segunda-feira, 26 de abril de 2010

Quando a paz conjugal estiver ameaçada

Quando a paz conjugal estiver ameaçada
“A esposa não se afaste de seu marido; . . . e o marido não deve deixar a sua esposa.” — 1 CORÍNTIOS 7:10, 11.
 DEUS uniu o primeiro casal humano em casamento e Sua intenção era de que esse vínculo de uma só carne fosse duradouro. Devia ser uma união abençoada que resultasse na felicidade do casal e na produção de uma prole justa, tudo para a glória de Deus. — Gênesis 1:27, 28; 2:24.
2 Aquele arranjo conjugal ideal foi rompido por causa do modo de pensar independente e do pecado. (Gênesis 3:1-19; Romanos 5:12) De fato, o espírito de independência é um dos fatores que atualmente levam ao rompimento dos laços conjugais. Nos Estados Unidos, por exemplo, em 1985, houve 5 divórcios — em comparação com 10,2 casamentos — para cada 1.000 pessoas. Em 1986, um informe de Moscou indicou que apenas 37 por cento dos casamentos na União Soviética duram três anos, e 70 por cento acabam dentro de uma década.
 O espírito de independência pode causar brigas conjugais. Também inibe o desenvolvimento espiritual, pois “o fruto da justiça tem a sua semente semeada sob condições pacíficas”. (Tiago 3:18) Mas, quem é o principal perturbador da paz? É Satanás. E quão triste é quando um servo de Deus “[dá] margem ao Diabo” e assim deixa de usufruir um lar de descanso e paz! — Efésios 4:26, 27.
 Quando cônjuges cristãos vêem a separação como única solução para seus problemas conjugais, eles correm o risco de sucumbir aos desígnios de Satanás, e há algo seriamente errado espiritualmente. (2 Coríntios 2:11) Um deles, ou ambos, não estão aplicando plenamente os princípios de Deus. (Provérbios 3:1-6) Assim, devem fazer prontamente esforços com oração para resolver suas desavenças. Se estas parecerem irreconciliáveis, pode-se consultar anciãos congregacionais. (Mateus 18:15-17) Embora estes não estejam autorizados a dizer a concrentes exatamente como resolver seus problemas conjugais, eles podem apontar para o que a Bíblia diz. — Gálatas 6:5.
 Se a situação conjugal estiver tão ruim a ponto de o casal cristão cogitar até mesmo o divórcio, os anciãos podem frisar que o divórcio e um novo casamento são biblicamente aceitáveis apenas se um dos cônjuges tiver cometido “fornicação”. Este termo abrange adultério e outras formas de relações e perversões sexuais imorais.

Porta para uma vida mais feliz?



O divórcio, na maioria dos casos, não é uma porta para a felicidade. “O divórcio é ilusório”, diz a pesquisadora de saúde mental Judith Wallerstein, depois duma pesquisa de 15 anos com 60 casais divorciados. “Juridicamente, é um único acontecimento, mas, psicologicamente, é uma série — às vezes uma infindável série — de acontecimentos, mudanças de residência e relacionamentos que mudam radicalmente, coisas que sucedem ao longo do tempo.” Seus estudos mostram que um quarto das mulheres e um quinto dos homens ainda não haviam conseguido pôr sua vida nos eixos uma década após o divórcio.
Especialmente vulneráveis são os filhos do divórcio. Na mesma pesquisa, Wallerstein constatou que o divórcio teve “efeitos intensos e totalmente imprevisíveis” sobre praticamente todas as crianças envolvidas. Algumas crianças que negam quaisquer sentimentos negativos decorrentes do divórcio dos pais talvez subitamente se dêem conta do surgimento dessas emoções mais tarde na vida ao procurarem um cônjuge.
Isso não quer dizer que nenhuma vítima do divórcio jamais encontrará a felicidade, visto que algumas a encontram. Para estas, surge uma personalidade remodelada, em geral das cinzas da velha personalidade. Por exemplo, uma vez superado o choque do divórcio, bem como o pesar e as dúvidas quanto ao valor próprio que acompanham o episódio, o cônjuge inocente talvez ressurja dessa provação como pessoa mais forte, mais viva e mais completa.
Uma mulher cujo marido a deixou por outra explica que, depois de a mágoa e a ira começarem a amainar, “a pessoa percebe que está diferente por dentro. Os sentimentos mudaram. Não dá para ser a pessoa de antes”. Ela aconselha: “Tire tempo para conhecer-se como indivíduo novamente. No casamento, os cônjuges geralmente suprimem seus gostos e desejos por consideração à outra pessoa, mas, depois do divórcio, é preciso tirar tempo para descobrir quais são seus gostos e aversões agora. Enterrar os sentimentos é enterrá-los vivos. Um dia eles voltarão, e você terá de encará-los. Por isso convém encarar seus sentimentos e analisá-los.”
Devido à conscientização cada vez maior dos problemas que o divórcio causa, ele vem se tornando uma opção menos atraente. A revista Time diz que uma crescente minoria de conselheiros dá agora o seguinte incentivo a casais com problemas: “Fiquem juntos.” David Elkind, da Universidade de Tufts, escreveu: “Passar por um divórcio é um pouco parecido com quebrar a perna num passeio com esquis: não importa quantas outras pessoas na estação de esqui quebrem a perna, sua perna quebrada não dói nem um pouco menos.”
O divórcio não é uma saída fácil de problemas conjugais. Então, qual é a melhor maneira de resolver diferenças conjugais?

O que está por trás de tudo?

Apesar de serem variados os motivos do divórcio, há algo mais por trás do surto mundial. Embora o Oriente ponha a culpa por seus infortúnios na sociedade Ocidental, a aceitação do divórcio no Ocidente é um fenômeno recente. De fato, o número de divórcios nos Estados Unidos triplicou e na Grã-Bretanha quadruplicou apenas nas últimas décadas. Andrew J. Cherlin, do Instituto Urban (organização de pesquisas que investiga problemas sociais e econômicos nos Estados Unidos), embora admita que as causas do aumento de divórcios não sejam bem entendidas, inclui “a independência financeira cada vez maior das mulheres” e “mudanças na atitude da sociedade em geral” entre os fatores por trás dessa tendência.
Para as mulheres nos Estados Unidos, bem como para as em outros países industrializados, já não é incomum serem casadas e trabalharem fora. Entretanto, a parcela do marido nas tarefas domésticas tem aumentado muito devagar. Não é de admirar que algumas mulheres resmunguem: “O que toda mulher que trabalha fora mais precisa é de uma esposa!”
Enquanto as mulheres se matam de trabalhar lavando roupas, fazendo limpeza, preparando refeições e cuidando dos filhos, nos Estados Unidos, “muitos homens passam o tempo à toa”, diz o livro (em inglês) A Família Americana em Transformação e Política Pública. Isso acontece no mundo todo, dizem os antropólogos. No Japão é comum os homens saírem para atividades sociais após o trabalho. Alegam que isso é uma necessidade para que haja bom entrosamento no local de trabalho, ao passo que ignoram o bom entrosamento em casa. Visto que os homens, segundo sua lógica, são o ganha-pão, as mulheres e os filhos não se devem queixar. No entanto, já que mais mulheres trabalham fora, fica evidente que esse raciocínio não passa de uma desculpa.
Outro importante fator que contribui para o fracasso conjugal são as “mudanças na atitude da sociedade em geral” ou, como diz a revista Journal of Marriage and the Family, “um declínio no ideal da permanência conjugal”. Para os noivos da década de 90, o tradicional voto de casamento de “até que a morte nos separe” já não significa exatamente isso. Eles continuam à procura de um cônjuge melhor. Se é assim que os recém-casados encaram seu vínculo, quão forte este será?
Essas mudanças sociais de modo algum são surpreendentes para os estudantes da Bíblia. Esse livro inspirado revela que desde 1914 vivemos nos “últimos dias”, que são “tempos críticos, difíceis de manejar”. As pessoas são ‘amantes de si mesmas, ingratas, desleais, sem afeição natural, não dispostas a acordos’. (2 Timóteo 3:1-3) Portanto, para pessoas que amam mais a si mesmas do que ao cônjuge, que se tornam desleais ao cônjuge, e que não conseguem entrar em acordo no casamento, o divórcio se torna a única saída dos seus problemas conjugais.

Casamento — por que muitos desistem

ENFOCANDO o divórcio em Hong Kong, onde as culturas oriental e ocidental coexistem, Asia Magazine comentou: “Falta de comunicação, infidelidade, dificuldades sexuais e incompatibilidade são fatores que geralmente estão no âmago de conflitos conjugais tanto de casais chineses como de casais ocidentais.” A situação é a mesma em outras partes do mundo.
Tanto homens como mulheres de mentalidade voltada prioritariamente para a carreira não hesitam em sacrificar a família em prol do trabalho. Assim, eles inibem a comunicação na família. Cansado após um dia de trabalho, o marido enterra a cabeça no jornal. Junichi e sua esposa administravam três restaurantes e trabalhavam das oito da manhã às dez da noite em lugares diferentes. “Praticamente não havia comunicação entre nós como marido e mulher”, admite Junichi. Essa falta de comunicação gerou graves problemas conjugais.
Outro fator que leva ao rompimento dos vínculos conjugais é o conceito das pessoas sobre sexo extraconjugal. O sexo fora do casamento já é tão comum que 20 por cento dos homens e 8 por cento das mulheres entrevistados numa pesquisa no Japão admitiram ter tido contatos sexuais fora do seu relacionamento monogâmico no ano anterior. O caso da mulher de carreira no Japão, casada, que saía com outros homens não é incomum. Ela tinha casos com um homem após outro e pensava: “Se meu marido descobrir, simplesmente me divorcio.” A sociedade moderna faz vista grossa a essas aventuras amorosas.
Essa mesma sociedade promove a atitude do primeiro-eu, de modo que marido e mulher se tornam egocêntricos, o que, por sua vez, gera incompatibilidade, outra causa de divórcio. “Poderíamos ter-nos separado em qualquer época”, diz Kiyoko. “Assim que nos casamos, meu marido mandou-me agir como robô e fazer exatamente o que me mandasse. Quando as coisas iam bem para ele, a situação não era muito ruim, mas, quando ficavam difíceis, não admitia suas faltas e punha a culpa de tudo nos outros. Eu também era culpada, visto que me rebelava contra a autoridade. Achava muito difícil obedecer ao meu marido quando ele era injusto.”
Outros motivos de divórcio são violência e embriaguez, problemas financeiros, dificuldades com parentes afins e abusos mentais.

Encarar com Equilíbrio a Vida de Casado

 Encarar a vida com equilíbrio ajudará a encarar o casamento com equilíbrio. A pessoa equilibrada reconhecerá que devido às tendências egoísta herdadas ela precisa constantemente lutar para vencer tais falhas. Como é fácil nunca pensar em dar primazia às necessidades de outros, em vez de aos nossos desejos pessoais! A criancinha quer para si todos os brinquedos e, geralmente, se não for bem treinada pelos pais, ela não permitirá que outros brinquem com eles. O seu egoísmo, nos anos posteriores, se estenderá para outros campos. Assim, amiúde vemos adolescentes e jovens adultos que querem as coisas exclusivamente do seu jeito, e na ânsia de satisfazer as suas próprias vontades eles não se importam de que outros possam sentir-se feridos ou sofrer. Mais tarde na vida adulta essas pessoas estão sempre almejando o que elas gostam, sem dar a mínima às necessidades de outros.
 A pessoa equilibrada não se exclui inteiramente, mas levará sua vida pessoal dum modo que outros, também, sejam tidos em conta. Ela tentará descobrir o que poderá fazer para ajudar outros, para dar de si mesma e do que tem para beneficiar outros. Não insistirá em que o seu próprio modo de querer as coisas seja sempre o primeiro e o definitivo. O livro de Provérbios diz: “Far-se-á que a própria alma generosa engorde, e àquele que rega liberalmente os outros também será regado liberalmente.” — Provérbios 11:25.
 Seguir tal proceder na vida de solteiro será muito benéfico para a pessoa mais tarde na vida de casado. O seu cônjuge sempre será levado em consideração em quaisquer decisões que forem tomadas. Em vez de encarar o casamento como uma experiência ou um arranjo temporário, encarará o casamento como o arranjo permanente que  Deus tinha em mente quando uniu o primeiro casal no Éden. (Gênesis 2:22-24) Em todas as etapas, serão feitos esforços para preservar o casamento para ajudar o cônjuge, à medida que os dois aumentarem seu apreço por Deus e um pelo outro.

