que por viverem juntos, sem os vínculos legais, terão receio de perderem um ao outro. Desta forma, terão mais cuidado um com o outro e com seu relacionamento. À primeira vista, pode parecer um bom raciocínio. Mas serão tais relacionamentos em geral mais estáveis do que o casamento legal?

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Raiva e ansiedade



“Às vezes”, admite uma vítima da infidelidade, “a emoção que o invade é pura raiva”. Não se trata apenas de uma indignação contra o erro cometido e o sofrimento infligido, mas sim, como explicou uma jornalista, uma “revolta pelo que poderia ter sido [um casamento feliz], mas foi arruinado”.

Também são comuns os sentimentos de baixa auto-estima e de incompetência. Pedro revela: “A gente se pergunta: ‘Será que não sou suficientemente atraente? Sou faltoso em alguma outra coisa?’ A pessoa passa a dissecar a si mesma em busca da falha.” Em seu livro To Love, Honour and Betray (Amar, Honrar e Trair), Zelda West-Meads, do Conselho Nacional Britânico de Aconselhamento Matrimonial, confirma: “Uma das piores coisas a enfrentar . . . é a destruição de sua auto-estima.”

Avalanche de sentimentos



Embora chocantes, as estatísticas sobre infidelidade e divórcio não revelam o pleno impacto que causam no cotidiano das pessoas. Além das enormes implicações financeiras, considere a colossal dimensão dos sentimentos embutidos nessas estatísticas — os rios de lágrimas derramadas, as imensuráveis confusão, pesar, ansiedade e dor excruciante que a infidelidade provoca, bem como as incontáveis e angustiantes noites em claro que os familiares passam. As vítimas em geral sobrevivem à provação, mas com cicatrizes que provavelmente durarão muito tempo. Não é fácil apagar a dor e os danos provocados.

“O colapso conjugal costuma produzir uma enorme explosão de emoções”, explica o livro How to Survive Divorce (Como Sobreviver ao Divórcio), “uma explosão que, às vezes, ameaça obscurecer a sua visão. O que você deve fazer? Como deve reagir? Como dar a volta por cima? Você talvez vacile entre certeza e dúvida, ira e culpa ou confiança e suspeita”.

Pedro passou por isso, depois que soube da infidelidade da esposa. “Quando há infidelidade”, confidencia, “um dilúvio de emoções perturbadoras o invade”. Entender a sensação de devastação é difícil para quem é vítima — quanto mais para os observadores, que pouco conhecem a situação. “Ninguém”, afirma Patrícia, “realmente entende como me sinto. Quando penso que meu marido está com a outra, sinto uma verdadeira dor física, uma dor impossível de explicar”. Ela acrescenta: “Há momentos em que eu penso que vou enlouquecer. Tem dias que parece que está tudo sob controle; no dia seguinte, já não parece assim. Tem dias em que sinto a falta dele; no dia seguinte, lembro-me das tramas, das mentiras e das humilhações.”

Os trágicos resultados da infidelidade



“Fui embora”, disse a mensagem no telefone — provavelmente as palavras mais devastadoras que Patrícia já ouviu de seu marido. “Eu simplesmente não podia crer nessa traição”, diz ela. “O que eu sempre mais temia — que meu marido me largasse por outra mulher — virou uma terrível realidade.”

PATRÍCIA, de 33 anos, realmente queria que seu casamento desse certo; seu marido lhe garantira que nunca a deixaria. “Nós prometemos ficar juntos, acontecesse o que acontecesse”, lembra-se Patrícia. “Eu tinha certeza de que ele falava sério. Daí . . . ele faz isso. Agora não tenho mais nada — nem mesmo um animalzinho de estimação — nada!”

Amilton jamais se esquecerá do dia em que o adultério de sua mãe veio à tona. “Eu tinha apenas 11 anos”, lembra-se. “Minha mãe andava às pressas pela casa. Meu pai a seguia, dizendo, ‘calma, vamos conversar’. Eu pressentia que havia acontecido algo terrível. Meu pai ficou abalado e jamais se recuperou totalmente. E, além do mais, ele não tinha confidente. De modo que recorreu a mim. Imagine: um homem de 40 e poucos anos recorrer a seu filho, de 11 anos, em busca de consolo e empatia!”

Seja os escândalos que abalam realezas, políticos, astros de cinema e líderes religiosos, seja a traição e as lágrimas em nossa própria família, a infidelidade conjugal continua a cobrar um preço terrível. “O adultério”, diz The New Encyclopædia Britannica, “parece ser tão universal e, em alguns casos, tão comum como o casamento”. Alguns pesquisadores estimam que de 50 a 75 por cento dos casados já foram infiéis alguma vez. Segundo a pesquisadora Zelda West-Meads, mesmo que muitos casos de infidelidade passem despercebidos, “todas as evidências apontam para um aumento”.

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Superar obstáculos


A Bíblia enfatiza muito a humildade. “O resultado da humildade e do temor de Jeová é riquezas, e glória, e vida.” (Provérbios 22:4) Lemos no Salmo 138:6 como Deus encara os humildes e os orgulhosos: “Jeová é enaltecido, e ainda assim vê ao humilde; mas ao soberbo ele só conhece de longe.”

Muitos igualam a humildade com a humilhação. Os governantes no mundo parecem pensar desse jeito. Embora nações inteiras se sujeitem à vontade deles, líderes políticos não têm a coragem de admitir humildemente seus erros. Ouvir um governante pedir desculpas vira notícia. Há pouco tempo, quando um ex-governante pediu desculpas por não ter evitado um desastre fatal, suas palavras foram manchetes de jornal.

Os dicionários definem humildade como “virtude caracterizada pela consciência das próprias limitações”; “ausência de orgulho, de soberba”. De modo que a humildade descreve a opinião que a pessoa tem de si mesma, não a que os outros têm dela. Admitir humildemente erros e pedir desculpas com sinceridade não humilha a ninguém; antes, realça sua reputação. A Bíblia diz: “Antes da derrocada, o coração do homem é soberbo, e antes da glória há humildade.” — Provérbios 18:12.

