Em 1971, as pesquisadoras Judith Wallerstein e Joan Berlin Kelly, dos EUA, iniciaram uma pesquisa referencial sobre os efeitos, a longo prazo, do divórcio nas famílias. Escolheram 60 famílias que se achavam no difícil processo do divórcio. Ao todo, tais famílias tinham 131 filhos entre 2 e 18 anos. Para surpresa das pesquisadoras, elas verificaram que o divórcio quase nunca resultava em alívio para os filhos. Isto se dava mesmo quando os pais deles tinham sido infelizes no casamento. Ao invés, o divórcio deixava os filhos perturbados.
Eram os efeitos apenas algum trauma de curto prazo? Infelizmente, não. Depois de cinco anos, 37 por cento dos filhos ainda sentiam depressão, de moderada a grave. A maioria deles ainda esperava que seus pais se reconciliassem — mesmo quando tinham-se casado de novo! Depois de 10 ou mesmo 15 anos, do total dos filhos incluídos nesse estudo, quase a metade se haviam “tornado adultos quais rapazes e moças preocupados, de consecuções abaixo da média e autodepreciativos, e, às vezes, até mesmo irados”.
Tais resultados se chocam com a sabedoria convencional. Como Wallerstein escreve: “Nossas comprovações eram absolutamente contrárias às nossas expectativas. Estas eram notícias indesejáveis para uma porção de gente, e recebemos cartas iradas de terapeutas, pais e advogados, dizendo que nós, indubitavelmente, estávamos erradas.”
Os filhos, porém, não estavam mentindo; outros estudos confirmaram o veredicto de Wallerstein e Kelly. O periódico Journal of Social Issues comentou que a maioria dos profissionais, tais como cientistas behavioristas, “acreditam que a separação dos pais e a dissolução do casamento exercem profundo impacto negativo, tanto sobre os filhos pequenos como sobre os adolescentes”. O periódico acrescentou que tais crenças, “em grande parte, têm sido consubstanciadas”, citando comprovações tais como as seguintes: Os filhos do divórcio apresentam índices mais elevados de delinqüência e de comportamento anti-social do que os filhos de famílias intactas; a taxa de internação de filhos do divórcio em instituições psiquiátricas pode chegar a ser até o dobro da de crianças e adolescentes de famílias intactas; o divórcio é, talvez, a causa principal de depressão de crianças e adolescentes.
domingo, 28 de março de 2010
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