O Fator Idade



 Devido ao conceito, em voga entre muitos desta geração, de que se o casamento não der certo ele poderá ser terminado com o divórcio, muitos jovens se casam com esse conceito leviano sobre o casamento. Isto pode resultar, e resulta mesmo, em muitos rompimentos de casamento entre adolescentes. Também resulta em virem ao mundo muitos filhos indesejados. Estas crianças muitas vezes crescem sem nunca saberem o que é ter uma mãe e um pai que os amem profundamente e que se interessem por elas.
 Com que idade pode a pessoa começar a pensar em se casar? Não seria sábio estabelecer regras neste assunto. Contudo, as Escrituras dão bom conselho quanto ao que significa maturidade mental e espiritual — o tipo de maturidade necessário para os que ingressam na vida de casado. Queira ler Gálatas 5:22, 23, onde encontrará alistados os frutos do espírito. Examine cuidadosamente cada um dos frutos ali mencionados. Essas são as qualidades que se precisa cultivar na vida. Não é depois do casamento que a pessoa deve começar a mostrar essas qualidades, mas sim muito antes, na sua vida cotidiana como cristão.
 Por exemplo, é você alguém satisfeito com a vida, feliz de estar vivo, de servir os interesses do Reino de Cristo? Dá-se bem com os outros, promovendo relações pacíficas com eles? Ou é você uma pessoa briguenta, dada a acessos de ira e linguagem injuriosa? É longânime, capaz de tolerar as fraquezas de seus irmãos ou de seus pais? Ou é irascível e fica facilmente irritado quando outros não correspondem logo ao que você quer? Você se considera bondoso nos tratos com outros, é brando e faz o bem para com eles? Ou é egocêntrico, egoísta, falho em autodomínio, dado a irar-se imediatamente diante da mínima provocação? Tem genuíno amor aos outros, quer ajudá-los, faz um esforço especial, dá de si mesmo e de seus recursos para tornar os outros felizes? Ou quer que os outros lhe mostrem amor, que sempre dêem de seus recursos a você?
 É correto dizer-se que nenhum de nós têm essas qualidades de modo perfeito. Contudo, o homem ou a mulher já moldado(a) por um certo número de anos de vida, e que teve oportunidade de cultivar tais qualidades espirituais, está em boas condições de ter um casamento bem-sucedido — em condições muito melhores do que quem só começa a tentar aprimorar esses frutos do espírito após os votos de casamento. — Veja 2 Pedro 1:5-8.
 Por que não examina honestamente a si mesmo, seus gostos e desgostos? Percebe que seu apreço pela vida tem aumentado com o passar do tempo? Tinha você aos 13 anos os mesmos valores que aos 5, ou os mesmos valores aos 20 que aos 13? O seu entendimento da vida e apreço por ela tem aumentado ou diminuído à medida que ganha maior experiência com o passar dos anos? Agora como adulto, será que você procura nas pessoas as mesmas qualidades que procurava quando criança? Não se dá muitas vezes que o “único” rapaz na vida duma moça, quando ela tem uns 16 ou 17 anos, há muito fica esquecido à medida que ela se torna plenamente adulta e atribui um valor maior às qualidades e à personalidade piedosas de um homem? O conceito dela aos 22 ou 23 anos provavelmente se centrará mais nos aspectos espirituais, mentais e emocionais de um homem, do que nos seus traços físicos. Pode-se dizer o mesmo do rapaz à medida que vai-se tornando adulto. Ao passo que amadurece, as suas esperanças e aspirações, no que tange a uma esposa, se aperfeiçoam. Quando for mais velho, à medida que mudarem seus valores, o que ele procurará num cônjuge é uma pessoa compreensiva e bondosa, apta para ser dona-de-casa e mãe, e que tenha no coração um desejo profundo de agradar em primeiro lugar ao seu Criador, Deus, e fazer a Sua vontade. — Provérbios 31:10, 26, 27.
 O ponto em questão é que a passagem do tempo muda o conceito da pessoa sobre os valores. Portanto, casar-se com pouca idade é algo repleto de muitos perigos. Talvez não seja possível persuadir duas pessoas bem jovens a esperar algum tempo antes de se casarem. Mas os pais, especialmente na infância de seus filhos, podem incentivá-los a pensar seriamente sobre a vida, sobre estar espiritual, emocional e mentalmente preparado para o casamento, antes de entrar num contrato vitalício com outro indivíduo, para o que der e vier.
 Isto não quer dizer que casar-se quando se é mais velho resolve tudo. Mesmo assim pode haver problemas, especialmente se for permitido que a atitude egoísta se infiltre e erga uma barreira entre duas pessoas. Deve-se levar em conta as necessidades mentais, emocionais e espirituais de cada um, no vínculo marital. Alguns cristãos envolvem-se profundamente no serviço secular, em detrimento de atividades congregacionais, inclusive o comparecer às reuniões e a participação na obra de pregar e de fazer discípulos. Daí, dedicando-se a muita recreação eles tentam suprir o que julgam ser uma lacuna na vida. Aparentemente eles pensam que enquanto estiverem ocupados seus problemas serão de algum modo temporariamente resolvidos e que, na Nova Ordem de coisas, aí sim eles vão cuidar das necessidades emocionais, mentais e espirituais um do outro. Mas não é assim que a vida funciona. O conselho de Paulo foi que o homem deve ter para com a esposa o mesmo desvelo que tem para com o seu próprio corpo. (Efésios 5:28) Isto significa dar atenção agora às necessidades do cônjuge, assim como ele diariamente dá atenção a suas próprias necessidades. O mesmo se pode dizer quanto à mulher.

Altruísmo no Casamento

 O casamento é uma contínua ação de compartilhar, o que significa que nenhum dos cônjuges pode tratar o outro com descaso, achando que só se um dos parceiros der e o outro se beneficiar, é que tudo estará bem. Isto não resultará em bênçãos para nenhum dos dois. Por exemplo, os parentes de ambos os lados devem ser levados em consideração. Não se deve permitir que isto se torne um aspecto doloroso do casamento, isto é, que a pessoa leva em consideração os seus próprios pais e outros parentes mas não os do cônjuge. Onde a família vai passar as férias ou outros períodos de descontração não devem ser sempre decisões unilaterais. Demonstrar consideração nesses assuntos ajudará a tornar bem-sucedido o casamento. Nunca tratem um ao outro com descaso, mas, em vez disso, mostrem altruísmo. — Filipenses 2:4.

Derive alegria do dom do casamento



“O que Deus pôs sob o mesmo jugo, não o separe o homem.” — MATEUS 19:6.
CONHECE essas palavras? Milhões de pessoas na cristandade, que constitui grande parte da população mundial, sem dúvida as conhecem, pois são palavras do Senhor Jesus dirigidas aos fariseus religiosos de seus dias. Embora essas palavras sejam conhecidas, que dizer do significado dessa declaração de Jesus? Será que a humanidade em geral aplica o sentido de tal recomendação? Vejamos.
 Em muitos países hoje as pessoas respeitam muito pouco o arranjo marital e a perenidade daquilo que Deus pôs sob o mesmo jugo. Em muitos países o divórcio atingiu o que se poderia chamar de proporções epidêmicas, e o quadro não é melhor nos países em que o divórcio não é permitido pelo governo, pois ali as pessoas amiúde abandonam seu cônjuge e passam a viver com outro. Portanto, a importante recomendação de Jesus em Mateus 19:6 não está sendo acatada por milhões de pessoas na cristandade e em outras partes. Dá-se isso porque a recomendação de Jesus é má, ou é porque as pessoas não escutam quando Jesus fala e pouco se importam com a sua recomendação neste respeito?
 A evidência é que grande porcentagem das pessoas não vê o casamento como contrato vitalício, caso ele interfira com o estilo de vida e os desejos delas. Para estas, o casamento deve ser apenas um arranjo temporário, caso interfira com os seus interesses, gostos e desgostos. Assim, parece até que alguns se desfazem do cônjuge com a mesma naturalidade com que se tira um casaco ou um chapéu, sem pensar um momento sequer sobre a recomendação de Jesus aos que entram na relação marital.
 Com a tão prevalecente atitude de que ‘todo mundo faz isso’, os que desejam seguir o conselho seguro da Bíblia podem ser influenciados de forma a se afastarem do bom ensino da Palavra de Deus. Bons conselhos são oferecidos pela página impressa e oralmente, mas deixar de acatar a recomendação da Bíblia pode levar a problemas maritais. (Veja Salmo 19:7-11.) Se adotarmos a atitude de que qualquer coisa no casamento que interfira em nosso estilo de vida, em nossos prazeres e desejos pode ser mudada simplesmente por não nos apegarmos às normas de Deus sobre o casamento, correremos perigo. Ter tal atitude nos coloca em frente a um dos maiores problemas da humanidade, o egoísmo. Pois, em geral, o egoísmo é a raiz dos problemas maritais. Por que dizemos isso?

sábado, 24 de abril de 2010

Pais — O Papel Crucial

“O ato compartilhado da concepção dá direito aos filhos de ter tanto mãe como pai”, escreveram dois psicólogos em Psychology Today. Essa declaração talvez lhe soe auto-evidente. Todavia, o divórcio, em vários sentidos, priva o filho, de um só golpe, de ambos os genitores.

A título de exemplo, considere os Estados Unidos, que, estatisticamente, poderiam ser chamados de capital mundial do divórcio. Ali, mais de 90 por cento dos filhos do divórcio moram com a mãe e só se relacionam com o pai durante as visitas deste. Mais da metade de tais crianças e adolescentes vêem seu pai menos de uma vez por ano! E o tempo que a mãe gasta com seus filhos também diminui consideravelmente depois do divórcio, em até 21 horas semanais, segundo certo estudo.

Se existe algum ponto de acordo entre os peritos, este é que os filhos terão mais probabilidade de se ajustar bem à vida, depois do divórcio, se continuarem a ter um relacionamento positivo e consistente com ambos os genitores. Caso isto não seja possível, um bom relacionamento pelo menos com o pai ou com a mãe ainda ajuda a amainar o golpe do divórcio. Mas como podem os pais manter-se achegados aos filhos depois do divórcio?

Como ajudar os filhos do divórcio



“Certa vez, quando eu tinha cerca de três anos, papai veio pegar-me para uma visita. Ele me levou a passear e me comprou uma boneca, que tinha um lindo vestido vermelho, e me trouxe de carro para casa. Ficamos sentados dentro do carro por algum tempo. Mas, assim que mamãe veio pegar-me, ela e papai começaram a berrar um com o outro e a discutir pela janela do carro — e eu bem no meio.

“Subitamente, papai abriu bruscamente a porta e me empurrou para fora do carro. Fazendo cantar os pneus, ele arrancou. Eu nem sabia o que estava acontecendo. Mamãe nem sequer me deixou desembrulhar minha boneca nova. Nunca mais vi a boneca depois disso. E não voltei a ver meu pai senão quando tinha 19 anos.” — Heidi.

“O TEMPO sara todas as feridas”, diz um velho ditado. Isso acontece realmente? Ou sofrem os filhos danos irreparáveis com o divórcio dos pais?

De acordo com The Journal of Social Issues, muito depende do que acontece depois do divórcio. Declara: “Os relacionamentos familiares que surgem depois do divórcio atingem os filhos tanto, ou mais, do que o próprio divórcio.”

No caso de Heidi, o divórcio dos pais foi somente o começo de seus problemas. Como muitas vezes acontece, o segundo casamento de sua mãe não deu mais certo do que o primeiro, e nem o terceiro. A infância de Heidi era como um passeio acidentado de montanha-russa, o qual foi passando dos berros para a quebra de pratos, e daí para solitários dias de verão num apartamento vazio, em que ela ficava imaginando temerosamente quando — e se — a mãe dela voltaria para casa.

Há muita coisa que os pais podem fazer para poupar os filhos de tão turbulentas seqüelas do divórcio. O divórcio, afinal de contas, põe fim ao casamento e não à paternidade e à maternidade.