Certo observador disse a respeito de políticos que não pedem perdão por seus erros: “Infelizmente, eles acham que tal admissão é sinal de fraqueza. Gente fraca e insegura dificilmente pede perdão. Pessoas corajosas e de sentimentos nobres não se sentem diminuídas ao dizer: ‘Cometi um erro.’” O mesmo se dá com os que não são políticos. Se você se empenhar em substituir o orgulho pela humildade, suas perspectivas de paz melhorarão muito quando houver uma rixa com outra pessoa. Veja como uma família descobriu a veracidade disso.

Um mal-entendido fez com que a relação entre Julie e seu irmão William se tornasse tensa. William ficou com tanta raiva de Julie e de seu marido, Joseph, que cortou todo contato com eles, devolvendo até mesmo todos os presentes que Julie e Joseph lhe deram ao longo dos anos. Com o passar do tempo, a amargura tomou o lugar da afeição que esses irmãos carnais sentiam um pelo outro.

No entanto, Joseph decidiu aplicar Mateus 5:23, 24 e, com disposição branda, tentou aproximar-se de seu cunhado enviando-lhe cartas em que pedia desculpas por tê-lo ofendido. Incentivou a esposa a perdoar o irmão. Com o tempo, William notou que Julie e Joseph queriam fazer as pazes de verdade, e sua atitude hostil abrandou. William e sua esposa se encontraram com Julie e Joseph; todos pediram desculpas, abraçando-se e restabelecendo a amizade.

Se você deseja muito resolver as desavenças que tem com alguém, aplique pacientemente os ensinos bíblicos e esforce-se em fazer as pazes com essa pessoa. Jeová vai ajudá-lo. O que Deus disse ao Israel antigo se tornará real para você: “Oh! se tão-somente prestasses realmente atenção aos meus mandamentos! A tua paz se tornaria então como um rio e a tua justiça como as ondas do mar.” — Isaías 48:18.

Empenhe-se em fazer as pazes



“Não quero falar com aquela pessoa. Tomara que ela não apareça na minha frente!” Se já falou isso de alguém, você precisa fazer algo a respeito, como mostram os seguintes trechos bíblicos.

Jesus ensinou: “Se tu, pois, trouxeres a tua dádiva ao altar e ali te lembrares de que o teu irmão tem algo contra ti, deixa a tua dádiva ali na frente do altar e vai; faze primeiro as pazes com o teu irmão, e então, tendo voltado, oferece a tua dádiva.” (Mateus 5:23, 24) Ele disse também: “Se o teu irmão cometer um pecado, vai expor a falta dele entre ti e ele só.” (Mateus 18:15) Se tiver ofendido alguém ou alguém o ofendeu, as palavras de Jesus enfatizam a necessidade de você conversar prontamente com a outra pessoa sobre o assunto. Deverá fazer isso “num espírito de brandura”. (Gálatas 6:1) O objetivo da conversa não é manter a própria imagem usando justificativas nem induzir seu adversário a pedir desculpas, mas é fazer as pazes. Esse conselho bíblico funciona?

Ernest é supervisor numa grande empresa. Já por vários anos seu trabalho envolve cuidar de assuntos sensíveis com todo tipo de pessoas e manter bons relacionamentos. Logo ele percebeu como é fácil surgir conflitos pessoais. “De vez em quando tenho problemas com outros”, diz ele. “Mas quando isso acontece, eu me sento com a pessoa e converso sobre o problema. Fale diretamente com ela, com o objetivo de fazer as pazes. Isso sempre funciona.”

Alicia tem amigos de diferentes culturas, e veja o que ela diz sobre isso: “Às vezes digo alguma coisa e depois tenho a impressão que ofendi alguém. Vou até a pessoa e peço desculpas. Talvez faça isso mais vezes do que é preciso, mas mesmo que a pessoa não tenha ficado ofendida, me sinto melhor. Então, fico tranqüila porque sei que não houve nenhum mal-entendido.”

Os benefícios de fazer as pazes



ED ESTAVA morrendo e Bill o odiava. Duas décadas antes, Ed tomou uma decisão que fez com que Bill perdesse o emprego e isso pôs fim à amizade deles. Agora, Ed tentava pedir perdão para que pudesse morrer em paz. No entanto, Bill se negava a escutá-lo.

Quase 30 anos mais tarde, quando Bill estava para morrer, ele explicou por que não havia perdoado. “Ed não devia ter feito aquilo comigo. Eu simplesmente não quis me reconciliar com ele depois de 20 anos. . . . Talvez estivesse errado, mas era assim que me sentia.”

As desavenças não costumam ter esse resultado trágico, mas freqüentemente deixam as pessoas magoadas. Pense em alguém que passou pelo mesmo problema de Ed. Ele sabe que sua atitude causou problemas e por isso talvez conviva com uma consciência pesada e um sentimento de perda arrasador. No entanto, ele sente-se magoado quando lembra que seu amigo ofendido descartou a amizade deles como se fosse lixo.

Já alguém com a mesma opinião de Bill considera a si mesmo uma vítima inocente e talvez fique profundamente magoado. Para ele, seu ex-amigo não fez algo sem querer, mas talvez o tenha prejudicado de propósito. Muitas vezes, quando há um conflito entre duas pessoas, cada uma tem plena certeza de que está certa e que a outra está completamente errada. Quando isso acontece, dois amigos que eram muito achegados ficam, por assim dizer, em pé de guerra.

Eles lutam com armas silenciosas — um desvia o olhar quando o outro passa, e quando estão num grupo um ignora o outro. À distância, eles se observam de maneira furtiva ou se encaram de maneira fria e hostil. Quando se falam, usam palavras ásperas ou ferem um ao outro com insultos.

No entanto, ao passo que parecem ser completamente incompatíveis, é provável que concordem em certos assuntos. Talvez reconheçam que têm problemas graves e lamentam que é triste romper uma amizade achegada. Cada um provavelmente sente a dor de uma ferida supurada e ambos sabem que é preciso fazer algo para sanar isso. Mas quem vai dar o primeiro passo para acabar com o relacionamento conturbado e fazer as pazes? Nenhum deles está disposto.

