O divórcio, na maioria dos casos, não é uma porta para a felicidade. “O divórcio é ilusório”, diz a pesquisadora de saúde mental Judith Wallerstein, depois duma pesquisa de 15 anos com 60 casais divorciados. “Juridicamente, é um único acontecimento, mas, psicologicamente, é uma série — às vezes uma infindável série — de acontecimentos, mudanças de residência e relacionamentos que mudam radicalmente, coisas que sucedem ao longo do tempo.” Seus estudos mostram que um quarto das mulheres e um quinto dos homens ainda não haviam conseguido pôr sua vida nos eixos uma década após o divórcio.
Especialmente vulneráveis são os filhos do divórcio. Na mesma pesquisa, Wallerstein constatou que o divórcio teve “efeitos intensos e totalmente imprevisíveis” sobre praticamente todas as crianças envolvidas. Algumas crianças que negam quaisquer sentimentos negativos decorrentes do divórcio dos pais talvez subitamente se dêem conta do surgimento dessas emoções mais tarde na vida ao procurarem um cônjuge.
Isso não quer dizer que nenhuma vítima do divórcio jamais encontrará a felicidade, visto que algumas a encontram. Para estas, surge uma personalidade remodelada, em geral das cinzas da velha personalidade. Por exemplo, uma vez superado o choque do divórcio, bem como o pesar e as dúvidas quanto ao valor próprio que acompanham o episódio, o cônjuge inocente talvez ressurja dessa provação como pessoa mais forte, mais viva e mais completa.
Uma mulher cujo marido a deixou por outra explica que, depois de a mágoa e a ira começarem a amainar, “a pessoa percebe que está diferente por dentro. Os sentimentos mudaram. Não dá para ser a pessoa de antes”. Ela aconselha: “Tire tempo para conhecer-se como indivíduo novamente. No casamento, os cônjuges geralmente suprimem seus gostos e desejos por consideração à outra pessoa, mas, depois do divórcio, é preciso tirar tempo para descobrir quais são seus gostos e aversões agora. Enterrar os sentimentos é enterrá-los vivos. Um dia eles voltarão, e você terá de encará-los. Por isso convém encarar seus sentimentos e analisá-los.”
Devido à conscientização cada vez maior dos problemas que o divórcio causa, ele vem se tornando uma opção menos atraente. A revista Time diz que uma crescente minoria de conselheiros dá agora o seguinte incentivo a casais com problemas: “Fiquem juntos.” David Elkind, da Universidade de Tufts, escreveu: “Passar por um divórcio é um pouco parecido com quebrar a perna num passeio com esquis: não importa quantas outras pessoas na estação de esqui quebrem a perna, sua perna quebrada não dói nem um pouco menos.”
O divórcio não é uma saída fácil de problemas conjugais. Então, qual é a melhor maneira de resolver diferenças conjugais?
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