Efeitos Emocionais e Morais

Recente estudo publicado em Journal of Marriage and the Family indicava que o divórcio está ligado à infelicidade e à depressão. Os divorciados têm maior probabilidade de ficar deprimidos, e os que já se divorciaram mais de uma vez apresentam a probabilidade de ficar deprimidos com mais freqüência. A socióloga Lenore Weitzman, em seu livro The Divorce Revolution (A Revolução do Divórcio), comenta que as pessoas divorciadas e separadas apresentam os maiores índices de internação em instituições psiquiátricas; elas também apresentam índices mais elevados de doença, de morte prematura e de suicídio.

Em seu estudo de cerca de 200 pessoas, Medved verificou que o divórcio deixava os homens e as mulheres emocionalmente perturbados durante uma média de sete anos, alguns durante décadas. A única coisa em que o divórcio não influía, segundo ela verificou, era no padrão insalubre de comportamento que levou o casal a divorciar-se. Portanto, não é de admirar que o segundo casamento tenha ainda maior possibilidade de fracassar do que o primeiro!

O divórcio, longe de fazer melhorar o comportamento, muitas vezes tem um efeito drasticamente negativo sobre a moral. Pesquisadores têm verificado que, depois do divórcio, a maioria dos homens e das mulheres entra brevemente numa espécie de segunda adolescência. Usufruem sua recém-adquirida liberdade mantendo uma série de novos casos amorosos, a fim de elevar sua decaída auto-estima ou para minorar a solidão. Mas namorar por tais motivos egoístas pode resultar em imoralidade sexual, que traz consigo uma longa lista de trágicas conseqüências. E ver os pais agirem assim pode ser especialmente traumatizante e prejudicial para os filhos.

Com muita freqüência, porém, casais que se divorciam aceitam e apóiam a propaganda do mundo, de que suas próprias necessidades e interesses vêm em primeiro lugar. Assim, ficam insensíveis à dor que causarão à vida dos que os rodeiam — seus filhos, seus pais e seus amigos. Alguns se esquecem de que Deus também pode ficar magoado no coração quando desprezamos suas normas. (Salmo 78:40, 41; Malaquias 2:16) O divórcio também pode ser algo muito odioso, especialmente quando degenera em batalhas legais pela guarda dos filhos e pela posse dos bens.

Divórcio — seus frutos amargos

QUEM tem de pagar o preço do divórcio não são os advogados, nem os amigos, nem a mídia, nem os “peritos”. São os casais que se divorciam — e seus filhos — que pagam a conta final. Longe de ser uma experiência liberalizante, o divórcio pode ter um preço assustadoramente alto.

Em The Case Against Divorce (Os Argumentos Contra o Divórcio), Diane Medved admite que, originalmente, tencionava escrever um livro que fosse “moralmente neutro” para com o divórcio. Mas sentiu-se compelida a mudar de idéia. Por quê? Escreve ela: “De forma bem simples, descobri em minhas pesquisas que o processo e as conseqüências do divórcio são tão inteiramente desastrosos — para o corpo, para a mente e para o espírito — que, num sobrepujante número de casos, a ‘cura’ que traz é certamente pior do que o ‘mal’ do casamento.”

Ana, mencionada no artigo anterior, concorda: “Pensei que o divórcio seria uma libertação. Pensei que, se me livrasse desse casamento, eu ficaria bem. Mas, antes do divórcio, pelo menos minha dor me fazia sentir viva. Depois que me divorciei, nem sequer me sentia viva. Havia um vazio tão grande, que eu me sentia como se não existisse. Foi simplesmente terrível. Não dá para descrever como me senti vazia.” Após o divórcio, as vagas promessas de liberdade e de emoção se evaporaram nas sombrias realidades do viver e do sobreviver no dia-a-dia.

A dura verdade é que, mesmo quando existem bases legítimas para o divórcio, suas conseqüências podem ser dolorosas e muito duradouras. Assim, qualquer pessoa que esteja pensando em tomar tal medida drástica seria sábia se acatasse primeiro o conselho de Jesus: ‘Calcule o custo.’ (Lucas 14:28) Especificamente, quais são alguns dos custos, algumas das dolorosas conseqüências do divórcio?

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Despreendimento Recompensador

No casamento, cada um tem de estar alerta de compensar os pontos fracos do outro. Sim, neste caso também se aplicam as palavras do apóstolo: “Nós, porém, os que somos fortes, devemos suportar as fraquezas dos que não são fortes, e não estar agradando a nós mesmos. Que cada um de nós agrade ao seu próximo naquilo que é bom para a edificação dele.” (Rom. 15:1, 2) Ao ponto que um erra, o outro talvez tenha de ser mais liberalmente perdoador. Está o seu cônjuge inclinado a ser um pouco mais egoísta? Então, a bem da paz e da harmonia, tem de aprender a ser mais altruísta, ao mesmo tempo esforçando-se jeitosamente a mostrar ao outro “um caminho que ultrapassa isso”, o do amor altruísta. — 1 Cor. 12:31-13:8.
Por outro lado, é a esposa extremamente cumpridora dos deveres, conscienciosa, altruísta, um modelo que traz à lembrança a esposa ideal descrita em Provérbios 31:10-31? Então, talvez aconteça que negligencie sua própria saúde, se não também sua aparência e suas necessidades espirituais. O esposo amoroso não ficará contente de deixá-la continuar neste proceder, apenas porque é para seu proveito. Antes, mostrará amoroso interesse em compartilhar as cargas da esposa e em verificar que ela descanse o suficiente, que apresente uma aparência que lhe seja um elogio e que sejam satisfeitas as necessidades espirituais dela. O mesmo princípio se aplica, naturalmente, se o marido se deixa ficar sobrecarregado.
A boa esposa dum ministro cristão também está vividamente interessada em seus discursos e mostra isto tanto por não interferir em sua preparação de discursos como por prestar boa atenção quando ele os profere. Mas, o marido deve estar igualmente interessado nos esforços mais humildes de sua esposa, estando pronto a oferecer sugestões prestativas e o necessário encorajamento. Afinal de contas, cada um fica alegre quando o outro tem êxito.
Não há dúvida de que o altruísmo é importante chave para o casamento bem sucedido. Como certo conselheiro matrimonial se expressou: “O casamento bem sucedido não é uma dádiva; é uma consecução.” Aqueles que consideram o casamento de forma egoísta, preocupando-se apenas com o que podem tirar dele, mui provavelmente estão condenados à frustração e ao fracasso. Mas, aqueles que se casam com a idéia de contribuírem para a felicidade e o bem estar de outrem, bem como para se beneficiarem disso, bem que podem ser recompensados com êxito, pois não podemos fugir disso: “HÁ mais felicidade em dar do que há em receber.” — Atos 20:35.

Altruísmo em Questões de Saúde



Os maridos e as esposas também têm uma obrigação mútua na questão da saúde. O marido devotado e consciencioso bem que poderia matar-se de trabalho se tiver uma esposa ambiciosa ou até mesmo impensadamente egoísta. É melhor que ela se contente com menos coisas materiais e um marido saudável do que ter uma abundância para gozar como viúva.
A preocupação pela saúde de sua família deve também fazer que a esposa se interesse em ver que sua família tenha uma dieta equilibrada, suficientes vitaminas, sais minerais, e assim por diante. O que acontece quando a esposa age à altura neste particular é ilustrado pela seguinte experiência da vida real. O médico recomendou que o marido comesse bastante flocos de aveia, mas o marido simplesmente não gostava de mingau de aveia. Assim, o que fez a esposa dele? Desistiu, dizendo: “Que adianta!”? Não, mas usou o engenho feminino. Preparou biscoitos de aveia com passas, e coisas semelhantes, que ele apreciava muito. Quando fazia bife a milanesa, usava flocos de aveia ao invés de farinha de rosca, e quando fazia o molho para os legumes, usava flocos de aveia ao invés de farinha de trigo. Esta foi apenas uma das formas de ela cuidar altruistamente da saúde do marido. Com que resultado? O marido dela, embora tendo mais de sessenta anos, ainda goza de excelente saúde.
Por esta experiência também se vê que o altruísmo tem de ser prático. A maioria das boas cozinheiras gostam de alimentar seus maridos com alimentos ricos em abundância, mas, será isto sempre sábio? Afirma certo médico: “Todo homem cuja esposa se considera boa cozinheira corre perigo mortal. Estas boas cozinheiras igualam a saúde com a obesidade. A seus olhos, se não estiver gordo, não é saudável. . . . No início do casamento, a maioria dos homens precisa aprender a resistir o desejo louco de toda mulher de engordar o marido.”
Outra área de interesse altruísta na questão da saúde é o sono. Às vezes, a esposa ou o marido talvez se queixe de não conseguir dormir bem à noite. Não raro o outro cônjuge dorme bem. Mas, não devia a falha de um em dormir bem deixar o outro genuinamente preocupado? Ambos precisam estar alertas ao problema e trabalharem para resolvê-lo. Recentemente, Despertai! trouxe um artigo que oferecia sugestões para os que confrontavam este problema. Certo casal verificou que dar um ao outro uma massagem da cabeça aos pés ajudava a resolver o problema para o afligido com insônia. Ambos se empenharam na solução do problema!
Mas, às vezes, o remédio talvez não seja tão simples. Se o sofredor é uma esposa sem filhos, a causa talvez seja psicossomática. Os casais que, voluntariamente ou devido a uma circunstância além de seu controle, não têm filhos, precisam uma compensação disto. Usualmente o marido tem poucas dificuldades, visto que o instinto paternal não é especialmente forte. Mas, a esposa talvez bem que necessite de mais afeição, solicitude, atenção e mais da presença do marido, se há de viver bem, apesar de lhe serem negados os frutos de seus instintos maternais. As palavras do apóstolo Pedro são apropriadas aqui: “Vós, maridos, continuai a morar com [vossas esposas] da mesma maneira, segundo o conhecimento, atribuindo-lhes honra como a um vaso mais fraco, o feminino, visto que sois também herdeiros com elas do favor imerecido da vida, a fim de que as vossas orações não sejam impedidas. Finalmente, sede todos da mesma mentalidade, compartilhando os sentimentos, exercendo amor fraternal, ternamente afetuosos, humildes na mente.” — 1 Ped. 3:7, 8.

Como Opera o Altruísmo



Mostrar altruísmo é, sem comparação, uma questão de ser considerado nas coisas pequenas, e pode ser bem recompensador. Assim, certo grupo de viajantes pausou à beira do Canyon Bryce, em Utah meridional, EUA. A tarde já estava quase a findar e o marido se preocupava em chegarem ao seu destino no Parque Nacional Sião antes que ficasse muito tarde. A esposa, contudo, queria passear um pouco por ali. Quando o marido notou que isto parecia significar muito para ela, cedeu e juntou-se a ela e a outros, ao percorreram uma trilha. Não demorou muito até que deram com a vista mais bonita que viram em sua inteira viagem de mais de onze mil quilômetros. O sol de fins da tarde refletia sua glória sobre os picos de forma fantástica, brilhantemente coloridos, apresentando uma vista quase inacreditável, de tão bela que era. Quão contente ficou o marido de não a ter perdido!
Outro exemplo da vida real é fornecido por um casal de ministros que moravam no coração duma grande cidade. A esposa via diversos motivos de um carro ser-lhes de valor prático. Ao passo que o marido achava que estavam vivendo muito bem sem um carro, por consideração para com a esposa, compraram um carro. Depois de começarem a usá-lo, o marido ficou muito mais entusiasmado com suas vantagens do que a esposa. Verificou que lhes economizava bastante tempo, habilitando-os a fazer mais no seu ministério. Ademais, com o carro puderam ajudar outros que não possuíam um. E, ao mesmo tempo, deu-lhes um senso de segurança, visto que era muito menos provável que fossem assaltados pelas costas ou roubados quando andavam de carro do que ao andarem pelas ruas escuras da vizinhança ruim em que efetuavam seu trabalho ministerial. Não se dá, contudo, que o desejo da esposa de ter um carro seja sempre judicioso. A esposa talvez deixe de considerar toda a desposa que está envolvida na manutenção dum carro — impostos, licenciamento, seguro, consertos, gasolina e óleo, para não se dizer nada do trabalho em lavá-lo, lustrá-lo, mudar pneus, e assim por diante. Tais fatores não raro fazem que o marido hesite quando se trata de comprar um carro, e com muita razão.
Naturalmente, as esposas não devem concluir destes incidentes que toda vez que tiverem uma preferência, seus maridos devem ceder. Pelo contrário, devem ser realistas e avaliar que por cederem altruistamente às vezes à preferência dos seus maridos, elas próprias talvez sejam similarmente recompensadas. Sim, torna-se necessário uma palavra de precaução, para que os maridos sentimentais não deixem que as esposas de pulso firme os dominem. Parece ser fobia feminina às vezes, em especial da parte das esposas sem filhos, colocar seus próprios luxos à frente das necessidades de seus maridos. A lógica deve misturar-se com o sentimento, mas não ser inteiramente substituída por este. Saber quando ser firme e quando ser bondoso e ceder é uma arte!

