segunda-feira, 8 de março de 2010

APREÇO PELAS MULHERES E SEU TRABALHO

TRÊS mil anos atrás, um homem chamado Lemuel fez uma descrição brilhante de uma esposa capaz. Está registrada na Bíblia, em Provérbios, capítulo 31. Essa mulher, cujos méritos ele exaltou, certamente era diligente. Ela cuidava da família, negociava no mercado, comprava e vendia terras, fazia roupas para os seus e trabalhava nos campos.
Essa esposa teve o devido reconhecimento. ‘Seus filhos a respeitavam e falavam bem dela, e seu marido a elogiava.’ Uma esposa assim é um tesouro. A Bíblia diz: “Ela vale mais do que pedras preciosas!” — Provérbios 31:10-28, A Bíblia na Linguagem de Hoje.
Desde os dias de Lemuel o trabalho das mulheres tornou-se, no mínimo, mais complicado. Seu papel no século 20 muitas vezes exige serem esposas, mães, enfermeiras, educadoras, arrimos de família e lavradoras — tudo ao mesmo tempo. Um incontável número de mulheres faz um sacrifício heróico apenas para garantir que seus filhos tenham o suficiente para comer. Será que essas mulheres também não merecem apreço e louvor?
Mulheres como arrimos de família
Nunca antes foi tão grande o número de mulheres que precisam trabalhar fora para ajudar a sustentar a família, ou que a sustentam sozinhas. O livro Women and the World Economic Crisis (As Mulheres e a Crise Econômica Mundial) cita um relatório que dizia: “O serviço das mulheres não é apenas doméstico. Relativamente poucas mulheres em qualquer parte do mundo podem dizer que são ‘apenas donas-de-casa’.” E o trabalho das mulheres raramente é glamouroso. Ainda que certas revistas ou novelas de TV as representem como executivas em escritórios luxuosos, a realidade em geral é bem diferente. A vasta maioria das mulheres no mundo trabalha longas horas em troca de parcos benefícios materiais.
Centenas de milhões de mulheres trabalham na roça, cuidando de pequenas propriedades da família, ou criando animais. Esse trabalho — em geral mal pago ou não-pago — alimenta metade do mundo. “Na África, 70% dos alimentos são produzidos por mulheres, na Ásia 50-60% e na América Latina 30%”, diz o livro Women and the Environment (As Mulheres e o Meio Ambiente).
E as mulheres que têm emprego remunerado em geral ganham menos que os homens, só por serem mulheres. Essa discriminação é uma pílula especialmente amarga de engolir para uma mãe que sustenta sozinha a família, um papel cada vez mais comum. Segundo um relatório das Nações Unidas, 30 a 50 por cento das famílias na África, no Caribe e na América Latina têm como provedor principal uma mulher. E mesmo nos países mais desenvolvidos, cada vez mais mulheres se vêem obrigadas a tornar-se a provedora principal.
A pobreza rural em grande parte do mundo em desenvolvimento está acelerando essa tendência. O marido que luta com dificuldades para sustentar a família talvez decida mudar-se para uma cidade vizinha, ou mesmo para outro país, para arranjar um emprego. Ele deixa a esposa em casa, para cuidar da família. Se tiver a sorte de encontrar um emprego, ele envia algum dinheiro para casa. Mas, apesar de suas boas intenções, isso muitas vezes não continua. A família que ele deixou para trás talvez afunde ainda mais na miséria e o bem-estar dela agora depende da mãe.
Esse círculo vicioso, apropriadamente chamado de “feminização da pobreza”, lança uma carga enorme sobre milhões de mulheres. “Famílias chefiadas por mulheres (calculadamente um terço do total de famílias no mundo) têm probabilidade muito maior de serem pobres do que as chefiadas por homens, e o número dessas famílias está aumentando”, explica o livro Women and Health (As Mulheres e a Saúde). Mas, difícil como seja, alimentar a família não é o único desafio das mulheres.
Mães e instrutoras
A mãe precisa também cuidar do bem-estar emocional dos filhos. Seu papel é vital em ajudar a criança a aprender o amor e o afeto — lições que podem ser tão importantes como suprir as necessidades materiais. Para tornar-se um adulto equilibrado, a criança precisa de um ambiente caloroso e seguro enquanto cresce. Mais uma vez, o papel da mãe é crucial.
No livro The Developing Child (A Criança em Desenvolvimento), Helen Bee escreve: “Pais afetuosos importam-se com a criança, demonstram ternura, freqüentemente ou regularmente dão prioridade às necessidades da criança, entusiasmam-se com as atividades dela e reagem com sensibilidade e empatia aos seus sentimentos.” Filhos que receberam esse afeto de uma mãe extremosa certamente devem mostrar-lhe apreço.


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