Devido ao conceito, em voga entre muitos desta geração, de que se o casamento não der certo ele poderá ser terminado com o divórcio, muitos jovens se casam com esse conceito leviano sobre o casamento. Isto pode resultar, e resulta mesmo, em muitos rompimentos de casamento entre adolescentes. Também resulta em virem ao mundo muitos filhos indesejados. Estas crianças muitas vezes crescem sem nunca saberem o que é ter uma mãe e um pai que os amem profundamente e que se interessem por elas.
Com que idade pode a pessoa começar a pensar em se casar? Não seria sábio estabelecer regras neste assunto. Contudo, as Escrituras dão bom conselho quanto ao que significa maturidade mental e espiritual — o tipo de maturidade necessário para os que ingressam na vida de casado. Queira ler Gálatas 5:22, 23, onde encontrará alistados os frutos do espírito. Examine cuidadosamente cada um dos frutos ali mencionados. Essas são as qualidades que se precisa cultivar na vida. Não é depois do casamento que a pessoa deve começar a mostrar essas qualidades, mas sim muito antes, na sua vida cotidiana como cristão.
Por exemplo, é você alguém satisfeito com a vida, feliz de estar vivo, de servir os interesses do Reino de Cristo? Dá-se bem com os outros, promovendo relações pacíficas com eles? Ou é você uma pessoa briguenta, dada a acessos de ira e linguagem injuriosa? É longânime, capaz de tolerar as fraquezas de seus irmãos ou de seus pais? Ou é irascível e fica facilmente irritado quando outros não correspondem logo ao que você quer? Você se considera bondoso nos tratos com outros, é brando e faz o bem para com eles? Ou é egocêntrico, egoísta, falho em autodomínio, dado a irar-se imediatamente diante da mínima provocação? Tem genuíno amor aos outros, quer ajudá-los, faz um esforço especial, dá de si mesmo e de seus recursos para tornar os outros felizes? Ou quer que os outros lhe mostrem amor, que sempre dêem de seus recursos a você?
É correto dizer-se que nenhum de nós têm essas qualidades de modo perfeito. Contudo, o homem ou a mulher já moldado(a) por um certo número de anos de vida, e que teve oportunidade de cultivar tais qualidades espirituais, está em boas condições de ter um casamento bem-sucedido — em condições muito melhores do que quem só começa a tentar aprimorar esses frutos do espírito após os votos de casamento. — Veja 2 Pedro 1:5-8.
Por que não examina honestamente a si mesmo, seus gostos e desgostos? Percebe que seu apreço pela vida tem aumentado com o passar do tempo? Tinha você aos 13 anos os mesmos valores que aos 5, ou os mesmos valores aos 20 que aos 13? O seu entendimento da vida e apreço por ela tem aumentado ou diminuído à medida que ganha maior experiência com o passar dos anos? Agora como adulto, será que você procura nas pessoas as mesmas qualidades que procurava quando criança? Não se dá muitas vezes que o “único” rapaz na vida duma moça, quando ela tem uns 16 ou 17 anos, há muito fica esquecido à medida que ela se torna plenamente adulta e atribui um valor maior às qualidades e à personalidade piedosas de um homem? O conceito dela aos 22 ou 23 anos provavelmente se centrará mais nos aspectos espirituais, mentais e emocionais de um homem, do que nos seus traços físicos. Pode-se dizer o mesmo do rapaz à medida que vai-se tornando adulto. Ao passo que amadurece, as suas esperanças e aspirações, no que tange a uma esposa, se aperfeiçoam. Quando for mais velho, à medida que mudarem seus valores, o que ele procurará num cônjuge é uma pessoa compreensiva e bondosa, apta para ser dona-de-casa e mãe, e que tenha no coração um desejo profundo de agradar em primeiro lugar ao seu Criador, Deus, e fazer a Sua vontade. — Provérbios 31:10, 26, 27.
O ponto em questão é que a passagem do tempo muda o conceito da pessoa sobre os valores. Portanto, casar-se com pouca idade é algo repleto de muitos perigos. Talvez não seja possível persuadir duas pessoas bem jovens a esperar algum tempo antes de se casarem. Mas os pais, especialmente na infância de seus filhos, podem incentivá-los a pensar seriamente sobre a vida, sobre estar espiritual, emocional e mentalmente preparado para o casamento, antes de entrar num contrato vitalício com outro indivíduo, para o que der e vier.
Isto não quer dizer que casar-se quando se é mais velho resolve tudo. Mesmo assim pode haver problemas, especialmente se for permitido que a atitude egoísta se infiltre e erga uma barreira entre duas pessoas. Deve-se levar em conta as necessidades mentais, emocionais e espirituais de cada um, no vínculo marital. Alguns cristãos envolvem-se profundamente no serviço secular, em detrimento de atividades congregacionais, inclusive o comparecer às reuniões e a participação na obra de pregar e de fazer discípulos. Daí, dedicando-se a muita recreação eles tentam suprir o que julgam ser uma lacuna na vida. Aparentemente eles pensam que enquanto estiverem ocupados seus problemas serão de algum modo temporariamente resolvidos e que, na Nova Ordem de coisas, aí sim eles vão cuidar das necessidades emocionais, mentais e espirituais um do outro. Mas não é assim que a vida funciona. O conselho de Paulo foi que o homem deve ter para com a esposa o mesmo desvelo que tem para com o seu próprio corpo. (Efésios 5:28) Isto significa dar atenção agora às necessidades do cônjuge, assim como ele diariamente dá atenção a suas próprias necessidades. O mesmo se pode dizer quanto à mulher.
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