Lidar com Problemas

Entre as chaves básicas que ajudarão os casais a enfrentar os problemas do casamento se acha a honestidade em lidar um com o outro. Destacando aptamente este ponto, diz o educador F. Alexander Magoun: “É preciso esforço para tornar bem sucedido o casamento. Todos os êxitos têm seu preço. Quanto mais digna a consecução, tanto mais, usualmente, a pessoa tem de pagar por ela no sentido de esforço.” Falando à base de longa observação, o Dr. Paul Popenoe comenta: “Se cada cônjuge verdadeiramente desejar chegar a entender melhor o outro, e não estiver simplesmente interessado em provar que ele ou ela está certo, a situação não é desesperadora . . . O que é necessário é que cada um respeite o outro em seus sentimentos, gostos e desgostos.”
As condições modernas têm tornado mais difícil do que nunca que os casais sejam honestos um com o outro. Muitas são as tentações de tapear na questão do interesse sexual, em questões financeiras e em como a pessoa usa seu tempo. A desonestidade tem um jeitinho de deixar-se revelar e bem que pode resultar em tornar o casamento um fracasso ao invés de bem sucedido. A Palavra de Deus bem que nos relembra: “Não há nada encoberto que não venha a ser descoberto e não há nada secreto que não venha a ser conhecido.” “De Deus não se mofa. Pois, o que o homem semear, isso também ceifará.” As palavras de Jesus, por conseguinte, poderiam ser aptamente parafraseadas: ‘Também, assim como deseja que seu cônjuge lhe trate, faça a mesma coisa para seu cônjuge.’ — Mat. 10:26; Gál. 6:7; Luc. 6:31.

Altruísmo — chave para o casamento bem sucedido

O QUE é o casamento bem sucedido? É aquele em que há paz, alegria, contentamento, entendimento e afeição. É o casamento, em que cada cônjuge consegue em grande parte satisfazer as necessidades básicas do outro e verdadeiramente se preocupa em fazê-lo.
O casamento, segundo a Palavra de Deus, é monogâmico, um homem para uma mulher: “Os dois serão uma só carne.” (Mat. 19:5) A respeito disso, o Dr. Popenoe, um dos destacados conselheiros matrimoniais dos EUA, disse certa vez: “A monogamia está tão bem adaptada à natureza humana . . . que não exige super-homens ou super-mulheres para ter êxito. O êxito pode ser obtido quase por qualquer pessoa.” Também observou: “O casamento bem sucedido é algo crescente, nutrido pelo dar e receber que continuamente se sucede entre duas pessoas que amam uma à outra e que são movidas por tal amor a querer viver juntas pelo resto de suas vidas.”
Em sentido similar, o Dr. David Mace, Presidente da Comissão Internacional de Orientação Matrimonial, escreve: “O casamento é, afinal de contas, a relação básica entre os humanos adultos. Mais do que tudo, ajunta, reconcilia, e une em frutífera harmonia as duas espécies diferentes de ser humano, o macho e a fêmea . . . Ata duas pessoas num companheirismo duradouro.”
E as próprias possibilidades de felicidade no casamento testificam ter sido o homem criado por Deus, como até mesmo comenta o advogado Linton:
“A bondade e a infinita perícia do Deus que declarou que não era bom que o homem fosse solteirão, ao colocar no coração do homem o amor pela mulher e no coração da mulher o amor pelo homem, ao criá-los mental, física e emocionalmente tão parecidos de modo a serem companheiros e, ainda assim, tão diferentes de modo a suplementar e a interessar um ao outro, sempre estimulou minha gratidão e minha admiração como evidência inequívoca de desígnio criativo.” — A Lawyer Examines the Bible (Um Advogado Examina a Bíblia).
Temos aqui três eruditos que falam, obviamente à base de muita experiência e observação, louvando altamente a relação marital. Pelo seu testemunho, pareceria que o êxito no casamento está no alcance da maioria das pessoas. Todavia, o que notamos?
As enquêtes mostram que algumas cidades dos Estados Unidos apresentam um divórcio para cada dois casamentos, a média nacional sendo de um de cada quatro terminando em divórcio. Daí, então, as estatísticas mostram que cerca de dois milhões de casais vivem separados por não poderem dar-se um com o outro, embora não sejam divorciados. Certo é que todos estes casamentos não foram bem sucedidos. Por outras enquêtes nos Estados Unidos deduz-se que menos da metade dos casamentos podem ser considerados bem sucedidos. E certa revista feminina declarou recentemente: “A maioria dos casamentos são crônicas sociedades de queixas.” — Ladies’ Home Journal, de outubro de 1968.
Por que devia isto acontecer? Sem dúvida, uma razão é que os problemas surgem devido à imperfeição e ao egoísmo humanos. Certo conselheiro matrimonial veterano expressou-se dessa forma: “Jamais encontramos nem ouvimos falar de um casamento sem problemas.” É preciso madureza e, em especial, altruísmo, para se lidar com os problemas que surgem no casamento. Segundo o psiquiatra Dr. Brill, o maior fator no divórcio não é o álcool, nem o dinheiro, nem os parentes do cônjuge, e assim por diante, mas a imaturidade por ocasião do casamento. As pessoas imaturas consideram a certidão de casamento como garantia de felicidade conjugal; mas, ela simplesmente fornece à pessoa o direito legal de empenhar-se por ela.

SOLUÇÃO DE OUTROS PROBLEMAS

19 Na realidade, o sexo é apenas uma pequena parte do casamento, no qual é preciso aplicar as instruções de Deus. Quando você se casar, terá de dar-se conta de que o ciclo biológico de sua esposa pode às vezes afetá-la adversamente, em sentido físico, mental e emocional. Nestas ocasiões, ela talvez faça e diga coisas que normalmente não faria. Você terá de tomar isso em consideração e não ficar muito sensível, se ela ocasionalmente falar de modo ríspido ou agir com precipitação, mas terá de continuar a tratá-la com bondade.
20 Contudo, há ainda muito mais envolvido. O casamento bem sucedido exige cooperação e comunicação, e um entendimento da Palavra de Deus o ajudará a obtê-las. Ela mostra que o homem e a mulher foram criados com qualidades e responsabilidades um pouco diferentes, com o objetivo de que sua união contribua para a felicidade mútua. Depois de criar o homem, o Criador disse: “Vou fazer-lhe uma ajudadora como complemento dele.” — Gênesis 2:18.
21 Os dois foram assim criados para se complementarem; suas qualidades se contrabalançavam ou compensavam. Cada um foi criado com uma necessidade que era satisfeita pelo outro. Assim, a mulher foi feita como ajudadora de seu marido, e, em harmonia com esse papel, a Bíblia exorta: “As esposas estejam sujeitas aos seus maridos . . . porque o marido é cabeça de sua esposa.” A Bíblia diz também: “A esposa deve ter profundo respeito pelo seu marido.” (Efésios 5:22, 23, 33) Isto é prático, porque quando não há cabeça na família, que receba o respeito de sua esposa, costuma haver discórdia e confusão.
22 A atual agressividade feminina e sua competição com os homens tornaram-se comuns, e os conselheiros matrimoniais observaram que essas qualidades são um motivo dos problemas familiares. Portanto, quando você se casar, será sábio aplicar o conselho bíblico. Se o seu marido deixar de tomar a dianteira assim como devia, deverá perguntar-se: Posso fazer mais para animá-lo a desempenhar seu devido papel na família? Será que eu peço suas sugestões e sua orientação? Mostro que recorro a ele em busca de liderança? Evito menosprezar o que ele faz? Quando ele, em pequenas coisas, mostra querer fazer decisões ou liderar nos assuntos da família, expresso meu apreço?
23 Mas é especialmente o homem quem está em condições de tornar o casamento bem sucedido pela aplicação do conselho bíblico. Lembre-se disso quando se casar. Embora você, então, como marido, seja o chefe da família, isto não o transforma em ditador. Não, porque a Palavra de Deus ordena aos maridos a amarem sua esposa “assim como também o Cristo amou a congregação [cristã] e se entregou por ela”. (Efésios 5:25) Portanto, aplicando o conselho bíblico, você fará amorosa e voluntariamente sacrifícios para com a mulher com quem se casou. Antes de tomar decisões, fará bem em considerar as opiniões dela, o que ela gosta e o que não gosta, dando até mesmo preferência a ela, quando nenhuma questão especial estiver em jogo. Assim lhe dará amor e honra, conforme manda a Bíblia.
24 Se você acatar desse modo o conselho de Deus, terá paz e harmonia no seu casamento, quando chegar o tempo para isso. Será realmente bem sucedido, resultando no cumprimento e na satisfação que nosso Criador pretendeu que este grandioso arranjo desse à humanidade.