Dois mil anos atrás, os apóstolos de Jesus Cristo tinham fortes discussões de vez em quando. (Marcos 10:35-41; Lucas 9:46; 22:24) Depois de uma delas, Jesus perguntou: “Sobre que estáveis disputando na estrada?” Envergonhados, nenhum deles respondeu. (Marcos 9:33, 34) Os ensinos de Jesus os ajudaram a fazer as pazes. Os conselhos dele, bem como os de alguns de seus discípulos, continuam ajudando pessoas a resolver conflitos e a restabelecer amizades. Vejamos como se faz isso.

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

“Não Sei O Que Mais Ela Quer”


Não é fácil reconhecer as carências emocionais de nosso cônjuge. A pessoa talvez hesite em expressar suas carências a outros, por receio de ser rejeitada, ferida ainda mais, ou desiludida — ou talvez não saiba quais são tais carências. “Juro que não sei o que mais ela quer”, admitiu certo marido. “Ela persiste em dizer que temos de conversar, e, então, quando conversamos, sempre acontece que digo algo errado. . . . Assim, preocupo-me com isso, e passo a não dizer nada.”
A Bíblia, porém, mostra que, em vez de se fechar, como fazia este marido, é preciso que demonstre discernimento. “Os da casa serão edificados pela sabedoria, e serão firmemente estabelecidos pelo discernimento”, declara Provérbios 24:3. Por conseguinte, tente discernir o que há por trás das ações e observações de seu cônjuge. Pergunte a si mesmo: Por que ele (ou ela) está-me dizendo isso? O que ele (ou ela) realmente deseja, ou necessita?
Por vezes, uma esposa talvez deixe o marido perplexo com suas voláteis emoções. Mas “o homem de discernimento é de espírito frio”, e procura ‘extrair’ dela o verdadeiro problema. (Provérbios 17:27; 20:5) Estará ela enfrentando alguma carga emocional opressiva? (Compare com Eclesiastes 7:7.) Será a hostilidade que ela demonstra quanto à hora em que você, leitor, chega a casa do trabalho realmente um brado contra sua indiferença e falta de afeto? Ou será que a feriu por alguma ação impensada? Será preciso algum esforço — e tempo — extra para amainar as coisas? Discernir as carências, contudo, é apenas o primeiro passo. — Provérbios 12:18; 18:19.

Uma Carência Afetiva


Uma “função básica do casamento”, segundo os conselheiros Marcia Lasswell e Normal Lobsenz, talvez seja “obter e dar . . . apoio [emocional] um ao outro”. Devido às agressões do mundo em derredor, é vital tal apoio, por parte daqueles a quem amamos. A falta dele fere profundamente, e “por causa da dor de coração há um espírito abatido”. (Provérbios 15:13) A confiança em si e o espírito da pessoa podem ser abalados.
Quando há dor de coração devido à insensibilidade do cônjuge, amiúde a pessoa fica irada. “Quando ele simplesmente se senta ali e diz que sou emotiva demais, fico louca de raiva”, declarou certa esposa. “Acabo chorando e me sentindo muito mal.” Ou, como Paulo se sentia: ‘Eu notava que, quando estávamos a sós, Joana demonstrava pouco entusiasmo, mas assim que alguém telefonava ou nos vinha visitar, ela ficava muito animada com eles, ignorando-me por completo. Eu ficava desolado, e, ao mesmo tempo, irado, por achar que estava sendo usado. Eu a sustentava, e, mesmo assim, ela agia como se preferisse a companhia de outros.’
Alguns casais preferem sofrer em silêncio, tornando-se, efetivamente, “grandes fingidos”, como se tudo estivesse indo bem em seu casamento. Mas, o corpo sente o que o cérebro prefere ignorar. Dor crônica, dores de cabeça, um nó no estômago, depressão, frigidez e impotência, têm sido comunicados aos médicos por pessoas que têm conflitos maritais não-solucionados. Não raro, a hostilidade crescente culmina numa separação. Os pesquisadores calculam que a metade dos primeiros casamentos que acontecem agora nos Estados Unidos terminarão em divórcio.
Mas, que se pode fazer para sobrepujar os conflitos e cultivar a intimidade? O segredo é: Aplicar os princípios bíblicos. Deus, que fez o coração e a mente, conhece nossas carências emocionais. Por conseguinte, a Bíblia, que contém o conselho dele, fornece a melhor orientação. Um casal deve não só conhecer, mas sinceramente tentar aplicar este conselho inspirado. Se aplicada, a Bíblia pode ajudar o casal a suprir adequadamente as mútuas carências emocionais. — Efésios 5:22-33.

Maridos e esposas — sobrepujem os conflitos através da comunicação




As armas são palavras apontadas com fria precisão para perfurar os pontos fracos da armadura emocional uns dos outros. Até mesmo as arengas, os berros, o espancamento, e jogar coisas em cima dos outros, são a porção diária das famílias que se acham em guerra declarada. Outras famílias, porém, deixaram de combater às claras, e têm-se recolhido a barreiras do silêncio e da chorosa frustração. Todavia, na maior parte, trata-se de membros de famílias que se importam com seu relacionamento uns com os outros. O que os impede, em sua vida doméstica, de obter o calor humano de que eles tão desesperadamente carecem? Como podem melhorar tais condições? Os artigos que seguem fornecem algumas respostas realísticas.
JOANA e Paulo gozavam o que muitos achavam ser um “casamento perfeito”. Paulo, contudo, ficou emocionalmente envolvido com seu trabalho. ‘Quando chegava a casa, só queria falar sobre os excitantes desafios do meu serviço. Embora desse em Joana um beijo e um abraço pró-forma, minha mente estava em outra coisa’, confessou Paulo. Joana não partilhava o entusiasmo dele pelo seu trabalho. Dando duro como jovem mãe, ela se sentia negligenciada e abandonada. Isto gerou ressentimentos, uma vez que Paulo se mostrava insensível para com as emoções dela.
Depois de algum tempo, Joana não se importava mais. Quando Paulo expunha seus problemas, ela respondia com fria indiferença. Ela, emocionalmente, ‘não estava ali’. Apesar de Paulo ser um hábil provedor e ela uma mãe capaz, tinham-se privado mutuamente de uma necessidade básica e de uma das dádivas mais significativas — a intimidade do coração. Tornaram-se emocionalmente estranhos, e esta falta de comunicação pessoal estava lentamente destruindo seu casamento.

