sábado, 31 de julho de 2010

A Bíblia, o Casamento e o Divórcio


Deixemos bem claro que a Bíblia não advoga o divórcio simplesmente em qualquer base. Deus criou o homem e a mulher para usufruírem indefinidamente a companhia mútua, sem qualquer provisão de divórcio. “Por isso é que o homem deixará seu pai e sua mãe, e tem de se apegar à sua esposa, e eles têm de tornar-se uma só carne.” (Gên. 2:24) Depois que o homem pecador perdeu sua posição qual filho de Deus e foi expulso do Jardim do Éden, começou a introduzir seus próprios regulamentos e tradições. A lei mosaica reconhecia os existentes costumes patriarcais do matrimônio, mas regulava o casamento e o divórcio. Todavia, o profeta Malaquias apresentou o ponto de vista de Deus como sendo o seguinte: “Ele tem odiado o divórcio.” (Mal. 2:16) Daí, Jesus Cristo sublinhou novamente a validez do arranjo original de casamento, segundo registrado pelo historiador Mateus, em Mateus 19:3-9.
Segundo O Novo Testamento (Com. Taizé, Edições Loyola, numa tradução similar à de outras versões católicas), Mateus 19:9 reza: “Eu, porém, vos digo: todo aquele que repudiar a mulher — exceto em caso de relações sexuais ilícitas [porneía] — e se casar com outra, cometerá adultério.” Uma nota marginal da versão católica, em inglês, The American Bible, explica o termo original, porneía, declarando: “Literalmente, ‘exceto por porneía’, isto é, imoralidade, fornicação, até mesmo incesto.” Mas, o sacerdote Alcides Pinto da Silva, professor de Exegese, reiterou a interpretação comum católico romana, afirmando: “Se após o contrato, mas antes de conviver com seu marido, a moça tiver relação ilícita com alguém, então ela pode ser despedida sem que haja adultério.” (Veja-se também a nota marginal sobre Mateus 5:31, O Novo Testamento, Mateus Hoepers, Ed. 1978)
Naturalmente, Jesus não disse que esta era a única situação que visava; nem o contexto contém algo subentendido neste sentido. Os judeus permitiam o divórcio, mandar embora um cônjuge, sob qualquer pretexto. No entanto, Jesus declarou que ‘apenas à base de porneía’ isto poderia ser feito de modo aceitável perante Deus, que instituiu o casamento. Assim, o que significa porneía? Designa todas as formas de relações sexuais imorais, de perversões e práticas lascivas, sexuais, imorais. O verbo porneúo significa “entregar-se às relações sexuais ilícitas”.
Jesus era contra o adultério e qualquer outra forma de relações sexuais ilícitas. (Mat. 5:27-32; 15:19, 20) Mas, se um cônjuge cometer crasso pecado sexual contra o outro, o vínculo matrimonial poderia ser rompido, por causa de se ter adulterado a união de ‘uma só carne’. Por conseguinte, a infidelidade marital poderia resultar na dissolução dos votos, da união e do contrato matrimoniais. Por este motivo, o cônjuge inocente e que sofreu o dano ficaria livre para divorciar-se e casar-se de novo. Naturalmente, ele ou ela talvez desejasse perdoar o cônjuge errante e conservar o vínculo marital. Este seria o privilégio dele ou dela.

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