SEXO AGRADÁVEL NO CASAMENTO



 Talvez tenha ouvido falar de que o sexo é a raiz de muitos problemas maritais, e isto é verdade. Muitas vezes deve-se a conceitos que não são realísticos, patrocinados pelos órgãos de notícia. Livros populares, revistas e filmes apresentam casais que “se enamoram” e depois “vivem felizes para todo o sempre”. A literatura também tem destacado os prazeres sexuais, amiúde criando expectativas além do que a realidade produz. Para ilustrar, certa jovem esposa explicou: “Acho que eu queria que o sexo fosse alguma espécie de sorte grande psicodélica, que fizesse o mundo inteiro iluminar-se como uma máquina eletrônica de diversão. Quero dizer, tudo estava certo, mas eu continuava a pensar: ‘Será que é só isso? É isso realmente tudo o que há?’”
 Embora você, como jovem, provavelmente ainda não esteja casado, entende o problema dessa jovem esposa? Sua sobrepujante preocupação era a sua própria satisfação sexual, e ela não ficou satisfeita. Esta é a queixa de muitas mulheres — de que seus maridos não as satisfazem sexualmente. Em tais casos, o que pode a esposa fazer? Diz a Bíblia algo de útil? Veja o encorajamento franco que provê: “O marido renda à esposa o que lhe é devido; mas, faça a esposa também o mesmo para com o marido. Não vos priveis um ao outro disso, exceto por consentimento mútuo.” — 1 Coríntios 7:3, 5.
 Segundo este conselho bíblico, se você se casar, deverá preocupar-se em agradar principalmente a quem? Deve ser a você mesmo, assim como foi do interesse primário da já mencionada esposa? Não, mas, antes, a seu cônjuge. O princípio básico aqui, na Bíblia, é o de dar. O bem-estar e o prazer de seu cônjuge, não os seus próprios, são de importância primária. Isso está em harmonia com os princípios bíblicos adicionais: “Que cada um persista em buscar, não a sua própria vantagem, mas a da outra pessoa.” “O amor . . . não procura os seus próprios interesses.” — 1 Coríntios 10:24; 13:4, 5.
 Mas, talvez pergunte: “Quando eu me casar, como posso aumentar a minha própria satisfação por procurar agradar minha esposa ou meu marido?” Ora, o gozo das relações maritais depende, em grande parte, da mente e do coração. Portanto, se você considerar as relações sexuais como oportunidade para demonstrar profundo amor ao seu marido, verificará com mais freqüência que, como resultado adicional, você mesma terá maior prazer com as relações. Quando a mente da esposa não se fixa principalmente nas suas próprias sensações, amiúde ela relaxa, e o prazer pessoal que realmente deseja no ato marital pode ser alcançado como conseqüência natural.
 O maior instrutor que já andou na terra, Jesus Cristo, indicou que, quando alguém dá de si mesmo, isso por sua vez lhe dá satisfação. Ele disse: “Há mais felicidade em dar do que há em receber.” Vez após vez mostrou-se que este princípio é veraz no que se refere às íntimas relações maritais. — Atos 20:35.
 Há outro motivo pelo qual a aplicação do conselho bíblico provavelmente resultará na sua própria satisfação, quando se casar. Fará mais do que qualquer outra coisa para induzir seu marido a agir com altruísmo para com você, mostrando maior consideração pelas suas necessidades e pelos seus desejos. Isto tem acontecido em muitos casamentos. Quem toma a iniciativa em dar, recebe de volta na mesma espécie. Por isso, a Bíblia exorta a demonstração de altruísmo e amor na concessão dos direitos maritais. Lembre-se disso, e assim contribuirá para uma relação feliz, quando se casar.
 Talvez tenha ouvido falar de que os maridos amiúde se queixam de que sua esposa é “fria” demais para ser companheira sexual adequada. Sabe onde muitas vezes está a dificuldade nisso? A Bíblia declara: “Os maridos devem estar amando as suas esposas como aos seus próprios corpos. Quem ama a sua esposa, ama a si próprio, pois nenhum homem jamais odiou a sua própria carne; mas ele a alimenta e acalenta.” (Efésios 5:28, 29) Sim, a dificuldade muitas vezes está em que o marido deixa de acatar o que a Bíblia diz ali.
 Será que as mulheres precisam realmente ser amadas pelo marido? Precisam mesmo. Conselheiros matrimoniais costumam enfatizar isso. É uma verdade básica: Para as esposas serem realmente felizes, precisam sentir que são amadas. Portanto, se você se casar, lembre-se de que a chave para uma cordial intimidade marital é você satisfazer essa necessidade de sua esposa, de ser amada. A Bíblia exorta os maridos: “Cada um de vós, individualmente, ame a sua esposa como a si próprio.” — Efésios 5:33.
 Entretanto, talvez pense que dar à sua esposa sustento material já é evidência bastante de seu amor. Mas, se você lhe negar expressões de afeto, que efeito terá isso sobre ela? A seguinte carta, duma esposa, talvez lhe dê alguma idéia sobre isso. Ela escreveu: “O meu problema é o seguinte: Estou tão faminta . . . de um pouco de lisonja, de elogio, da sensação do braço dele em volta da minha cintura, enquanto cozinho — ou duma oportunidade de me sentar no seu colo. Eu trocaria todas as coisas materiais que possuo por um só abraço afetuoso.”
 Sim, as esposas precisam que se lhes mostre amor. Elas desabrocham quando o recebem, ficando mais contentes e amiúde até mesmo fisicamente mais atraentes. Foram criadas com essa necessidade de ser amadas. É por isso que Deus exorta os maridos a amar a sua esposa. A falta de acatamento desse conselho é uma das causas principais da infelicidade encontrada hoje em tantos casamentos. Por quê?
 Porque a esposa faminta da ternura e da afeição de seu marido está inclinada a sentir-se insegura e a ter falta de confiança na sua feminilidade. Pode até mesmo criar ressentimento para com seu marido, incluindo talvez até mesmo o desejo subconsciente de se vingar dele, pelo seu descaso.
 Talvez pense, porém, que não seria muito varonil se tratasse com amor e ternura a mulher com quem se casou. Talvez tenha até mesmo ouvido dizer que as mulheres gostam mesmo de ser tratadas de modo rude. Mas isto não é verdade. De fato, as relações sexuais podem ser dessatisfatórias e até mesmo desagradáveis para a esposa, quando o marido deixa de reconhecer que ela foi projetada por Deus para corresponder a um homem bondoso que mostra consideração, não a alguém duro e exigente.
 O Criador sabia que os maridos, confrontados com tantas idéias errôneas, precisam de instrução sobre como amar sua esposa. Por isso os exorta a mostrar ternura e consideração, dizendo: “Vós, maridos, continuai a morar com [vossas esposas] da mesma maneira, segundo o conhecimento, atribuindo-lhes honra como a um vaso mais fraco, o feminino.” — 1 Pedro 3:7.
 Especialmente no que se refere às relações sexuais, é importante que o marido acate esta instrução. Ele deve agir em harmonia com o conhecimento de como Deus fez as mulheres. Elas não costumam ser fisicamente tão fortes como os homens, e emocionalmente são em geral mais delicadas e sentimentais do que os homens. Por isso, Deus diz aos maridos que dêem à sua esposa honra como a um vaso mais fraco, e que respeitem a sua constituição emocional, suas limitações e suas vicissitudes.

Pode ser bem sucedido no casamento?



QUANDO chegar o tempo de pensar em casar-se, é natural que queira que seu casamento seja bem sucedido. Julgando-se pelo aumento vertiginoso dos divórcios, talvez pareça que suas perspectivas não são muito boas. Em alguns lugares, o número dos divórcios se aproxima do número dos casamentos! Se você se casar, como poderá impedir problemas que estraguem sua felicidade marital?
2 Uma consideração da origem do casamento lançará muita luz tanto sobre os problemas como sobre a solução. Muitos acham que o casamento é de origem humana, e que os homens o estabeleceram de algum modo no passado distante. Mas esta idéia é a própria raiz do atual colapso desastroso das famílias. Por quê? Porque rejeita como não importante o melhor conselho para os problemas maritais.
3 O casamento realmente é de origem superior. O próprio Deus Todo-poderoso criou o primeiro homem e a primeira mulher, dando-lhes a faculdade de reprodução e unindo-os em casamento. Deus proveu também instruções — registradas na Bíblia — sobre como tornar o casamento bem sucedido. Se você seguir de perto estas instruções, será feliz quando se casar.
4 Alguns talvez objetem, dizendo que as pessoas já por muito tempo têm a Bíblia e ainda assim seus casamentos fracassaram. O aumento dos divórcios, dizem eles, deve-se a que menos casais estão dispostos a suportar matrimônios infelizes. Há certa verdade neste argumento. Milhões de casais infelizes possuem a Bíblia. Mas, será que a lêem? Mais importante ainda, será que aplicaram os princípios dela na sua vida? O simples fato é que o conselho da Bíblia já ajudou a centenas de milhares de casais a resolver com bom êxito seus problemas familiares. Se quiser ter um casamento feliz, ela também poderá ajudar a você.

quarta-feira, 21 de abril de 2010

“Todos Querem Mais”



Já notou a ênfase crescente ao próprio ego que permeia o modo de pensar moderno? “Os casamentos sucumbem”, observa Erica Abeel, na revista New York, “porque somente um relacionamento perfeito satisfaz. Ninguém quer serenar os ânimos ou acomodar-se — todos querem mais. O impulso para ‘mais’ provém mormente da psicoterapia. . . . Infelizmente para um casamento, porém, ‘mais’ amiúde significa mais para mim, ao invés de mais para nós. E a esposa talvez tenha um conceito muito diferente de ‘mais’ do que seu marido.” Em consonância com isso, há os comentários de Joseph Epstein, autor do livro Divorced in America (Divorciados nos EUA; 1974):
“Terapia é a nova religião, e terapia é o ego . . . como eu me saio? A nova era da psicologia lhe manda cuidar do Número Um. Toda essa atenção para o ego é muito abrasiva num casamento.”
A ênfase corrente ao ego engana muitos incautos cônjuges a pensar que estão perdendo o máximo em satisfação pessoal. Ficam “entediados” com suas responsabilidades no trabalho e em casa. Daí, surge a demanda de mais satisfação durante as relações sexuais, para maior consecução” em tudo. E o que acontece quando tais demandas não são satisfeitas?
Considera-se corajoso dirigir-se a um tribunal divorcista. “Para muita gente”, explica um escritor em Atlantic, “o divórcio é uma espécie de título honorífico, um sinal de crescimento e auto-análise e mudança, um gesto desafiador ao casamento”.
Seria o divórcio “um sinal de crescimento” para o leitor? Ou, existe, talvez, melhor meio de lidar com seus problemas maritais?

Colapso das Comunicações

Colapso das Comunicações
A esposa dum professor explica por que se criou um vazio em sua vida:
“O mundo [do meu marido] começa e termina no ginásio, e, embora me interesse pelo seu trabalho e deseje participar em tudo junto com ele, descobri, logo depois que nossa segunda filha nasceu, que eu precisava de outra conversação adulta. . . . Oh, certamente, quando fazemos amor, sinto-me muito apegada a [meu marido], mas no resto do tempo acho que sua mente está em algum compêndio ou sala de aula, e que sou apenas um enfeite animado da casa.”
O problema aqui era básico — a falta de comunicação. Verificou-se que isto estava à testa de duas listas de coisas que provocam problemas matrimoniais. Quando entram em colapso as comunicações, outros problemas também surgem, tais como o de se ter ou não filhos, e como educá-los. E, segundo certo estudo da revista McCall’s, a chave para a confusão sobre questões financeiras era perturbadora falta de comunicação entre os cônjuges quando o assunto do dinheiro era ventilado. O princípio de Provérbios 15:22 é certamente veraz no que tange ao casamento: “Há frustração de planos quando não há palestra confidencial.”
A comunicação com o cônjuge exige mais do que simples palestra sobre assuntos domésticos. Pense em seu próprio namoro. Não reafirmavam você e sua noiva (ou noivo) repetidas vezes, um ao outro, o seu amor, seu apreço e sua necessidade um do outro? Quão significativa era então aquela “conversinha doce”!
Mas, o que acontece após o casamento? Em muitos casos, a comunicação da afeição entre os casais cessa por completo. Isto pode ter terríveis conseqüências, segundo mencionado num artigo no Sunday News de Nova Iorque: “É lugar-comum dizer que o marido infiel é apenas alguém que pensa demais no sexo. Mas, isto não é verdade. O esfriamento do amor e do afeto no lar leva muito mais homens à infidelidade do que a simples paixão.” O mesmo pode ser dito quanto às mulheres cujos maridos as privam de carinho.
Talvez aconteça, porém, que os problemas num casamento emanem de uma causa ainda mais básica. Qual é?

Algumas Razões

Importante razôo pela qual muitos casais se apressam em recorrer aos tribunais de divórcio é a facilidade com que o casamento pode ser dissolvido. Em algumas partes dos EUA, há agora o arranjo de “sem motivos”. Se um casal insiste em que suas diferenças são “irreconciliáveis”, seu casamento pode ser rapidamente dissolvido. Desde que a Califórnia introduziu tal lei, a taxa de divórcios ali aumentou em 25 por cento. Na Grã-Bretanha, a liberalização das leis divorcistas resultou em mais do que o dobro do número de rompimentos matrimoniais em apenas dois anos e meio.
A nova lei de Portugal é um decreto mui liberal, permitindo o divórcio, não só à base de adultério, mas até mesmo à base de consentimento mútuo dos cônjuges. O Artigo 1778 do Código Civil de Portugal declara agora que qualquer separação de facto, por mais de cinco anos consecutivos, constitui base para divórcio. É interessante, também, o Artigo 1793, que permite a conversão duma separação legal em divórcio por simples requerimento apresentado ao tribunal.
Já notou, também, quão fácil é casar-se, em muitos lugares? Como resultado, milhares de adolescentes se precipitam ao casamento, apenas para se verem desiludidos quando confrontados com responsabilidades que não estavam preparados a assumir. Muitos buscam fugir delas através dos tribunais divorcistas.
Nos anos recentes, a atitude mudada para com a moral é, em muitos casos, outro fator que leva ao divórcio. No passado, a maioria considerava a atividade sexual extramarital como violação da lei de Deus. Hoje, contudo, crescente número de pessoas não têm nenhum escrúpulo quanto a cometer adultério.
Outros motivos citados amiúde para o divórcio são a insatisfação sexual, necessidades emocionais não satisfeitas, brigas constantes, problemas com sogros e maus tratos físicos. Às vezes, o divórcio pode até relacionar-se ao próprio motivo de as pessoas se terem casado. Observa o escritor Sydney J. Harris:
“Mais jovens se casam por razões negativas do que por positivas — e razões negativas não conseguem manter qualquer relacionamento. . . . Mais casais, por exemplo, se casam para fugir de algo do que para entrar em algo. Casam-se para fugir da solidão, do medo, do desespero, de desanimadora vida doméstica, do senso de insegurança. Fogem de algo, em vez de para algo. Muitos tentam escapar de sua própria sensação de isolamento ou alienação.”
Pensa em se casar dentro em breve? Já analisou suas razões para dar esse passo, e está certo de que está preparado para assumir as responsabilidades do casamento e da paternidade?
Antes de decidir casar-se, é sábio conversar a sério sobre os assuntos com seu prospectivo cônjuge, e procurar a orientação de pessoas que tenham tido longa experiência dum casamento feliz. As Escrituras instam a que se meditem nas coisas de antemão, afirmando: “Os planos do diligente seguramente resultam em vantagem, mas todo precipitado seguramente se encaminha para a carência” — Pro. 21:5.