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

A FAMÍLIA SOB PRESSÃO


 A família está mudando — infelizmente, não para melhor. Um exemplo vem da Índia, onde a esposa talvez more com a família do marido e trabalhe em casa sob a direção de seus parentes afins. Nos dias de hoje, porém, não é incomum esposas indianas procurarem emprego fora de casa. Mas, mesmo assim, parece que ainda se espera delas que cumpram seus papéis tradicionais no lar. A questão em muitos países é: Em comparação com outros membros da família, quanto trabalho deveria executar em casa a mulher que trabalha fora?

 Nas sociedades orientais são tradicionais os fortes laços de família ampliada. Contudo, sob a influência do individualismo à moda ocidental e das pressões econômicas, o conceito tradicional de família ampliada vem enfraquecendo. Assim, em vez de dever ou privilégio, muitos consideram uma carga cuidar de membros idosos da família. Alguns pais idosos são maltratados. Realmente, maus-tratos e descaso para com os idosos acontecem em muitos países hoje.

 O divórcio é cada vez mais comum. Na Espanha, o índice de divórcios aumentou para 1 em cada 8 casamentos, no começo da última década do século 20 — um grande salto em comparação com 1 para cada 100, apenas 25 anos antes. Na Grã-Bretanha, que alegadamente tem o índice mais elevado de divórcios da Europa (calcula-se que 4 em cada 10 casamentos fracassam), tem havido um surto de famílias sem pai ou mãe.

 Muitos na Alemanha parecem estar abandonando totalmente o conceito de família tradicional. Agora nos anos 90, 35% dos lares alemães se compõem de uma única pessoa, e 31% de apenas duas. Os franceses também estão se casando menos, e os que se casam divorciam-se com mais freqüência e mais cedo do que no passado. Crescente número prefere viver sob o mesmo teto sem as responsabilidades do casamento. Tendências parecidas são vistas no mundo inteiro.

 Que dizer dos filhos? Nos Estados Unidos e em muitos outros países, cada vez mais bebês nascem fora do casamento, alguns de pais que mal entraram na adolescência. Muitas mocinhas têm vários filhos de diferentes pais. Relatórios do mundo inteiro falam de milhões de crianças sem lar que vivem nas ruas; muitas fogem de abusos em casa ou são expulsas por famílias que não mais as podem sustentar.

 Sim, a família está em crise. Além do que já foi mencionado, a rebelião juvenil, o abuso de crianças, a violência contra o cônjuge, o alcoolismo e outros problemas devastadores roubam a felicidade de muitas famílias. Para muitas crianças e adultos, a família está longe de ser um refúgio.

 Qual é a razão da crise na família? Alguns culpam a entrada da mulher no mercado de trabalho. Outros apontam para o atual colapso moral. E ainda outras causas são mencionadas. Quase dois mil anos atrás, um bem-conhecido advogado predisse que as famílias sofreriam muitas pressões, ao escrever: “Nos últimos dias haverá tempos críticos, difíceis de manejar. Pois os homens serão amantes de si mesmos, amantes do dinheiro, pretensiosos, soberbos, blasfemadores, desobedientes aos pais, ingratos, desleais, sem afeição natural, não dispostos a acordos, caluniadores, sem autodomínio, ferozes, sem amor à bondade, traidores, teimosos, enfunados de orgulho, mais amantes de prazeres do que amantes de Deus.” (2 Timóteo 3:1-4) Quem duvidaria de que essas palavras se cumprem hoje? Num mundo nessas condições, é de admirar que muitas famílias estejam em crise?

O QUE É UMA FAMÍLIA?



 Nos países ocidentais, a família normalmente consiste em pai, mãe e filhos. Os avós em geral moram nas suas próprias casas, enquanto podem. Embora se mantenha contato com parentes mais distantes, os deveres para com estes são limitados. Basicamente, este é o tipo de família que consideraremos neste livro. Contudo, outros tipos de família são cada vez mais comuns em anos recentes: família sem pai ou mãe, família de segundo casamento e família de pais que, por algum motivo, não moram juntos.

 Em algumas culturas é comum a família ampliada. Neste sistema, quando possível, os avós são rotineiramente cuidados pelos filhos, e estreitos vínculos e responsabilidades se estendem a parentes distantes. Por exemplo, membros da família talvez ajudem a sustentar, a criar e até mesmo a pagar os estudos de sobrinhos, ou mesmo de parentes mais distantes. Os princípios a serem discutidos neste livro aplicam-se também a famílias ampliadas.

Existe um segredo para uma família feliz?



A FAMÍLIA é a mais antiga instituição na Terra, e ela cumpre um papel vital na sociedade humana. Ao longo da História, famílias fortes têm ajudado a constituir sociedades fortes. A família é a melhor provisão para criar filhos que se tornem adultos responsáveis.

 Uma família feliz é um refúgio de proteção e segurança. Imagine por um instante uma família ideal. No jantar, os pais demonstram seu interesse pelos filhos conversando com eles sobre os eventos do dia. Empolgadas, as crianças contam o que aconteceu na escola. Tais momentos de descontração reanimam a todos para enfrentar mais um dia no mundo lá fora.

3 Numa família feliz, a criança sabe que seu pai e sua mãe cuidarão dela quando adoecer, talvez se revezando ao lado da cama durante a noite. Ela sabe que pode levar à mãe ou ao pai os problemas que enfrenta como jovem e receber conselhos e apoio. Sim, a criança sente-se segura, não importa quão atribulado seja o mundo exterior.

 Ao crescerem, os filhos em geral se casam e constituem a sua própria família. “A pessoa se dá conta da dívida para com os pais só depois que tem os seus próprios filhos”, diz um provérbio oriental. Com profundo senso de gratidão e amor, os filhos adultos procuram tornar feliz a sua própria família, e zelam também pelos seus pais agora idosos que, por sua vez, se alegram com a companhia dos netos.

