segunda-feira, 8 de março de 2010

O "MACHISMO" AINDA EXISTE ?






  A palavra “machismo” foi cunhada na América Latina. Ela se refere ao orgulho masculino agressivo e denota uma atitude abusiva contra as mulheres. Mas o machismo não se restringe à América Latina, como indicam os seguintes relatórios.

  Egito: Um estudo de três meses conduzido em Alexandria apontou a violência doméstica como a principal causa de lesões corporais em mulheres. Do total de mulheres que dão entrada no centro de traumatologia nos hospitais, 27,9% foram vítimas desse tipo de violência. — Résumé 5 of the Fourth World Conference on Women (Resumo 5 da Quarta Conferência Mundial sobre as Mulheres).

  Tailândia: No maior subúrbio de Bangcoc, 50% das mulheres casadas são espancadas com freqüência. — Pacific Institute for Women’s Health (Instituto da Saúde da Mulher, do Pacífico).

  Hong Kong: “O número de mulheres que dizem ter apanhado de seu companheiro aumentou mais de 40% no último ano.” — South China Morning Post, 21 de julho de 2000.

  Japão: O total de mulheres que procuram abrigo em entidades aumentou de 4.843, em 1995, para 6.340 em 1998. “Cerca de um terço disse que procurava abrigo por causa do comportamento violento do marido.” — The Japan Times, 10 de setembro de 2000.

  Grã-Bretanha: “A cada seis segundos uma mulher é estuprada, espancada ou esfaqueada no próprio lar em algum lugar na Grã-Bretanha.” De acordo com um relatório da Scotland Yard, “a polícia recebe 1.300 chamadas de vítimas de violência doméstica todo dia — mais de 570.000 por ano. Oitenta e um por cento são de mulheres agredidas pelo homem”. — The Times, 25 de outubro de 2000.

  Peru: Setenta por cento dos crimes denunciados envolvem mulheres que foram agredidas pelo marido. — Pacific Institute for Women’s Health.

  Rússia: “Em um ano, 14.500 mulheres russas foram assassinadas pelo marido e 56.400 foram gravemente feridas ou ficaram aleijadas em resultado de agressões no próprio lar.”
— The Guardian.

  China: “Trata-se de um problema novo que aumenta rapidamente sobretudo em áreas urbanas”, diz a professora Chen Yiyun, diretora do Centro da Família de Jinglun. “A pressão dos vizinhos não mais coíbe a violência doméstica.” — The Guardian.

  Nicarágua: “Aumentam os casos de violência contra a mulher. Segundo certa pesquisa, só no ano passado 52% das mulheres nicaragüenses sofreram alguma forma de violência doméstica por parte do marido ou do parceiro.” — BBC News.

[Quadro na página 7]

Indicadores de risco

  Um estudo conduzido por Richard J. Gelles, da Universidade de Rhode Island, EUA, alistou os seguintes indicadores de risco de abusos físicos e emocionais no ambiente doméstico:

 1. O agressor tem antecedentes de violência doméstica.

 2. Está desempregado.

 3. Usa drogas pelo menos uma vez por ano.

 4. Viu o pai bater na mãe em casa.

 5. O casal não tem a união legalizada.

 6. Caso esteja empregado, não é bem-remunerado.

 7. Não concluiu o curso médio.

 8. Tem entre 18 e 30 anos de idade.

 9. O homem ou a mulher, ou ambos, agridem os filhos em casa.

10. Renda abaixo da linha de pobreza.

11. Homem e mulher têm formação cultural diferente.

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