Divórcio Agora Possível em Portugal

Em 27 de maio de 1975, Portugal sancionou nova lei do divórcio. Pela primeira vez, em quase trinta e cinco anos, pessoas casadas pela Igreja Católica Romana podem conseguir o divórcio em Portugal.
Lá em 1940, o governo português e o Vaticano assinaram uma concordata em que o governo assentia em inserir em suas leis uma cláusula que proibia o divórcio de qualquer pessoa casada pela Igreja Católica. O resultado foi o Artigo 1790 do Código Civil, que declarava ser impossível “dissolver, por meio de divórcio, os casamentos católicos celebrados desde 1.° de agosto de 1940”.
Esta lei impedia que as pessoas casadas pela Igreja Católica obtivessem o divórcio, mesmo quando seus cônjuges cometeram adultério ou passaram a viver sexualmente com outros parceiros. Mas, ao invés de manter unidos os casais, o Artigo 1790 fez com que milhares de portugueses casados entrassem em arranjos consensuais com outros que não eram seus cônjuges. É óbvio que os resultados de tais uniões eram indesejáveis. Por um lado, os filhos nascidos de relações consensuais eram tidos como ilegítimos.
A nova lei do divórcio, N.° 261/75, revoga o Artigo 1790 do Código Civil, acima mencionado. Assim sendo, “os casamentos católicos daqui em diante podem ser dissolvidos nos tribunais civis, nos mesmos termos e na mesma base que o casamento civil pode ser dissolvido”.

Muitos decidem divorciar-se — por quê?

NOS anos recentes, espalhou-se por muitos países, com surpreendente rapidez, certa moléstia peculiar. As fontes noticiosas a chamam de “Epidemia de Divórcios”, “Febre Divorcista”, “Febre de Separação”.
Segundo estatísticas para os Estados Unidos, liberadas pelo Centro Nacional de Estatísticas de Saúde, entre 1965 e 1973, os casamentos aumentaram em 26 por cento. Os divórcios, contudo, subiram de 470.000, em 1965, para 913.000, em 1973, um aumento de 90 por cento. No ano de 1974, o número subiu para 970.000 divórcios. Os divórcios nos Estados Unidos, segundo predito, ultrapassariam a casa de um milhão por ano no fim de 1975. Isso e quase um divórcio para cada dois novos casamentos.
Esta “epidemia de divórcios” não se limita de jeito nenhum aos EUA. O Journal de Oregon, EUA, observou, no fim de 1973, que, segundo estatísticas do governo, os divórcios no Egito ultrapassaram os casamentos numa proporção de dois por um durante 1970. As estatísticas oficiais da Rússia, segundo um despacho da “Associated Press”, indicam que “um de cada quatro casais se divorcia, embora se creia que a taxa seja realmente de um em cada três”. As pessoas de muitos outros países, tais como a Itália, Portugal e Suécia, conseguiram leis que tornam mais fácil o divórcio.

terça-feira, 20 de abril de 2010

A causa básica dos fracassos conjugais



QUAL é a causa básica do dilúvio de fracassos matrimoniais nos nossos tempos? Por que se acha em tais dificuldades o próprio casamento?

Poderíamos ilustrar a resposta da seguinte forma: Quando algo anda errado num computador complexo, quem é chamado para consertá-lo? Não é outro computador. Ao invés, chama-se uma mente superior, um técnico perito em computadores, preferivelmente o projetista ou fabricante, alguém que realmente saiba das coisas.

Quem, então, devemos chamar para “consertar” as relações humanas matrimoniais quando entram em colapso? Outros humanos, cujo conhecimento é também limitado? Não. Como se dá com a falha do computador, faria muito mais sentido consultar uma mente superior, alguém que realmente conhecesse o assunto, preferivelmente o projetista ou fabricante.

Quem seria este? O Criador dos humanos e o Originador do casamento, Jeová Deus. Visto que ele projetou a humanidade e o casamento, sabe muito melhor do que ninguém por que ocorrem as falhas e o que é preciso para que os relacionamentos humanos dêem certo.

Fazer o casamento dar certo





VISTO que o arranjo do casamento se originou de nosso Criador, por que tantos fracassam? O que podem fazer as pessoas que realmente querem que seu casamento dê certo?

As causas fundamentais dos fracassos matrimoniais podem ser encontradas em duas áreas. A mais básica é quando um dos parceiros conjugais ignora as leis e os princípios para a felicidade marital que Deus nos forneceu no seu guia inspirado, a Bíblia. — 2 Tim. 3:16, 17.

Alguns, porém, objetarão, dizendo: ‘Ora, a Bíblia já existe nos países “cristãos” há séculos e isto não impediu os fracassos matrimoniais!’

Isto é verdade. Existe, contudo, uma grande diferença entre possuir alguma coisa e em usá-la. Você poderá ter diante de si a mais nutritiva refeição do mundo, mas, se não a comer, nenhum benefício trará ao seu corpo. Similarmente, apenas possuir a Bíblia, lê-la e citá-la não significa que a pessoa esteja vivendo em harmonia com ela. Assim, quando souber de um casamento que falhou tenha certeza de que houve uma falha da parte de um cônjuge ou de ambos em pôr em prática as leis e os princípios de Deus que regem o casamento.

Até mesmo as pessoas que não lêem a Bíblia mas que inintencionalmente seguem um padrão semelhante ao dela são mais bem sucedidas no casamento. Mas, contar com a possibilidade de encontrar acidentalmente a chave para o bom êxito no casamento é como estar a bordo dum navio sem capitão e sem leme e esperar que ele por acaso vá se dirigir ao destino desejado. O que se precisa para se chegar até onde queremos chegar é de um capitão experiente e de um leme no qual se possa confiar. Similarmente, no que concerne às relações humanas Deus é o personagem mais experiente do universo e suas diretrizes são incomparavelmente as mais dignas de confiança.

É necessário este divórcio?




NA MAIORIA dos países o índice de divórcio aumenta vertiginosamente. Segundo o Americana Annual, “quase quatro de cada dez casamentos recentes nos E.U.A. poderão terminar em divórcio, se os índices atuais de divórcio persistirem”. Todo ano, mundialmente, multidões de pessoas decidem que não agüentam mais seu casamento.

Por quê? O que desencadeia essa tragédia? “Cem, mil coisas diferentes”, escreveu Morton Hunt no seu livro The World of the Formerly Married (O Mundo dos Que Antes Eram Casados). Ele incluiu problemas financeiros, a dominação exercida por uma das partes sobre a outra, o adultério, a embriaguez, as diferenças de personalidade, a falta de interesse pela vida no lar, as diferenças culturais, a imaturidade, a influência dos parentes e a incompatibilidade sexual. Naturalmente, a lista é muito mais longa, visto que o assunto é muito complexo.

Ao se manifestarem os defeitos, o amor romântico e a afeição podem acabar. Aumentam a frustração e a decepção. Ao invés de felicidade e harmonia, há desentendimentos e tensão. No lugar da confiança e do amor, aumentam a suspeita e o ressentimento. A situação se torna difícil de suportar.

Amiúde o raciocínio dos que procuram livrar-se de seu casamento insatisfatório é: ‘Tentamos, mas não deu certo. Simplesmente não podemos continuar assim. Portanto, para que prolongar o sofrimento? O divórcio é aceitável hoje em dia, e não é, portanto, melhor do que um casamento infeliz?’

Isso pode ser verdade em alguns casos. Por exemplo, quando um cônjuge fica imoralmente envolvido com outra pessoa, e não sente lástima nem expressa arrependimento, então uma ação legal poderá ser apropriada. — Mateus 19:9.

Entretanto, incontáveis casais divorciados aprenderam pela experiência amarga que o divórcio nem sempre é a solução.

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Como fazer com que o casamento dure

Deus quer que o casamento perdure, não com aflição, mas com satisfação. Ele quer que marido e mulher resolvam seus problemas e apreciem profundamente a companhia um do outro. Sua Palavra fornece orientação para um casamento feliz e duradouro. Queira notar os seguintes textos.

Efésios 4:26: “Não se ponha o sol enquanto estais encolerizados.” Certo homem que é feliz no casamento acredita que esse texto o ajuda a resolver prontamente qualquer desavença com sua mulher. “Se você não consegue dormir depois de uma discussão, alguma coisa está errada. Não deixe o assunto para depois”, diz. Já aconteceu de ele ficar conversando com a mulher até altas horas da noite. Mas sempre acabam se entendendo. Ele acrescenta: “Aplicar os princípios bíblicos faz maravilhas.” Com isso eles são felizes no casamento já por 42 anos.

Colossenses 3:13: “Continuai a suportar-vos uns aos outros e a perdoar-vos uns aos outros liberalmente.” Certo homem explica como ele e a esposa colocam esse conselho em prática: “Os casais podem irritar um ao outro sem necessariamente fazer algo errado, porque todos nós temos falhas e hábitos que incomodam outros. Nós relevamos essas coisas por não permitirmos que elas interfiram em nosso relacionamento.” Sem dúvida isso os ajudou ao longo dos 54 anos que estão casados!

A aplicação de princípios bíblicos como esses fortalece o vínculo que une marido e mulher, contribuindo para um casamento feliz, satisfatório e duradouro.

Mudou o conceito de Deus?




Ao instituir o casamento, Deus não disse que se tratava de uma união temporária. Gênesis 2:21-24 diz que ele uniu o primeiro homem e a primeira mulher. Não se faz ali nenhuma menção de divórcio ou de separação. Ao contrário, o versículo 24 diz: “O homem deixará seu pai e sua mãe, e tem de se apegar à sua esposa, e eles têm de tornar-se uma só carne.” O que significam essas palavras?

Analise o corpo humano. Observe como os diferentes tecidos formam um todo harmonioso, e como os ossos são ligados por juntas bem lubrificadas. Que maravilhosa harmonia e durabilidade! Mas é muito doloroso quando esse organismo ímpar sofre um grave ferimento! Apropriadamente, em Gênesis 2:24, a expressão “uma só carne” salienta a intimidade e a perenidade da união marital. Ela também dá a entender a grande dor que se tem quando essa união é dissolvida.

Embora no decorrer dos milênios os conceitos humanos tenham sofrido grandes mudanças, Deus ainda encara o casamento como um compromisso vitalício. Cerca de 2.400 anos atrás, havia judeus que abandonavam a primeira mulher para se casar com uma mais jovem. Deus condenou essa prática, declarando mediante o profeta Malaquias: “ ‘Vós tereis de guardar-vos quanto ao vosso espírito, e que nenhum de vós aja traiçoeiramente com a esposa da sua mocidade. Pois ele tem odiado o divórcio’, disse Deus, o Deus de Israel.” — Malaquias 2:15, 16.

Mais de quatro séculos depois, Jesus reafirmou o conceito original de Deus ao citar Gênesis 2:24 e ordenar: “O que Deus pôs sob o mesmo jugo, não o separe o homem.” (Mateus 19:5, 6) Anos mais tarde, o apóstolo Paulo disse que ‘a esposa não deve afastar-se do marido’ e que “o marido não deve deixar a sua esposa”. (1 Coríntios 7:10, 11) Esses versículos refletem muito bem o conceito de Deus sobre o casamento.

Faz a Bíblia alguma concessão para terminar o casamento? Sim, o casamento acaba quando um dos cônjuges morre. (1 Coríntios 7:39) O adultério também pode dissolver essa relação, se o cônjuge inocente assim decidir. (Mateus 19:9) Com exceção desses casos, a Bíblia incentiva os casados a permanecerem juntos.

O casamento é para sempre?




A RESPOSTA a essa pergunta parece óbvia. Afinal, no Ocidente, ao fazer os votos, os noivos concordam em apegar-se um ao outro “na alegria e na tristeza, até que a morte os separe”. Os votos de casamento em geral declaram que os noivos estão assumindo um compromisso vitalício. Mas hoje muitos não levam a sério essas promessas solenes. Um número alarmante de casais se separa — alguns com meses e outros com décadas de casados. Por que o respeito pelo casamento está diminuindo? A Bíblia fornece a resposta.