 Talvez nesse ponto você pense: ‘Bem, eu amo a minha família, mas ela não é como essa que se acaba de descrever. Minha esposa e eu trabalhamos em horários diferentes e dificilmente nos vemos. O que mais falamos é sobre problemas financeiros.’ Ou talvez diga: ‘Meus filhos e netos vivem noutra cidade, e eu nunca os vejo.’ De fato, por razões muitas vezes fora do controle dos envolvidos, grande parte da vida familiar não é ideal. Mesmo assim, alguns têm uma vida familiar feliz. Como? Existe um segredo para uma família feliz? A resposta é Sim. Mas antes de considerá-la, é preciso responder a uma outra pergunta importante.

sábado, 31 de julho de 2010

Nova Lei Brasileira do Divórcio



No entanto, quase nenhuma destas considerações bíblicas moveu os legisladores brasileiros a aprovar sua nova lei do divórcio. Com efeito, desde o estabelecimento da República, em 1889, o Brasil só reconhece o casamento civil, ao mesmo tempo a Constituição o considerando indissolúvel. Sem embargo, por muitos anos, a poderosa influência da Igreja Católica bloqueou a introdução da lei do divórcio. Homens liberais, como o líder divorcista e Senador, Nelson Carneiro, passou 20 anos ou mais lutando pela aprovação da nova lei. Como ela é aplicada?
A separação legal, quer por consentimento mútuo quer pelo processo litigioso, é exigida, antes de ser concedido o divórcio. A petição de divórcio poderá ser feita três anos depois de obtida a separação legal. O divórcio será decretado em questão de 10 dias, se não for contestado. Para os casos pendentes, quando a lei entrou em vigor, o divórcio poderá ser concedido se o casal puder provar que já se acha separado, de facto, pelo menos por cinco anos. Por outro lado, a separação legal só será concedida aos que já estão casados por mais de dois anos. Ademais, o divórcio só é concedido uma vez na vida. Visto que a cláusula que abrange este último ponto é ambígua e, alguns afirmam, inconstitucional, está sendo contestada.

A Bíblia, o Casamento e o Divórcio


Deixemos bem claro que a Bíblia não advoga o divórcio simplesmente em qualquer base. Deus criou o homem e a mulher para usufruírem indefinidamente a companhia mútua, sem qualquer provisão de divórcio. “Por isso é que o homem deixará seu pai e sua mãe, e tem de se apegar à sua esposa, e eles têm de tornar-se uma só carne.” (Gên. 2:24) Depois que o homem pecador perdeu sua posição qual filho de Deus e foi expulso do Jardim do Éden, começou a introduzir seus próprios regulamentos e tradições. A lei mosaica reconhecia os existentes costumes patriarcais do matrimônio, mas regulava o casamento e o divórcio. Todavia, o profeta Malaquias apresentou o ponto de vista de Deus como sendo o seguinte: “Ele tem odiado o divórcio.” (Mal. 2:16) Daí, Jesus Cristo sublinhou novamente a validez do arranjo original de casamento, segundo registrado pelo historiador Mateus, em Mateus 19:3-9.
Segundo O Novo Testamento (Com. Taizé, Edições Loyola, numa tradução similar à de outras versões católicas), Mateus 19:9 reza: “Eu, porém, vos digo: todo aquele que repudiar a mulher — exceto em caso de relações sexuais ilícitas [porneía] — e se casar com outra, cometerá adultério.” Uma nota marginal da versão católica, em inglês, The American Bible, explica o termo original, porneía, declarando: “Literalmente, ‘exceto por porneía’, isto é, imoralidade, fornicação, até mesmo incesto.” Mas, o sacerdote Alcides Pinto da Silva, professor de Exegese, reiterou a interpretação comum católico romana, afirmando: “Se após o contrato, mas antes de conviver com seu marido, a moça tiver relação ilícita com alguém, então ela pode ser despedida sem que haja adultério.” (Veja-se também a nota marginal sobre Mateus 5:31, O Novo Testamento, Mateus Hoepers, Ed. 1978)
Naturalmente, Jesus não disse que esta era a única situação que visava; nem o contexto contém algo subentendido neste sentido. Os judeus permitiam o divórcio, mandar embora um cônjuge, sob qualquer pretexto. No entanto, Jesus declarou que ‘apenas à base de porneía’ isto poderia ser feito de modo aceitável perante Deus, que instituiu o casamento. Assim, o que significa porneía? Designa todas as formas de relações sexuais imorais, de perversões e práticas lascivas, sexuais, imorais. O verbo porneúo significa “entregar-se às relações sexuais ilícitas”.
Jesus era contra o adultério e qualquer outra forma de relações sexuais ilícitas. (Mat. 5:27-32; 15:19, 20) Mas, se um cônjuge cometer crasso pecado sexual contra o outro, o vínculo matrimonial poderia ser rompido, por causa de se ter adulterado a união de ‘uma só carne’. Por conseguinte, a infidelidade marital poderia resultar na dissolução dos votos, da união e do contrato matrimoniais. Por este motivo, o cônjuge inocente e que sofreu o dano ficaria livre para divorciar-se e casar-se de novo. Naturalmente, ele ou ela talvez desejasse perdoar o cônjuge errante e conservar o vínculo marital. Este seria o privilégio dele ou dela.

