quarta-feira, 14 de abril de 2010
Exploração sexual de menores: um problema mundial
DO CORRESPONDENTE DE DESPERTAI! NA SUÉCIA
A sociedade humana está sendo sacudida por uma forma chocante de abuso de menores, cujo alcance e natureza não eram conhecidos amplamente até anos recentes. Para avaliar o que se pode fazer a respeito, representantes de 130 nações reuniram-se em Estocolmo, Suécia, no primeiro Congresso Mundial Contra a Exploração Sexual Comercial de Menores. Um correspondente de Despertai! da Suécia também esteve lá.
QUANDO Magdalen tinha 14 anos, foi seduzida pela oferta de um emprego de “anfitriã” numa cervejaria de Manila, nas Filipinas. Na verdade, seu serviço era levar os fregueses a um quartinho, tirar a roupa e deixar que eles a explorassem sexualmente — em média 15 homens por noite, e 30 aos sábados. Às vezes, quando ela dizia que não conseguiria mais agüentar a situação, o gerente a forçava a continuar. Em geral, ela terminava o dia às quatro da manhã, sentindo-se exausta, deprimida e extremamente infeliz.
Sareoun era órfão e menino de rua em Phnom Penh, Camboja. Tinha sífilis e era conhecido por sair com estrangeiros. Deram-lhe um quartinho para morar, num pagode, onde um ex-monge deveria ‘cuidar’ dele. O homem, um proxeneta, abusava sexualmente do menino e arranjava-lhe encontros com estrangeiros. Depois que o quarto de Sareoun foi demolido, ele foi morar com a tia, mas ainda era forçado a se prostituir nas ruas.
Estes são apenas dois exemplos do horrível problema abordado no fim de agosto do ano passado pelo Congresso Mundial Contra a Exploração Sexual Comercial de Menores. Qual é a extensão dessa prática? Atinge centenas de milhares de crianças, há quem diga milhões. Uma delegada resumiu o problema: “Compram-se e vendem-se crianças como mercadorias sexuais lucrativas. Elas são traficadas dentro de seus países e de um país para outro como contrabando; aprisionadas em bordéis e forçadas a se submeter a inúmeros exploradores sexuais.”
Na abertura do congresso, o primeiro-ministro sueco, Göran Persson, qualificou essa exploração de “a mais brutal, a mais selvagem e revoltante categoria de crime”. Uma representante das Nações Unidas disse que “é um ataque às crianças em todas as frentes . . ., é totalmente vil e é a mais baixa violação dos direitos humanos imaginável”. Muitas expressões semelhantes de revolta com a exploração sexual de menores foram exprimidas na tribuna durante todo o congresso, conforme iam sendo considerados seu alcance, natureza, causas e efeitos.
“Seu alcance é transnacional, seu impacto atravessa gerações”, afirmou certa fonte. Outra declarou: “Acredita-se que um milhão de menores entrem no mercado multibilionário, ilegal, do sexo, a cada ano.” Quais os efeitos disso? “Minam-se o senso de dignidade, a identidade e a auto-estima das crianças e sua capacidade de confiar fica entorpecida. Sua saúde física e emocional é colocada em risco, seus direitos são violados e seu futuro comprometido.”
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