Queira examinar 2 Timóteo 3:1-3 e compare o que se diz ali com o que observa hoje no mundo. Em parte, esses versículos dizem: “Nos últimos dias haverá tempos críticos, difíceis de manejar. Pois os homens serão amantes de si mesmos, amantes do dinheiro, . . . ingratos, desleais, sem afeição natural, não dispostos a acordos . . . sem autodomínio.” A exatidão dessa profecia impressiona. As atitudes ali descritas prejudicam e enfraquecem as relações maritais no mundo todo, como é comprovado pelo alto índice de divórcios.

Torna-se claro que muitos perderam o respeito pelo casamento. Assim, poderíamos perguntar: Será que o casamento deve ser encarado de forma tão séria? O matrimônio é mesmo sagrado, como se costumava dizer? Como os cristãos devem encarar o casamento? Que ajuda a Bíblia fornece aos casados hoje em dia?

Divórcio Mais Fácil




Nos anos recentes, as mudanças na lei tornaram muito mais fácil o divórcio. Em alguns locais, há agora o ‘divórcio a pedido’, não sendo necessário fornecer nenhum motivo, além de o desejo de divorciar-se.

Visto que tais leis de divórcio mais fácil se tornam cada vez mais a regra, muitos adotam a idéia de que ‘sempre podem obter um divórcio, se o casamento não der certo’. Mas essa mesma atitude pode ser prejudicial. Pode fazer com que a pessoa se torne mais descuidada quanto ao modo de escolher um cônjuge. E, quando surgem dificuldades no casamento, talvez haja menos inclinação de empenhar-se em solucioná-las.

Estas, então, são algumas das razões mais comuns para o dilúvio de fracassos matrimoniais nos anos recentes, e, naturalmente, há ainda outras. Para ajudar as pessoas a enfrentá-las, os conselheiros matrimoniais deste mundo oferecem muitos conselhos—alguns bons, outros inadequados, alguns contraditórios, e alguns que são simplesmente péssimos.

Por que existe tal confusão? Porque só poucos de tais conselheiros atinam com a causa básica. Até que se faça isto, e se apliquem os remédios apropriados, a ameaça de fracasso matrimonial subsiste.

Já vimos algumas das razões mais evidentes para o fracasso matrimonial. Mas existe uma causa mais profunda. Qual, então, é a raiz dos problemas matrimoniais? E o que é preciso para se obter a felicidade em tal arranjo?

Problemas Sexuais

A incompatibilidade sexual é outra das razões principais citadas para os rompimentos conjugais. O marido talvez expresse dessatisfação porque sua esposa não está tão interessada quanto ele nas relações sexuais. A esposa se queixa de que o marido é egoísta e não considera as necessidades emocionais dela.

A atitude permissiva hodierna para com o sexo não tem ajudado muito. Há muitos homens, em especial, que acham que se lhes deve permitir a satisfação de todos os seus desejos sexuais, e, quando a esposa não os satisfaz, procuram outras parceiras. A esposa, por sua vez, talvez procure uma relação adúltera com alguém a quem ela considera mais compreensivo. Mas, com o tempo, tais infidelidade extraconjugais envenenam o matrimônio.

Em muitos países, considera-se expressão da masculinidade que o homem tenha ‘casos’ com outras, até mesmo gerando filhos ilegítimos. Os homens talvez gastem grande parte do dinheiro da família com tais ‘casos’, tornando menor o total disponível para a esposa e os filhos legítimos. As esposas, em geral, ficam iradas com isto.

Alcoolismo

O alcoolismo é um dos principais destruidores de lares. Dezenas de milhões de pessoas, através do mundo, são alcoólicos. Dezenas de milhões de outras estão bem perto do etilismo.

O beber poderá ser causado por um desejo de ‘divertir-se’, ou de ‘sentir-se bem’. Mas poderá também resultar de outras dificuldades que a pessoa tenha de enfrentar, as quais tente reduzir ou delas fugir por beber. Mas, beber demais certamente agravará quaisquer problemas que já existam inicialmente.

O cônjuge que não bebe demais é, usualmente, relegado pelo que bebe. Grande porcentagem de divórcios alista o alcoolismo por parte de um dos cônjuges como a causa principal.

Triste é que os filhos de pais alcoólicos mais tarde apresentam, eles próprios, maior grau de problemas com a bebida. Este “treinamento” ou “condicionamento” doméstico inicial é transferido para o casamento, onde sofrem muitos dos problemas que seus pais tiveram, devido a beberem demais.

Falta de Comunicação




Esta razão comum centraliza-se na falta de disposição dos cônjuges de conversar sobre as coisas, entre si, num modo calmo e aberto. Produz mortífero efeito sobre muitos aspectos do casamento.

Usualmente, é a esposa que acha que o marido não se interessa no que ela pensa, afirma ou faz. Ela talvez se queixe de que o marido não escuta quando ela fala. Assim, ela se sente isolada, desamada, sem um companheiro (que o marido deveria ser). Destarte, o casal se separa.

No entanto, em muitos casos, a falta de comunicação não é a causa dos problemas. É o resultado. Outra coisa deve ter ido mal, e uma manifestação disso é que o casal passa a manter boas palestras cada vez menos.

Pressões de Emprego e de Dinheiro

Quando um marido se torna envolvido demais em seu trabalho e com as pessoas em seu trabalho, ele negligencia a esposa. A esposa começa a ressentir-se disto, e talvez se sinta restrita por ter de cuidar da casa e dos filhos.

Por outro lado, algumas esposas, que trabalham fora, para tornar sua vida ‘mais interessante’, e não devido à necessidade econômica, podem gerar ressentimento em seus maridos. O homem talvez ache que sua esposa está negligenciando os interesses dele, o lar, e a criação dos filhos.

Nestes dias de elevados preços, muitas esposas trabalham fora para ajudar a sustentar a família. Surgem problemas, em tais circunstâncias, quando o marido espera que sua esposa faça, assim mesmo, todas as tarefas domésticas. Ela acha que isto é injusto, o que é mesmo, e seu relacionamento se torna tenso.

Às vezes surgem dificuldades quando o marido não consegue encontrar um emprego apropriado para prover bom sustento para a família. Nesta situação, talvez comece a sentir perda do respeito próprio, e talvez até comece a beber em excesso. Isto agrava ainda mais uma situação já ruim, a esposa tornando-se ainda mais frustrada.

Os problemas financeiros, uma das principais causas das dificuldades maritais, com freqüência surgem porque as pessoas não querem reduzir sua ânsia por coisas materiais desnecessárias. Seus desejos excedem em muito suas necessidades, e compram mais do que precisam.

Isto amiúde tem ocorrido com muitos casais jovens que desejam os bens que vêem anunciados ou que observam as pessoas mais velhas usufruírem. Esquecem-se de que tais pessoas mais velhas tiveram de trabalhar muitos anos para obtê-los. Assim, o casal jovem mergulha fundo em dívidas, gastando mais do que ganha. Ambos talvez tenham de trabalhar para manter seu estilo de vida, e, não raro, mesmo isso não lhes dá suficientes rendimentos. Também, nessa mesma época, talvez a esposa tenha um filho, e não possa mais trabalhar fora. Assim, não há dinheiro suficiente para pagar as contas. Surgem a amargura e acusações mútuas.

Formação

Como uma pessoa é criada amiúde influencia o rumo que o casamento dele ou dela tomará. Uma atmosfera ruim no lar pode ameaçar um futuro casamento. Muitos que até mesmo tinham desprezado as más ações dos seus pais amiúde verificam que imitam o mau comportamento deles, mais tarde. Neste respeito, certa esposa afirmou:

“Mamãe costumava criticar o papai e lançar coisas sobre ele quando ficava irada. Embora eu me odeie por causa disso, tenho tendência de amolar meu marido e lançar coisas sobre ele quando fico transtornada. É como se mamãe ‘me ensinasse’ a viver desse jeito com meu marido. Gostaria que me tivessem ensinado a solucionar problemas com um marido, e não a criá-los.”

Outro aspecto da formação de um casal tem que ver com seus interesses serem muito diferentes. De início, tais diferenças podem parecer interessantes. Mais tarde no casamento, porém, quando a novidade destas diferenças já passou, podem tornar-se pontos de fricção. Quanto mais diferenças houver nos gostos e aversões, tais como os gostos quanto à comida e à roupa, ou atitudes quanto ao trabalho, ao dinheiro, à política, à religião e a outras coisas, tanto maior a probabilidade de discutirem sobre elas após o casamento.

Os opostos talvez se atraiam, de início, mas eles podem repelir-se, mais tarde. Tem-se verificado que, quanto mais coisas as pessoas tiverem em comum, já de início, tanto menores serão as áreas de conflito mais tarde, no casamento.

EXPECTATIVAS IRREAIS

Expectativas Irreais

Muitas pessoas têm idéias irrealísticas sobre o amor, o sexo e o casamento. Estas podem provir da televisão, de filmes, livros, revistas, amigos, ou das próprias fantasias da pessoa. Quando tais idéias não se consumam no casamento, o indivíduo culpa o cônjuge, ou o arranjo marital, ao invés de suas falsas expectativas.

No caso de alguns, o desejo de casar-se sobrepuja a necessidade de encontrar um cônjuge verdadeiramente apropriado. Acham que, embora a pessoa com que se casam talvez não seja tão apropriada, ‘as coisas irão dar certo, de algum jeito’. Acham que qualquer casamento é melhor do que nenhum. Ou imaginam que mudarão a outra pessoa, depois de se casarem.

Mas as estonteantes estatísticas de divórcio mostram que tais expectativas amiúde são irreais. Muitas vezes, isso não ‘dá certo, de algum jeito’. As mudanças esperadas não ocorrem. O casal verifica que ‘simplesmente qualquer casamento’ não é melhor do que nenhum. Seu desejo posterior de divorciar-se mostra que consideram o casamento ruim como sendo pior do que nenhum casamento.

Casar-se Jovem Demais




Uma fruta colhida cedo demais, antes de amadurecer, pode ter gosto amargo. Similarmente, os que se casam jovens demais amiúde colhem uma safra amarga. O mais elevado índice de fracassos conjugais se encontra entre os casais muito jovens, especialmente os adolescentes. Quanto mais jovem for o casal, maior será o risco.

A revista Women’s Weekly, da Austrália, expressou-se sem rodeios: “Casar-se aos 18 anos é tolice. Você é tão jovem! Não viveu ainda o suficiente. Não sabe ainda quem é e faz decisões imaturas. Pequenas coisas, que são importantes então, não são mais importantes depois.” Sim, é preciso tempo para chegar a conhecer a si mesmo, e também para chegar a conhecer um cônjuge prospectivo.

Grande parte do “amor” juvenil não é amor verdadeiro, de jeito nenhum, mas fascinação, atração física. Mas isso não basta no casamento. Pode-se deduzir isto também no caso em que se dão rédeas soltas à paixão, antes do casamento, e a jovem fica grávida. O par se casa, apenas para divorciar-se dentro em breve.

Na França, “85% dos casais que se divorciam antes de dois anos de casados já esperavam seu primeiro filho antes de se casarem”, afirma o livro Le Divorce a la Carte (Divórcio à la Carte). Nem a atração sexual nem o bebê foram suficientes para mantê-los casados.

Por que se rompem os vínculos matrimoniais




OS CONSELHEIROS matrimoniais deste mundo indicam muitas razões para o colapso dos vínculos matrimoniais em nossos tempos. Todavia, poucos de tais conselheiros levam em conta a causa mais fundamental.

Sem considerar a causa básica, o conselho deles, ao passo que talvez seja útil, amiúde não basta. Com efeito, tais conselhos podem até mesmo ser contraditórios, visto que há tanta variedade de opiniões.

A situação pode ser assemelhada à da pessoa que toma aspirina para sua dor de dentes. Poderá ajudar a aliviar a dor, mas não atinge a raiz do problema. Quando se determina a causa básica, e ela é devidamente tratada, pode-se eliminar então a dor.

Assim, também, há mister de se chegar à causa básica dos problemas conjugais. Daí, os problemas podem ser solucionados, sem se ter de eliminar o arranjo em si. Não é preciso, por assim dizer, ‘matar o doente para curá-lo da doença’.