Objeções ao Divórcio



O Brazil Herald aponta para os líderes da oposição, declarando que o Brasil é “o maior país predominantemente católico do mundo”, e declara: “A oposição da Igreja tem sido ruidosa. Dom Ivo Lorscheiter, secretário-geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, . . . disse que a igreja continuaria a opor-se ao divórcio.”
Não é de admirar que as procissões de Corpus Christi (Corpo de Cristo) de 1977, no Brasil, transformaram-se em manifestações contra o projeto de divórcio! Em Belo Horizonte, cerca de 100.000 pessoas se reuniram num enorme estádio de futebol. Quinze mil se agruparam em Curitiba, e cerca de 10.000 no Rio de Janeiro. Mas, tendo-se presente que tais cidades pululam de milhões de católicos nominais, esse número de pessoas presentes era sinal de fracasso. Certa revista popular resumiu tal campanha por afirmar que “a Igreja jogou todo o seu peso e o seu prestígio contra o divórcio . . . e perdeu”.
Também, a imprensa revelou algumas das falhas dos argumentos antidivorcistas. Dizia um editorial de O Estado de S. Paulo: “Embora lamentando sinceramente o processo da desintegração da instituição familiar, julgamos que não cabe ao Estado temporal, que governa uma sociedade espiritualmente pluralista, como a brasileira, impor . . . a todos os cidadãos, mesmo aos não-católicos, agnósticos, ateus, protestantes e católicos não-praticantes, a legislação matrimonial de uma só religião.” Referindo-se à situação antes da introdução do divórcio legal, este jornal chamou “as múltiplas e farisaicas formas de divórcio, tal como se apresentavam entre nós, [de] fonte de caos social”. Anteriormente, era costumeiro os casais se separarem, amiúde sem a obtenção de uma separação legal, e passarem a viver com outros cônjuges, assim, efetivamente, criando duas famílias sem reconhecimento legal. Mas, que dizer das objeções suscitadas pela Igreja Católica?
A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil publicou uma declaração de que “quem defende ou pratica o divórcio opõe-se à orientação divina e priva-se da comunhão com a Igreja [Católica]”. Fez-se referência às palavras de Jesus Cristo: “Portanto não separe o homem o que Deus juntou”. (Mat. 19:6, Matos Soares) Assim, os líderes eclesiásticos objetaram à dissolubilidade do vínculo matrimonial, enquanto fecham os olhos ao concubinato e à imoralidade bem amplos. Mas, queria Jesus dizer que todo divórcio é incorreto?

O Brasil opta pelo divórcio


Do correspondente de “Despertai”! no Brasil
EM 26 de dezembro de 1977, a Lei 6515 fez com que o Brasil deixasse o número cada vez menor de nações que não permitiam o divórcio sob nenhum pretexto. O Senado já aprovara uma Emenda Constitucional. Chegara, então, o momento de regozijo para os divorcistas. Por outro lado, era um momento de derrota para os antidivorcistas.
Mas, por que alguns objetaram ao divórcio? Também, qual é o conceito da Bíblia na questão do divórcio? Considere as seguintes respostas.

sábado, 24 de julho de 2010

Estatísticas Contam Apenas Parte da História


Muitos cônjuges simplesmente vão embora. Nem sequer se incomodam em divorciar-se. O Times de Nova Iorque disse sobre essa situação nos EUA:

“O número de esposas que fogem de casa, ou que abandonam o casamento, subiu dramaticamente nos últimos 10 anos.

“As agências de detetives especializadas em procurar pessoas desaparecidas relatam que a proporção entre esposas e maridos desaparecidos, em especial nas grandes cidades do leste subiu de cerca de 1 em 100, há uma década, para mais de 1 em 3.” Outra fonte afirma que em 1973 a proporção já era quase igual.

Milhões de outros casais permanecem juntos, todavia, seu relacionamento é muito ruim. “Até mesmo o divórcio físico entre o marido e a mulher, sem uma declaração dum tribunal, não é incomum”, explica o Juiz dum Circuito dos EUA, Marvin J. Sternberg. “Vivem vidas separadas e distantes, às vezes até na mesma casa, às vezes até no mesmo quarto de dormir, mas suas emoções, ações e conduta de um para com o outro indicam que são separados e distintos.”

Em tais casamentos, os cônjuges amiúde obtêm satisfação emocional e sexual de outros. Calcula-se que três de cada cinco maridos, e talvez até mesmo uma de cada três esposas, nos EUA, tenham casos extramaritais. O adultério por consentimento mútuo — chamado “swinging” — também se tornou popular. Cerca de oito milhões de estadunidenses, crê-se, são ocasionais “swingers” (trocadores de esposas).

Esta falta de respeito pelos vínculos maritais tem tido efeitos trágicos, em especial sobre os jovens.

Desintegração dos Vínculos Maritais


Em 1962, houve 413.000 divórcios nos EUA. Dez anos depois, esse número mais do que dobrara, subindo para 839.000! E o rompimento das famílias ganha ímpeto.

Nos primeiros nove meses de 1973, houve um aumento de 9% de divórcios em comparação com o mesmo período de 1972. A essa taxa de aumento, mais de 2.000.000 de estadunidenses se divorciarão em 1974.

Presentemente há dois divórcios para cada cinco casamentos. Mas, em muitos estados, o divórcio atinge mais que a metade dos casamentos! Eis aqui algumas estatísticas para 1972, tiradas do World Almanac and Book of Facts de 1972:

ESTADO        CASAMENTOS     DIVÓRCIOS

Alasca          3.682          2.096

Arkansas       24.949         13.762

Califórnia    173.563        111.162

Flórida        81.322         51.688

Oregon         18.824         12.435

Washington     40.814         20.702

Quais são as conseqüências dessa estonteante taxa de divórcios? Por um lado, cerca de um em cada quatro filhos vive sem um dos genitores, quase o dobro do número dos em tal situação há dez anos atrás. Os efeitos têm longo alcance e são trágicos. Relata uma professora do primeiro ano em Massachusetts:

“É muito difícil se ter uma sala de aula em que as crianças todas se sentam e fazem algo juntas, o que se podia fazer, se não há cinco, pelo menos há dez anos atrás. As crianças de hoje tendem a ser muito mais perturbadas. A professora tem de ser muito compreensiva quanto aos problemas que as crianças têm de enfrentar em casa.”

Em outros países, a situação é similar. Sob o título “Vida Familiar em Perigo”, o Daily Mail de Londres noticiou:

“A amplitude dos colapsos matrimoniais na Grã-Bretanha, com 110.000 divórcios em 1971 — o dobro da taxa de 1968 — é agora um dos principais problemas sociais, afirma o Dr. [Jacobus] Dominian. Ultrapassa o alcoolismo, os crimes graves, as DV e as ofensas sexuais.” — 18 de junho de 1973.

Na Indonésia, cerca de um terço de todos os casamentos acabam em divórcio. A Austrália experimentou um aumento de 20% no número de divórcios num ano recente. No Egito, onde se pratica a poligamia, houve 700.000 divórcios em 1970, em comparação com apenas 325.000 casamentos.