Mas antes de analisarmos a causa básica, quais são, em resumo, alguns dos motivos mais evidentes dos fracassos matrimoniais da atualidade?

domingo, 18 de abril de 2010

Conceito incorreto sobre os sexos

Dan Bajorek, que dirige um grupo de aconselhamento no Canadá, diz que os homens que cometem abusos têm um conceito errado sobre as mulheres: “Qualquer que seja sua cultura, eles foram criados para crer que os homens são mais importantes.” Hamish Sinclair, que lidera um programa de tratamento para homens que cometem abusos, diz que os homens são educados para crer que são superiores às mulheres e que é seu direito “puni-las, discipliná-las ou intimidá-las”.

Em muitos países crê-se que o homem tem o direito de tratar a esposa como mero objeto, apenas uma propriedade a mais. Seu controle e domínio sobre ela é tido como grau de masculinidade e honra. As esposas muitas vezes são horrivelmente espancadas e sofrem outros abusos, e os sistemas jurídicos pouco fazem a respeito pois esta é a regra nesses países. O homem é superior, a mulher é inferior; ela tem de ser-lhe inteiramente obediente não importa a que ponto ele seja desprezível, violento, pervertido ou egoísta.

O repórter Morley Safer, da rede de televisão CBS, falou sobre certo país da América do Sul: “Em nenhum lugar da América Latina o culto ao machismo é mais evidente . . . Permeia toda a sociedade, inclusive a sala de audiência no tribunal, onde o homem, ao defender sua honra, consegue ficar impune, especialmente se a vítima é sua mulher.” Assegurou que “nenhum lugar na Terra degrada as mulheres” como esse país. Mas a dominação masculina e a degradação das mulheres são generalizadas. Não se limitam a determinado país, não importa quanto sejam graves ali.

Minna Schulman, diretora dum órgão especializado em violência doméstica e aplicação da lei, em Nova Iorque, diz que a violência é um instrumento usado pelos homens para manter controle e demonstrar poder e autoridade sobre a mulher. E acrescentou: “Consideramos a violência doméstica como abuso do poder e do controle.”

Alguns homens que espancam a esposa têm pouco amor-próprio, a mesma característica que provocam nas vítimas. Conseguindo isso, seu ego fica satisfeito, e sentem certa medida de superioridade e controle sobre outro ser humano. Acham que provam assim sua masculinidade. Mas provam mesmo? Visto que praticam sua violência contra mulheres fisicamente mais fracas, será que isso prova que são mesmo homens de força, ou prova que são é insensatos? É realmente varonil um homem mais forte espancar uma mulher mais fraca e indefesa? O homem de forte caráter moral mostra consideração e compaixão pelos mais fracos e indefesos, não se aproveita deles.

Outra demonstração do modo insensato de pensar do espancador é que ele muitas vezes culpa a esposa de provocar as surras. Talvez sugira, ou até lhe diga, coisas como: ‘Você não fez isso direito. É por isso que estou batendo em você.’ Ou: ‘O jantar atrasou, e por isso está só recebendo o que merece.’ Para ele, a culpa é dela. Mas nenhuma falta do cônjuge justifica o espancamento.

Qual é o papel do estresse?

Gravidez, desemprego, morte do pai ou da mãe, mudança de residência, doença e problemas financeiros causam estresse, como outras coisas o causam. A maioria das pessoas lida com o estresse sem recorrer à violência. Para alguns, porém, o estresse pode ser um prelúdio da violência, sobretudo quando conjugado com outros fatores. Por exemplo, cuidar do pai ou da mãe em idade avançada — em especial quando o caso é de doença — muitas vezes gera abusos quando quem cuida fica sobrecarregado com outras responsabilidades familiares.

Criar filhos produz estresse. Por isso, a probabilidade de haver abuso de crianças talvez aumente com o tamanho da família. Os filhos podem provocar um aumento no abuso de cônjuges também, porque “conflitos com respeito a filhos são o que mais provavelmente leva o casal a brigar”, diz o livro Behind Closed Doors (A Portas Fechadas).

Qual é o papel da formação familiar?

Vários pesquisadores disseram sobre suas descobertas: “Quanto mais violento é o casal entrevistado, mais violentos são os filhos entre si e com os pais.”

Pura e simplesmente testemunhar a violência na família exerce forte efeito sobre o jovem. “Para a criança, ver a mãe ser espancada equivale a ela mesma ser espancada”, diz o terapeuta John Bradshaw. Um jovem chamado Ed detestava ver seu pai bater em sua mãe. No entanto, embora talvez não se tenha dado conta disso, ele estava sendo condicionado a crer que os homens têm de controlar as mulheres e que, para tanto, precisam amedrontá-las, machucá-las e rebaixá-las. Quando se tornou adulto, Ed usou essas táticas abusivas e violentas contra sua esposa.

Alguns pais cautelosamente proíbem que os filhos vejam violência na televisão, o que é muito bom. Mas os pais devem ter ainda mais cuidado no que diz respeito a controlar seu próprio comportamento como exemplos para seus impressionáveis filhos.

O que causa a violência doméstica?

“Em vez de ser um refúgio das pressões, tensões e irracionalidade da sociedade exterior, a família muitas vezes parece transmitir ou até ampliar essas tensões.” — O Ambiente Íntimo — Uma Análise do Casamento e da Família (em inglês)

PESQUISAS sobre a violência na família são um empreendimento relativamente novo. Só em décadas recentes se realizaram amplos estudos. Os resultados dessas investigações podem nem sempre ser coerentes, mas alguns fatores básicos que contribuem para a violência no lar foram descobertos. Consideremos alguns.

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Altruísmo em Questões de Saúde



Os maridos e as esposas também têm uma obrigação mútua na questão da saúde. O marido devotado e consciencioso bem que poderia matar-se de trabalho se tiver uma esposa ambiciosa ou até mesmo impensadamente egoísta. É melhor que ela se contente com menos coisas materiais e um marido saudável do que ter uma abundância para gozar como viúva.
A preocupação pela saúde de sua família deve também fazer que a esposa se interesse em ver que sua família tenha uma dieta equilibrada, suficientes vitaminas, sais minerais, e assim por diante. O que acontece quando a esposa age à altura neste particular é ilustrado pela seguinte experiência da vida real. O médico recomendou que o marido comesse bastante flocos de aveia, mas o marido simplesmente não gostava de mingau de aveia. Assim, o que fez a esposa dele? Desistiu, dizendo: “Que adianta!”? Não, mas usou o engenho feminino. Preparou biscoitos de aveia com passas, e coisas semelhantes, que ele apreciava muito. Quando fazia bife a milanesa, usava flocos de aveia ao invés de farinha de rosca, e quando fazia o molho para os legumes, usava flocos de aveia ao invés de farinha de trigo. Esta foi apenas uma das formas de ela cuidar altruistamente da saúde do marido. Com que resultado? O marido dela, embora tendo mais de sessenta anos, ainda goza de excelente saúde.
Por esta experiência também se vê que o altruísmo tem de ser prático. A maioria das boas cozinheiras gostam de alimentar seus maridos com alimentos ricos em abundância, mas, será isto sempre sábio? Afirma certo médico: “Todo homem cuja esposa se considera boa cozinheira corre perigo mortal. Estas boas cozinheiras igualam a saúde com a obesidade. A seus olhos, se não estiver gordo, não é saudável. . . . No início do casamento, a maioria dos homens precisa aprender a resistir o desejo louco de toda mulher de engordar o marido.”
Outra área de interesse altruísta na questão da saúde é o sono. Às vezes, a esposa ou o marido talvez se queixe de não conseguir dormir bem à noite. Não raro o outro cônjuge dorme bem. Mas, não devia a falha de um em dormir bem deixar o outro genuinamente preocupado? Ambos precisam estar alertas ao problema e trabalharem para resolvê-lo. Recentemente, Despertai! trouxe um artigo que oferecia sugestões para os que confrontavam este problema. Certo casal verificou que dar um ao outro uma massagem da cabeça aos pés ajudava a resolver o problema para o afligido com insônia. Ambos se empenharam na solução do problema!
Mas, às vezes, o remédio talvez não seja tão simples. Se o sofredor é uma esposa sem filhos, a causa talvez seja psicossomática. Os casais que, voluntariamente ou devido a uma circunstância além de seu controle, não têm filhos, precisam uma compensação disto. Usualmente o marido tem poucas dificuldades, visto que o instinto paternal não é especialmente forte. Mas, a esposa talvez bem que necessite de mais afeição, solicitude, atenção e mais da presença do marido, se há de viver bem, apesar de lhe serem negados os frutos de seus instintos maternais. As palavras do apóstolo Pedro são apropriadas aqui: “Vós, maridos, continuai a morar com [vossas esposas] da mesma maneira, segundo o conhecimento, atribuindo-lhes honra como a um vaso mais fraco, o feminino, visto que sois também herdeiros com elas do favor imerecido da vida, a fim de que as vossas orações não sejam impedidas. Finalmente, sede todos da mesma mentalidade, compartilhando os sentimentos, exercendo amor fraternal, ternamente afetuosos, humildes na mente.” — 1 Ped. 3:7, 8.

Altruísmo É Uma Necessidade



Se se pode dizer que a honestidade é o alicerce para o casamento bem sucedido, pode-se dizer que o altruísmo é o próprio edifício, a superestrutura. As vidas dos cônjuges estão demasiado entremeadas ou ligadas intimamente um ao outro para que o egoísmo tenha êxito — exceto temporariamente. Magoun expõe esta tolice: “A idéia de que é possível obter-se cada vez mais para si mesmo simplesmente por tirá-lo de outrem tem sido uma forma de estupidez psicológica e de doença emocional da raça humana desde os dias de Caim e Abel.”
O egoísmo tende a ser autoderrotista porque vai de encontro aos princípios de Deus. Mas, o altruísmo tende a ser recompensador, assim como mostra a Palavra de Deus: “Praticai o dar, e dar-vos-ão. Derramarão em vosso regaço uma medida excelente, recalcada, sacudida e trasbordante. Pois, com a medida com que medis, medirão a vós em troca.” Não podemos fugir disso. Uma coisa gera outra parecida. A generosidade gera a generosidade. “Far-se-á que a própria alma generosa engorde, e aquele que rega liberalmente os outros também será regado liberalmente.” Quanto bom conselho neste sentido se acha na Palavra de Deus! E tudo isso se aplica com força peculiar àqueles que se acham na relação matrimonial, por causa da intimidade que a acompanha. — Luc. 6:38; Pro. 11:25.
Assim, o apóstolo Paulo destaca o mesmo ponto em seu conselho aos maridos: “Maridos, continuai a amar as vossas esposas, assim como também o Cristo amou a congregação e se entregou por ela . . . os maridos devem estar amando as suas esposas, como aos seus próprios corpos. Quem ama a sua esposa, ama a si próprio, pois nenhum homem jamais odiou a sua própria carne; mas ele a alimenta e acalenta.” — Efé. 5:25-29.
Inerente em todo este conselho é que, para que o casamento tenha êxito, mais do que a justiça é exigida. Não pode ser governado por um arranjo de meio a meio. Cada um tem de dispor-se a ir mais do que meio caminho sempre que a situação o exija, assim como o inspirado apóstolo aconselha quando sugere que os maridos devem dispor-se a dar sua vida pelas esposas, seguindo o exemplo de Jesus. Isso significa ir todo o caminho!
E o que dizer das esposas? Mostram seu altruísmo por darem ouvidos ao conselho do apóstolo Pedro: ‘Esposas, estai sujeitas aos vossos próprios maridos; sede castas em vossa conduta, junto com profundo respeito; que vosso adorno seja o de o coração revestido de uma disposição branda e quieta.’ — 1 Ped. 3:1-6.
Com discernimento, o autor Klemer comenta: “Os casamentos bem sucedidos são aqueles em que as necessidades pessoais de cada cônjuge continuam a ficar subordinadas às necessidades pessoais do outro. . . . O verdadeiro estímulo no casamento se deriva de sua própria expectativa alegre do prazer que seu cônjuge obterá do que tem a lhe dar — sexual, emocional, espiritualmente. Ao por de lado suas próprias necessidades para satisfazer as do outro, há satisfação e há amor.” Pode-se dizer que tudo isto sublinha as palavras de Jesus Cristo: “Há mais felicidade em dar do que há em receber.” Tais palavras se aplicam não só no nível congregacional, mas também na família. — Atos 20:35.