Problemas na vida familiar




NAS famílias que conhece, como se dão os membros? Mostram marido e mulher genuíno amor e interesse um pelo outro? São os filhos bem comportados e felizes? Qual é a situação em sua própria família?

Embora algumas famílias gozem duma vida feliz em comum, muitas não gozam. O que acontece em muitas famílias fornece motivos de séria preocupação. Como relata o Times de Los Angeles, EUA:

‘‘Virtualmente em cada quarteirão, em todo bairro, cidade e subúrbio chique, os casais dão pontapés, cotoveladas, tapas e socos. Os ricos e os da boa criação lutam tanto quanto os pobres e incultos, e a escolha das armas varia das latas de cerveja, garrafas, e facas de pão, às frigideiras e peças de mobília.” — 18 de outubro de 1973.

A maioria das agressões com agravantes, e muitas mortes, provém destas guerras familiares. Ora, um de cada cinco oficiais de polícia mortos no cumprimento do dever, nos EUA, morreu, segundo relatado, ao atender um chamado para acabar com uma disputa marital!

A maioria das brigas familiares não se evidenciam fora do lar. Todavia, mesmo assim são extremamente danosas. Tanto assim que os problemas nas famílias se tornaram uma preocupação do governo. Ao comentar os relatórios apresentados a um painel do Senado dos EUA, o Beacon Journal de Akron noticiou: “A família estadunidense se está rompendo nas costuras.”

É algo realmente assim tão sério? Veja as seguintes estatísticas de divórcios.

domingo, 18 de julho de 2010

Como ele (ou ela) realmente é?



Como saber se o pretendente é realmente sincero e honesto? “Toda árvore boa produz fruto excelente”, diz Mateus 7:17. Assim, quais são as obras dele? Será que suas ações comprovam o que diz? Pelo seu passado, dá para acreditar nos alvos que ele diz ter? “A primeira coisa sobre a qual falamos foram nossos alvos espirituais”, explica Ester. “Ele já servia como evangelizador por tempo integral por oito anos, e isso me deu confiança de que era sincero ao dizer que queria continuar nesse serviço.”
Mas suponhamos que a pessoa que você namora pareça evasiva. Não ignore o assunto e simplesmente torça para tudo dar certo. Vá fundo no assunto. Pergunte POR QUÊ? Um provérbio diz: “O conselho no coração dum homem é como águas profundas, mas o homem de discernimento é quem o puxará para fora.” (Provérbios 20:5) “Qualquer inexperiente põe fé em cada palavra, mas o argucioso considera os seus passos”, avisa outro provérbio. — Provérbios 14:15.

Honestidade é o mais importante



Não importa a forma de comunicação que você use, o importante é ser honesto. “Se você mente, isso acaba sendo descoberto e afeta o relacionamento”, menciona Ester, uma esposa cristã. “Sejam honestos um com o outro. Seja honesto consigo mesmo. Se você não concorda com algo, não ignore isso. Converse a respeito.” O apóstolo Paulo dá este bom conselho: “Falai a verdade, cada um de vós com o seu próximo.” — Efésios 4:25; note Hebreus 13:18.
Sobre que assuntos vocês devem conversar? Todos os namorados precisam falar sobre coisas como seus alvos, filhos, questões financeiras e de saúde. Mas há assuntos que talvez exijam atenção especial. Por exemplo, um de vocês, ou ambos, terá(ão) de se mudar caso venham a se casar. Estará pronto para isso, tanto em sentido mental como emocional — e conseguirá fazê-lo? Como sabe? Já se mudou antes ou ficou longe da família por longos períodos? O futuro marido de Joanne queria que ambos servissem como voluntários na sede da Sociedade Torre de Vigia (EUA), editora desta revista. “Ele me perguntou se eu poderia viver num quarto pequeno, com pouco dinheiro”, lembra Joanne. “Foi preciso discutir o assunto.”
Se o namoro envolve alguém de outro país, está disposto a adaptar-se a outra cultura? “Vocês gostam de conviver com a cultura um do outro em base diária?”, pergunta Frank. “Converse sobre esses assuntos mais importantes logo no início do seu relacionamento. Quanto mais cedo descobrirem, melhor, antes de investir muito em sentido emocional ou financeiro.” De fato, viver diariamente em outra cultura é diferente de ser turista por alguns dias. Precisará aprender outro idioma? Conseguirá adaptar-se a grandes diferenças nas condições de vida? Por outro lado, será que você está fascinado pela cultura e não pela pessoa? Esse fascínio possivelmente diminuirá com o tempo. Mas o casamento une duas pessoas permanentemente. — Mateus 19:6.
Tony explica: “Uma garota que eu conheço, de outra parte do mundo, casou-se com um rapaz do Caribe. Mas ela achou difícil viver na ilha. Era sempre quente e ela adoeceu. A comida era diferente e ela tinha saudades da família. De modo que tentaram viver na terra natal dela. Mas ele achou o estilo de vida ali materialista demais e sentia falta do achego da família e dos vizinhos. Agora estão separados; cada um mora na sua terra natal. Os dois filhos sentem falta do amor e da atenção que receberiam se os pais estivessem juntos.”
Casar-se com uma pessoa que vive bem longe, e que talvez tenha outra cultura, traz outros desafios. Está preparado para despesas maiores de viagem e de comunicação? Lydia relembra: “Phil costumava brincar que tínhamos de nos casar logo porque sua conta telefônica era alta demais, mas agora temos de pagar as ligações que faço para minha mãe!” E se vocês tiverem filhos? Alguns crescem sem conhecer direito os parentes, sem nem poder falar com eles ao telefone por causa das diferenças de idioma! Isso não quer dizer que esses problemas sejam insuperáveis. Mas deve-se calcular os custos de um casamento assim. — Note Lucas 14:28.

Como se conhecer


É melhor saber o máximo possível sobre a pessoa com quem você pensa em se casar. Mas como Frank, um homem casado, diz por experiência própria, “não é fácil conhecer a pessoa verdadeira, ‘a pessoa secreta do coração’”. (1 Pedro 3:4) Doug, outro cristão que namorou uma moça de longe, admite: “Relembrando a situação, reconheço que não nos conhecíamos muito bem.”
É realmente possível conhecer bem alguém que mora a centenas ou milhares de quilômetros de distância? Sim, mas exige muito esforço. “Não tínhamos dinheiro para telefonar, por isso escrevíamos uma carta por semana”, diz Doug. Joanne e Frank, porém, acharam que escrever cartas não lhes servia. “De início, escrevíamos cartas, depois, experimentamos o telefone”, diz Joanne. “Daí, Frank me enviou um pequeno gravador. Gravávamos uma fita nova toda semana.”

Como namorar alguém que mora longe?



“Eu acabara de acompanhar até o hotel um grupo de congressistas que assistia a um congresso internacional das Testemunhas de Jeová. Já estava indo para casa, quando chegou outro grupo. Parei para conversar e conheci Odette. Nossos caminhos se cruzaram de novo naquela mesma semana. Decidimos nos corresponder e, depois de alguns anos nos conhecendo por carta, começamos a namorar.” — Tony.
O MUNDO ficou menor. Em décadas recentes, passagens aéreas mais baratas, a implantação de redes mundiais de telefonia, sistemas mais rápidos de correio e a Internet abriram novas possibilidades no campo do romance. E sob muitos aspectos, a idéia de namorar alguém que mora a centenas ou até mesmo milhares de quilômetros pode parecer atraente, em especial se há poucos pretendentes onde você mora.
Para alguns casais, foi bom ter namorado alguém de longe. “Somos casados e felizes há 16 anos”, diz Tony. Alguns até argumentam que namorar alguém que mora longe tem a vantagem de permitir que ambos se conheçam sem serem cegados pela atração física. Independentemente das vantagens, porém, esse tipo de namoro tem seus próprios desafios.

sábado, 10 de julho de 2010

Por que permanecer emocionalmente fiel?


Um casamento bem-sucedido precisa de “devoção exclusiva” por parte dos cônjuges. (Cântico de Salomão 8:6; Provérbios 5:15-18) O que isso significa? Embora seja normal ter amigos de ambos os sexos, seu cônjuge é quem tem prioridade sobre seu tempo, atenção e energia emocional. Qualquer outro relacionamento que recebe o que de direito pertence a seu cônjuge é um tipo de “infidelidade”, mesmo que não envolva atividade sexual.
Como um relacionamento assim pode se desenvolver? Uma pessoa do sexo oposto talvez pareça mais atraente ou compreensiva do que seu cônjuge. Passar tempo com ela no local de trabalho ou em outras ocasiões pode levar a conversas sobre assuntos pessoais, incluindo problemas ou desapontamentos no casamento. Isso pode criar uma dependência emocional. Conversar pessoalmente, por telefone ou pela internet pode levar a trair a confiança do cônjuge. É apropriado que certos assuntos sejam conversados apenas entre marido e mulher e que essa conversa, ou “palestra confidencial”, fique somente entre eles. — Provérbios 25:9.
Cuidado para não se justificar, dizendo que não existem sentimentos românticos quando de fato existem! ‘O coração é traiçoeiro’, diz Jeremias 17:9. Se você tem uma amizade íntima com alguém do sexo oposto, pergunte-se: ‘Tento escondê-la? Fico na defensiva ao falar sobre isso? Ficaria constrangido se meu cônjuge por acaso ouvisse nossas conversas? Como me sentiria se ele tivesse uma amizade assim?’ — Mateus 7:12.
Um relacionamento impróprio pode arruinar o casamento, visto que a intimidade emocional abre caminho para a intimidade sexual. Como Jesus alertou, “do coração vêm . . . adultérios”. (Mateus 15:19) No entanto, mesmo que não haja adultério, o dano causado pela perda de confiança pode ser extremamente difícil de consertar. Uma esposa chamada Karen disse: “Quando descobri que Marcos telefonava às escondidas várias vezes por dia para outra mulher, fiquei arrasada. É muito difícil acreditar que eles não estavam tendo relações sexuais. Acho que nunca mais conseguirei confiar nele.”
Não se torne muito íntimo de pessoas do sexo oposto. Fique atento à presença de sentimentos impróprios e não justifique motivações impuras. Se você acha que uma amizade está ameaçando seu casamento, aja depressa — estabeleça limites ou coloque um fim nela. A Bíblia diz: “Argucioso é aquele que tem visto a calamidade e passa a esconder-se.” — Provérbios 22:3.

As fantasias sexuais são inofensivas?


A Bíblia fala do sexo como uma parte natural e saudável do casamento, uma fonte de alegria e satisfação mútua. (Provérbios 5:18, 19) Mas hoje muitos especialistas acreditam que é normal — até mesmo saudável — uma pessoa casada ter fantasias sexuais com outros parceiros. Será que essas fantasias são inofensivas desde que não se tornem realidade?
As fantasias sexuais normalmente visam a satisfação pessoal. Esse comportamento egocêntrico vai de encontro aos conselhos da Bíblia para os casados. Sobre as relações sexuais, a Palavra de Deus diz: “A esposa não exerce autoridade sobre o seu próprio corpo, mas sim o seu marido; do mesmo modo, também, o marido não exerce autoridade sobre o seu próprio corpo, mas sim a sua esposa.” (1 Coríntios 7:4) Seguir os conselhos da Bíblia evita que o sexo não passe de um simples meio de satisfazer desejos egoístas alimentados pelas fantasias. Em resultado, marido e mulher são mais felizes. — Atos 20:35; Filipenses 2:4.
Ter fantasias sexuais com outro parceiro é como ensaiar mentalmente ações que, se praticadas, causariam muita mágoa ao cônjuge. Será que as fantasias sexuais aumentam a probabilidade de cometer adultério? A resposta direta é sim. A Bíblia ilustra a relação entre pensamentos e ações: “Cada um é provado por ser provocado e engodado pelo seu próprio desejo. Então o desejo, tendo-se tornado fértil, dá à luz o pecado.” — Tiago 1:14, 15.
Jesus disse: “Todo aquele que persiste em olhar para uma mulher, a ponto de ter paixão por ela, já cometeu no coração adultério com ela.” (Mateus 5:28) Por se recusar a cultivar fantasias adúlteras, você está ‘resguardando seu coração’ e protegendo seu casamento. — Provérbios 4:23.